segunda-feira, agosto 29, 2022

A direita da bolha não liga ao bolhão

 O historiador Riccardo Marchi que encontrou um nicho de mercado nos estudos sobre a direita portuguesa, publicou mais um livro sobre o tema. 

Este,  no qual apresenta a sua visão sobre uma certa direita que define como sendo uma "bolha dentro da realidade social e política portuguesa" e que caracteriza por ser reflexo de uma "micro-realidade muito urbana, muito intelectual e muito ligada ao meio académico":


O sumário do livro dá-nos o tema geral que é o de uma certa direita que a esquerda gosta e que surgiu no início dos anos 2000, em blogues e afins. 


O intelectual mais brilhante desta geração que se formou nesta bolha parece-me ser Rui Ramos, para além de Jaime Nogueira Pinto, que é de outro campeonato, não se confina aos pensadores anglo-saxónicos e portanto vai para além da bolha e percebe o bolhão.

Resumindo, os bolhinhas são estes assim elencados em poucas páginas:




Sobre isto tenho pouco a dizer e não me identifico com estes bolhinhas porque prefiro o bolhão, ou seja a origem de todas as bolhas, a génese do pensamento que não se acantona à esquerda e dá prevalência a quem sempre se lhe opôs, pelos princípios, valores e referências. 

Sobre Riccardo Marchi, esta entrevista do mesmo ao DN de hoje, ajuda a explicar a bolhinha e porque escreve sobre tal fenómeno ignorando o bolhão: 




Até aparecer um historiador que me fale do bolhão com propriedade e conhecimento, ficarei sempre a desejar algo mais que não temos por cá, infelizmente. De preferência até gostava que fosse um escritor de romances ou novelas, como há lá por fora, mas não temos disso, por cá. 

De facto não conheço ninguém que tente descodificar o significado e sentido pleno destas fotos, que valem milhares de palavras. Alguém que nos explique cabal e subtilmente o  que as mesmas representam e que afinal perceba o que é o tal bolhão, matriz de todas as bolhinhas e infinitamente mais interessante que estes epifenómenos urbanos. 

Precisamos de um bicho do mato erudito e matreiro e só nos aparecem periquitos a trinar melodias de gaiola.  




Por mim já tentei balbuciar alguma coisa mas falta-me língua para dizer ta-tá. É outro ditado popular, muito antigo...e vem aqui, juntamente com outros. 

Os bolhinhas não conhecem isto e desprezam quem possa conhecer.



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