No Correio da Manhã de hoje aparece uma pequena notícia sobre um assunto que gera controvérsia: a informação e a censura, no caso sobre suicídios.
Conforme resulta de "um estudo" financiado pela FCT, mais de metade dos jornalistas inquiridos sobre o assunto entende que os suicídios não devem ser noticiados qua tale. A razão parece tão evidente que nem sequer é enunciada.
Uma das armas de arremesso contra a censura no regime anterior era mesmo esta: a censura nas notícias sobre suicídios, a que foi dado espavento pelos pachecos pereiras deste pobre país para denegrir o antigo regime e legitimar o que temos. Nunca falha quando se escreve sobre censura...mesmo que os factos possam desmentir tal verdade inventada a preceito.
Como se lê, as dúvidas e reticências, derivadas do simples bom senso, permanecem nos tempos actuais, mesmo com a libertinagem jornalística à solta.
Por outro lado, o sensacionalismo que determina a escolha de notícias e a estratégia da informação actual destinada ao grande público, encontra terreno fértil num tipo de acontecimentos que suscita indignação selectiva: a que se relaciona com o uso de recursos públicos por quem tem o estrito dever de cuidar dos mesmos para o exclusivo bem comum.
O abuso generalizado permite que se relativize a denúncia jornalística dos respectivos factos e autores e se acantone a indignação num grupo reduzido de jornalistas que apesar de tudo ainda não perderam o norte e a capacidade de mostrar o que deveria ser o interesse público, para além do sensacionalismo inerente ao escândalo.
Aqui, numa pequena nota do jornalista Eduardo Dâmaso, ainda há quem se indigne e consiga dizer que o rei vai nu. No caso é o reizinho Medina, um medíocre da política que perdeu todo o sentido do decoro e moral ou ética que se exige a um político.
Os dois retratados na imagem não entendem o assunto de igual modo porque são parte do esquema mental e político que relativiza estes problemas.
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