sexta-feira, abril 14, 2023

O PS já chegou à Madeira...

 Tem sido notícia esta semana o facto de um deputado do PS, Carlos Pereira, da Madeira, ter sido apanhado numa comunicação "secreta" entre o PS e a CEO da TAP, caída em desgraça. Por causa disso foi afastado da comissão de inquérito onde estava sentado e firme. 

Este caso singular deste deputado é exemplar do estado a que chegou o Estado português em que se pode dizer que "já chegamos à Madeira", tal a desfaçatez de procedimentos e os escândalos expostos em catadupa. 

O currículo deste indivíduo, formado em Economia é assim apresentado na AR:



O Observador traçou-lhe outro currículo, curioso: devorista e que se julga habilitado a tudo e mais alguma coisa, sujeitando-se ao ridículo exposto!



A este tipo de gente, do género Miguel Alves o ridículo não mata e por isso engorda-os, como é sabido do ditado popular. 

Por isso mesmo, no CM de hoje a perplexidade do articulista e comentador é perfeitamente justificada:




Falta saber muita coisa nesta notícia mas o jornalista para perguntar teria que saber primeiro, o que parece não ser o caso. 

Falta saber como é que correu o processo de insolvência de uma firma cujo objecto social se desconhece, presumindo-se tratar-se de "consultadoria" num único projecto em curso num país estrangeiro- a Guiné Equatorial, aliás da "nossa" CPLP, onde entrou em 2014 depois de ter sido requerido tal estatuto em Junho de 2010.
Aliás o referido projecto data dessa altura e para tal foi constituída a empresa BKAT, cuja assembleia geral era liderada pelo indivíduo em causa. Tal como outras empresas solicitou um empréstimo à CGD, logo no início e o respectivo crédito foi garantido através, além do mais e que não devia ser muito mais, de avales pessoais de dirigentes, incluindo o indivíduo em causa. 
Diz a notícia que logo em 2012, a CGD tentou "recuperar os créditos" o que permite acreditar que nunca pagou um tostão que se visse para que a CGD não instaurasse logo execução ou "acções de recuperação do crédito", aliás coisa relativamente mixuruca ( pouco mais de 180 mil euros)  mas que é exemplar da pinderiquice desta gente. 
Não obstante, em 2015 a empresa constituída em 2010 e que em 2012 já estava em incumprimento, foi declarada insolvente. O que se passou para que o tal projecto na Guiné Equatorial desse com os burros na água? Merecia ser indagado e provavelmente nem é difícil: basta que se leia o relatório do administrador de insolvência no respectivo processo que não é secreto e está disponível no respectivo tribunal de Comércio, eventualmente no Funchal. 
Seria interessante saber se o administrador de insolvência juntou a tais autos a execução em causa, pendente e que deve ocorrer em casos que tais e se não, por que razão; tal como seria interessante saber como findou tal acção e se a insolvência se ficou a dever a causas fortuitas.

Quanto ao resto, fica a sonsice do devedor avalista que só não ficou  a figurar como accionista porque o mesmo não considerou oportuno. Tal dá-lhe agora o pretexto para dizer que pouco ou nada tem a ver com a empresa...apesar de ter sido presidente da Assembleia Geral e ter acreditado piamento no tal projecto que não se sabe qual seja e que era interessante saber. 

Como já escrevi antes a propósito desta gente, só um romance do género Eusébio Macário daria conta de todos os pormenores destes usos e costumes que se instalaram em Portugal durante este regime democrático que gera coisas destas e está desprovido de meios para as evitar, antes as promovendo. 
Casos como este, deste indivíduo, devem existir aos montes e a democracia está completamente desprotegida para lidar com os mesmos, porque os acapara e acalenta. São eles, aliás quem manda na democracia. 
A prova? O facto de a Guiné Equatorial ter feito parte da CPLP. Por algum motivo foi, mas não apenas o declarado. 




 

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