Morreu ontem David Crosby, um músico americano que fez parte de grupos de música popular que aprecio imenso, os The Byrds e os Crosby Stills Nash & Young.
Suponho que pouca gente sabe quem foi e por isso os obituários são chapados da internet porque afinal é notícia a morte de um músico dos anos sessenta, ainda reconhecido por quem viveu tal época e que marcou de algum modo a década em causa.
David Crosby enquanto músico notabilizou-se por causa de um disco que até o Vaticano há um pouco mais de dez anos colocou nos "10 mais". Revolver dos Beatles, em primeiro lugar e logo a seguir o If I could only remember my name, de Fevereiro de 1971, de David Crosby, o que muito me espantou e até à frente de Dark Side of the moon, dos Pink Floyd.
O disco de Crosby, muito introspectivo e sereno nem sequer é música muito popular e ouve-se com atenção e agrado se for em boa aparelhagem e com preparação para ouvir. Não é disco de passar no rádio e já na altura não era, tanto assim que nunca o ouvi na época.
Ouvi-o muitos anos depois, em álbum de vinil, em edição original americana, prensada pela Monarch na época e não se compara a outros em que o mesmo músico participa, principalmente os dos The Byrds e os dos CSN&Y.
Mesmo estes discos, saídos na segunda metade dos anos sessenta estão datados, naturalmente, apesar de Déja Vu dos CSN&Y ser um clássico e alguns temas dos Byrds serem também de antologia.
Como diz aqui ( é aí que os repórteres apressados vão copiar informação) David Crosby colaborou nos cinco primeiros discos dos Byrds.
Tenho alguns, incluindo o último dos anos sessenta The Notorius Byrd Brothers, em que colaborou já de modo escasso porque esteve no grupo até quase ao final de 1967, altura em que o mesmo foi gravado.
A capa do disco tem a imagem de três dos elementos e de um cavalo no sítio onde deveria estar alguém...e o último disco da direita é já de 1973, de uma reformação do grupo, com David Crosby que assina duas composições e não são as que mais aprecio.
No ano de 1971 saiu o disco ao vivo Four way Street, que concentrava as actuações dos CSN&Y e algumas delas tinham a participação vocal inesquecível de David Crosby, como no tema Right between the eyes, de Graham Nash.
Em 1972, um disco de David Crosby em colaboração com Graham Nash, o autor daquelas músicas que então preferia, tornou-se mítico para mim porque ao mesmo tempo que ouvia no rádio Southbound Train, aliás também de Graham Nash, tornava-se impossível encontrar o disco, pois só foi reeditado e em cd, da Atlantic, na década de noventa, com a imagem do duo no concerto e com Nash a acenar de uma janelinha recortada no cartão do álbum.
E ficou a iconografia que logo em 1976 me influenciava:
Quem quiser ouvir a música de David Crosby e os grupos em que participou pode fazê-lo em condições de grande qualidade sonora, com a audição integral de discos em vinil, muito próxima do que se pode ouvir em casa, numa aparelhagem, caso se tenha um conversor digital analógico. Aqui, no sítio do Vinyl Archivist.