sábado, março 05, 2016
Público, um jornal de borboletas
Como habitualmente faço aos Sábados, peguei no jornal Público e olhei a capa de relance e fui ler as primeiras linhas da crónica do único cronista que me interessa ler, actualmente: VPV que hoje regressa ao tema das "clientelas" após o artigo de Rui Ramos no Observador. Decidi comprar por causa disso.
De volta à primeira página enquanto aguardava para pagar, o jornal diz ser de aniversário e convocou um tal Nélon Évora, desportista, para ser "director por um dia". Estranhei logo a escolha, mas a imagem da capa, artsy como a directora, dá o mote: "confiança" como uma palavra-tema da edição especial do jornal, aos 26 anos. Que tolos! Ainda se os desfizessem...mas fazê-los desta maneira não parece de quem tenha muito miolo.
As páginas do dito são repassadas a artigos emblemáticos sobre a tal confiança. Ao ler que o dito Évora gosta de poesia e alinhou uma estrofe sobre o facto estranho de haver "sempre borboletas dentro de nós", lembrei-me da gaivota que voava, voava e destas borboletas do Público e já não consegui ler um único dos artigos, assinados por Andrea Cunha Freitas, com uma história de uma ressonância magnética que descubro ser do tal Évora analisada com fotos a condizer, numa ideia saída do escuro da imaginação e com as citações habituais dos "especialistas" que descubro em leitura diagonal.
Logo a seguir, outra dose do mesmo miolo, assinada por Joana Gorjão Henriques, com uma entrevista sobre a "confiabilidade" atestada segundo se lê em diagonal por uma filósofa lá de fora. Folheio a seguir e deparo com histórias avulsas contadas por Andreia Sanches. Deve ter arranjado a ideia luminosa algures no escuro onde elas moram. Nem sequer me detenho a ler uma única.
Depois há um artigo sobre livros de "auto-ajuda". Nem perco um segundo a ler o que consta, assinado por Alexandra Prado Coelho.
Depois em complemento um artigo de psicologia clínica sobre os narcísicos. Provavelmente artsy, como a directora. Adivinho citações, citações e desisto de descobrir quais.
Em seguida dois artigos sobre Economia e Confiança assinados provavelmente por quem não entende uma coisa nem outra e depois o plat de résistence, assinado pela jornalista perdida São José de Almeida que deve andar eufórica com esta esquerda de borboletas adejantes. Não me interessa por isso saber seja o que for sobre o tribunal Constitucional e a sua interpretação particular da tal confiança. E muito menos me interessa ler uma linha sequer do que escreve uma tal Teresa de Sousa que nem sequer escapamos de a ver na tv a dizer não sei o quê, às vezes.
Quando chego ao artigo de Manuel Carvalho já estou esgotado desta desconfiança neste mundo artsy de borboletas. E não leio também, mas devia porque é sobre o Brasil, a corrupção e o "lava jato". O que não leio pela certa é o artigo seguinte, assinado por uma tal Ana Fernandes. Livra! Depois da entrevista ao Évora, aparecem as notícias do jornal. Já nem tenho pachorra para ler coisas requentadas e que outros escrevem melhor. São todas assinadas pelas borboletas do jornal.
Sinceramente, não sei o que VPV anda por ali a fazer, nesta companhia adejante ( Ó homem! Passe para o Observador e deixe essa loca infecta).
Outra dúvida que me assalta é a de saber que confiança o patrão do jornal- o grupo Sonae- deposita nesta experiência diária de voos deliquescentes sobre uma realidade paralela.
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9 comentários:
Realmente, é mesmo caso para dizer, óh homem, salte para o Observador
ehehhe que coisa.
as borboletas são atraídas pela luz e morrem
esbarram contra o vidro pensando que é local de passagem
RIP
O Público não segue o acordo errográfico penso eu. Louvor seja feito onde é merecido. Se ele lá está por isso, merece mais um pouco de consideração da minha parte.
Eu também me recusava a escrever fosse para o que fosse que "adotasse" essa ignorância militante e "proativa".
Francamente, José! Perder parte da manhã com essas leituras :) Eu li o VPV na net e depois atirei- me ao CM que trás um suplemento de luxo sobre o 44. Dei uma vista de olhos no Sol. O Espesso nem vê-lo. Talvez num futuro próximo compre um exemplar, quando o Pedro Santos Guerreiro já for Director do jornal.
Não compreendo a diferença entre as capas das edições do Porto e de Lisboa.
Qual é o sentido? Os mais clarinhos podem olhar os outros (os leitores) nos olhos e os mais escurinhos têm de baixar a vista?
Mas isso não é racismo? Ou é alguma outra coisa fracturante?
Será que a Bárbara (não me afastem como à Juíza...) estava distraída?
Ou foi um infiltrado neoliberal?...
E a propósito da confiança, confia a Bárbara mais ou menos no sistema de justiça brasileiro (do que no português)?
Confia mais ou menos nos ex-"mais altos dirigentes políticos" brasileiros?
É que ouvi ou li noutros lados que um certo molusco foi detido no país-irmão.
E que há fotografias do "acto". Mas não encontrei nenhuma indignação na 1ª página do Público.
Ou sequer a notícia.
Devia ler o Manel Carvalho. Pra jornalista é bonzinho. Quando usar loca infecta empregue o plural. Assim: deixe esses loca infecta. O observador é uma boa bosta. Distingue-se do púbico só pela cor, da bosta. Mas tem razão, VPV apesar de tudo, da sua crassa ignorância (ehehe) vale pelos cinquenta croniquentos do zé-manel fernandes.
Mas eu leio o Manuel Carvalho porque também acho que é bom jornalista. Ontem é que não me apeteceu por causa do resto que tresanda a borboleta.
Em Lisboa, Évora está de olhos bem abertos!
No Porto está de olhos bem fechados!
Porque será!
Fechar os olhos ao que o Pinto da Costa faz?
Fechar os olhos, de vergonha, pelo que o "Ferreira Torres" do Porto anda a dizer?
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