segunda-feira, novembro 13, 2023

O Ocidente que nos calhou

 Em 2016 o jornal Le Monde publicou uma revista com um pequeno estudo sobre a História do Ocidente. Vale a pena ler para contextualizar o que sabemos sobre tal conceito, particularmente sobre o que herdamos e de quem, neste Ocidente em que habitamos. 


Georges Corm, um economista libanês escreveu um pequeno texto que resume o assunto:


Embora a questão seja mais complexa não há dúvida que se identifica um  "mundo" judaico-cristão e outro arabe-muçulmano. Separados. A noção de mundo ou civilização judaico-cristã, essa vem de algures mas sem origem particularmente identificada, apesar de ter surgido durante o séc. XX. 






Seja como for, o berço comum é o Mediterrâneo e o Império Romano é mais influente do que qualquer outro.


 Não obstante tudo tem a sua origem nos "povos" que são vários e que num outro número fora-de-série do Le Monde, em 2018, se identificam, nesta parte do mundo. Povo,  segundo o historiador Jean Sellier consiste em primeiro lugar num imaginário comum. 

Há uma cronologia religiosa que liga tudo isto que aqui nos interessa, publicada no Le Point de Janeiro-Fevereiro 2020:


 A multiplicação dos povos segundo a Bíblica e o Corão:


Não obstante e anterior a tal cronologia já existia o Nilo e uma região, acompanhada de um povo que juntamente com os fenícios não é considerado como herança reivindicada pelo Ocidente. 


Depois, o Genesis e o povo hebreu com a Bíblia:


E há os persas, helenizados por Alexandre o Grande: 


Mais os gregos, naturalmente, com a filosofia e a invenção da democracia:


E Roma, com um Império que nos influenciou a todos durante séculos: 



Os árabes, enquanto povo religioso unificado, surge mais tarde e também se expande para além do habitat natural, particularmente no Norte de África e no Norte da península onde surgiu. É o povo mais tardio a impor-se, mas muito influente no saber e também cultura, até ao tempo das nossas descobertas:


O que é que junta tudo isto, para além do mais? A Religião que se baseia nos textos sagrados. O monoteismo é o principal factor de união dos três credos, judaico-cristão-islâmico. 

Le Point, de 2020:






Qual a diferença entre a Bíblia cujo Antigo Testamento é comum, em parte, aos três credos monoteistas?  
Os árabes consideram o Corão como a autêntica palavra do Deus único...e até de certo modo intraduzível. 
A partir daqui, a brecha civilizacional ficou à vista e originou guerras religiosas sem fim à vista. 

E falta o último quadro, síntese do que se passa na actualidade:



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