Morreu Jeff Beck e como grande guitarrista da música popular merece que se mencione a carreira e música.
Em Junho de 2018 a revista Jazz fez uma reportagem alargada que praticamente cobre toda a carreira do músico e destaca os momentos mais importantes do percurso discográfico, desde o final dos anos sessenta até praticamente à actualidade.
Há vários momentos na carreira de Jeff Beck que se definem desde o início na parceria com Jimmy Page nos Yardbirds, passando pela colaboração musical com Rod Stewart nos dois primeiros discos, ainda nos anos sessenta- Truth e Beck-Ola, marcados pela sonoridade rock, bluesy e com influência da música soul.
Os dois discos dos anos setenta, Blow by Blow e Wired, de 1975 e 1976 representam a viragem para o jazz-rock e foi nesta altura que descobri a sonoridade de Jeff Beck.
Antes nem conhecia aqueles dois primeiros discos a não ser numa compilação, já nos anos oitenta, com temas que me soavam já a música antiga, numa prensagem espanhola cuja qualidade não faz jus à sonoridade da época.
O jazz-rock de Blow by Blow, segundo o próprio guitarrista influenciado pela sonoridade de Miles Davies no disco Jack Johnson, de 1973, também não me seduzia por aí além, instrumental e apesar da execução virtuosa. Wired nem sequer ouvi.
Pelo meio ouvi a participação no disco de Stanley Clark, Journey to Love, de 1976, realmente impressionante e também já nos anos oitenta, a participação no disco a solo de Mick Jagger, She´s the boss, exemplar único de uma tentativa de demarcação dos Rolling Stones no qual se destaca precisamente a intervenção instrumental de Jeff Beck.
A sonoridade da guitarra de Jeff Beck, inconfundível e muito particular, conjugando extremos de rock pesado e leveza poética e até lírica de fraseados guitarrísticos na mesma canção, é uma das marcas do artista que mais me agradam e por isso ao longo dos anos fui escutando aqui e ali as suas participações em discos avulsos.
A saída em 2009 de um documentário em bluray, mostrando a habilidade artística de Jeff Beck, com a guitarra Stratocaster, no clube de Londres, Ronnie Scott´s e outro documentário saído dez anos depois sobre a sua vida artística, complementaram as poucas informações que tinha sobre o artista e que actualmente se podem coligir com toda a facilidade na internet, incluindo as demonstrações mais espectaculares da sua arte musical.
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