A TAP como imagem da tutela democrática...

 Na Sábado desta semana há uma resenha sobre o assunto TAP e uma crónica que merecem destaque:

A crónica de Eduardo Dâmaso é um retrato do Portugal moderno após o fenómeno do PREC e dos usos e costumes nas empresas públicas cujas administrações dependem dos governos que passam e são a "tutela". 

Infelizmente não podia faltar a referência desprimorosa ao regime anterior, onde o articulista afirma ter existido a mesma pouca-vergonha que tão bem retrata, um cardápio de nepotismo, cunhas, tráficos de influência, má-gestão e desperdício do que é de todos em proveito de alguns. 

Teria sido a mesma coisa no regime anterior, ou seja, o regabofe das nomeações à margem dos critérios de competência e adequação aos cargos? 

Como era a TAP antes do 25 de Abril de 1974? Tinha interesse em saber-se um pouco mais para não ficarmos pelas ignomínias gratuitas e que ficam sempre bem num escrito redentor e moralista. 

E bastaria uma pequena pesquisa para se compreender rapidamente que a TAP era uma empresa privada, SARL, embora com participação do Estado, desde 1953 e até à sua nacionalização em 1975. 

Dizer gratuitamente que nessa altura a TAP era como agora é no mínimo leviandade. 

Não obstante, a TAP em 1974 tinha lá destes figurões a trabalhar e não era em qualquer sítio...porque tinham acesso, como cicerones, a qualquer lugar, mormente para receber os novos hóspedes que fizeram da TAP o que era é actualmente. E querem que continue a ser...

A TAP, antes de 25 de Abril de 1974 tinha um prestígio e era gerida de um modo competente que nunca mais foi o mesmo, com os sequazes dessas figuras a descer a escada do avião, dias depois dessa data, vindos da "clandestinidade" comunista. 

Por exemplo, o Rallye de Portugal começou por ser da TAP e era assim noticiado na revista Observador, original, por um Adriano Cerqueira que depressa se adaptou, como muitos outros aos novos tempos da TAP nacionalizada, "nossa". Com os resultados descritos na crónica acima mostrada. 

Em 18.1.1972:

E em 20.10.1972.

Haja um pouco mais de pudor quando se escrevem certas coisas de cor e ânimo leve...