quinta-feira, fevereiro 28, 2019

Correio da Manhã, a chulice como prática corrente.

CM de hoje, um nojo de notícia, toda enviesada, falsa e contundente para o juiz e tribunais em geral.

O jornal vive permanentemente da chulice a vítimas avulsas, de infortúnios e desgraças. Não mencionando o crime de lenocínio permanente que o jornal pratica ao publicar todos os dias um encarte pornográfico e de favorecimento objectivo da prostituição, vejamos se assim é neste caso  em notícia.

A edição de hoje é um exemplo de primeira página:


O assunto "Rosa Grilo" tem sido uma galinha de ovos de ouro para estes media do grupo Cofina. De manhã o jornal; à noite ao serão, com komentadores do calibre de Rui Pereira, na CMTV. A chulice é evidente porque tal como os que exploram putas se dedicam a recolher os proventos da actividade desgraçada de quem vende o corpo para viver, também aqui os responsáveis pelos media do grupo se dedicam a explorar até ao tutano desgraças alheias, tragédias e infortúnios, para além do razoável e da normal actividade informativa. Desde que a tal Rosa Grilo foi alvo de atenção mediática por suspeita de homicídio, em Dezembro passado, praticamente não há semana nenhuma em que o caso não seja explorado nos media, sob a batuta da jornalista Tânia "pente fino"Laranjo.

A obscenidade atinge já os menores familiares com discussões mediáticas sobre heranças ou futuras decisões sobre guarda daqueles. Não pára o voracidade mediática desta autêntica chulice de uma desgraça alheia que deveria interessar só e apenas os familiares envolvidos no assunto já entregue aos tribunais. Não recuam na violação de segredo de justiça, crime punível por lei, na devassa da vida privada, sem freio algum e sem pejo nenhum. E a obscenidade está para lavar e durar porque evidentemente as fotos de casamento da suspeita não apareceram por acaso na caixa de correio, numa manhã de nevoeiro, no jornal em causa.

Para além disso fiquei admirado com a contenção noticiosa no outro dia, sobre o caso do dia, o do "juiz Neto de Moura" que tirou a pulseira electrónica a quem a não tinha mas poderia vir a ter. A admiração durou pouco porque ontem foi o que foi e hoje fiquei definitivamente tranquilizado quanto à natureza do jornal. Continua igual a si próprio.

Hoje ao ler a notícia que segue, assinada por aquela jornalista compungida com a desgraça alheia e que aparece na foto deixei de ter ilusões sobre a sensatez do jornal. Aquela chama-se Ana Isabel Fonseca e deve ser das que tirou o Curso na Nova. O tal dos três anos com estágio incluído. Se me enganar deve ser por pouco, atento o teor da notícia, nojenta evidentemente pelo conteúdo, pela manipulação e pela desfaçatez. Até o pobre advogado da vítima aparece a lamentar-se do Estado. Que não dos tribunais ou do juiz em causa. Que não...e até se acredita que nada teve a ver com este assunto sórdido de ataque a instituições judiciais e a um juiz em concreto. Pois não. Nada teve a ver...claro está.


A ideia básica já passou para este jornalismo de ocasião: o juiz Neto de Moura tirou a pulseira a um valdevinos, um terror de mulheres que merecia bem uma pena de prisão efectiva.

Há um pormenor que escapa a este jornalismo: não querem saber se o arguido tinha pulseira ou não. Dizem que sim, porque sim e já está. Basta-lhes ler que o juiz Neto de Moura não sufragou a decisão sob a pena acessória que poderia obrigar o arguido a tal, para concluírem imediatamente que assim foi e que a pobre mulher que chora baba e ranho, ficou desprotegida para sempre.

O pormenor relativo ao facto de a mesma poder apresentar queixa, novamente, contra o eventual agressor, conta nada. O pormenor de lhe poder ser aplicada medida de coacção por causa disso, eventualmente a tal pulseira conta ainda menos. O pormenor de ao mesmo poder ser revogada a pena suspensa que lhe foi aplicada na decisão conta zero.

Enfim, este jornalismo chega ao seguinte ponto: na mesma notícia, na página seguinte aparece outra mulher, vítima pressuposta que se queixa amargamente de ser perseguida e apesar de o suposto agressor ter ficado proibido de contactar a vítima não se esclarece se ficou com a tal pulseira. Mais: quem lê a notícia da página anterior e não reparar bem pode mesmo confundir os dois casos, diversos e diferentes.

Se isto não significa uma Causa, um activismo contra decisões judiciais em prol de um feminismo à outrance, não sei o que seja.

Talvez simples estupidez. É o mais certo.

O que é que esta gente pretende com isto? Aqui está: dinheiro de qualquer modo e feitio. Mesmo com a chulice demonstrada.



Parafraseando o falecido Arnaldo Matos, tudo isto é um putedo!

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A obscenidade do jornalismo televisivo