sábado, fevereiro 16, 2019

A agit-prop de Pacheco Pereira

Sobre Pacheco Pereira e os seus komentários escritos ou ditos já tenho escrito e em boas doses, pelo que não vou repetir, subscrevendo novamente tudo o que já está escrito: Pacheco Pereira não merece grande respeito intelectual porque é essencialmente um agitador de propaganda contra  algo que o mesmo afinal não consegue definir. Será um "liberalismo" que não se percebe bem o que seja; será um tipo de governante, como Passos Coelho ou Miguel Relvas ou outros que julga representar tal corrente ideológica e não estudaram a filosofia marxista ou será outra coisa qualquer que associa ao "populismo" ou "justicialismo", conceitos que nunca define devidamente.

Enquanto Pacheco Pereira escrever sobre politiqueirice nacional, ganhando bem a vida à conta disso, a questão é com quem lhe paga e quem gosta de ler as inanidades.

Quando Pacheco Pereira entra pela difamação institucional, com insinuações e afirmações pejadas de falsidades sobre um regime  político que combateu clandestinamente, em nome de um sistema ideológico comunista ou maoista, então dá azo a análise e verificação da realidade.
O  sempre actual combate de agitação e propaganda de Pacheco Pereira prolonga o da juventude, em que defendia o maoismo como solução política e ideológica aperfeiçoada e com o mesmo sentido enquistado na falsidade. Fake news é isto e em grande!


A ideia básica aparece no fim em modo de perguntas socráticas, estúpidas porque eivadas de preconceitos ideológicos e dissociação de realidades conhecidas.

"Nunca ninguém se interroga por que razão nunca houve nada de parecido com a Operação Marquês ao longo dos extensos 48 anos de ditadura?", pergunta em modo parvo ( de parvulus, pequeno), Pacheco Pereira.

Em primeiro lugar, Pacheco Pereira nunca viu um boi à frente dos temas sobre que escreveu na altura em que os factos da tal operação marquês ocorreram. Via era as violações de segredo de justiça e as escutas malditas e outros incómodos que agora apresenta como provas que sustentam a operação em que afinal já acredita.
Pacheco Pereira continua a não ver o boy que aparece todas as semanas na Quadratura do Círculo, velha e nova versão.  Jorge Coelho é um dos melhores exemplos da corrupção do regime que temos. A corrupção perfeita que o conduziu de amanuense na Carris a ministro e dono da expressão "quem se mete com o PS, leva!"  tendo resultado disso a titularidade de várias empresas, queijeiro de profissão ambulante e embaixador de grandes firmas nacionais que medraram a olhos vistos no tempo dos factos da Operação Marquês. Jorge Coelho é um milionário da democracia que temos e Pacheco Pereira prefere ao regime que tínhamos.
Pacheco Pereira não reflecte nisso um segundo sequer nos seus escritos, o que denota a estultícia que o acomete.

Por outro lado, para fazer jus a tal estado de espírito pergunta retoricamente: " Não havia corruptos na União Nacional? Nenhum general, embaixador, deputado à Assembleia Nacional, ministro ou secretário de Estado, comandante de Legião ou graduado da Mocidade Portuguesa, nenhum governador colonial, bispo, "meteu a mão na massa"?  

A resposta que dá é equívoca: "não havia corrupção porque não havia justiça para os poderosos do regime e a pouca que havia era para os escalões intermédios para baixo".

E depois, havia a Censura que escondia tudo: pedofilia, ( um assunto muito versado naqueles tempos...)as violações ( também casos diários, como agora); os roubos ( com uma frequência de relógio de ponto para jornal a fechar a paginação diária) ou as violências ( como as que relata o CM e a TVI, para além dos programas da Cristina Ferreira, sei lá!) e os suicídios ( coisa bruta que agora é notícia por ser de interesse público, como toda a gente Pacheco incluído, considera, e dantes não era). Enfim, passando ao que interessa porque esta parte exposta já dá para ver até onde chega  a inteligência real de Pacheco:

Antes de 25 de Abril de 1974, as figuras gordas do regime eram corruptos, como agora se vêem algumas e se suspeita que o sejam?

Sobre isso, Pacheco não tem dúvidas: eram. Provas de tal afirmação, nicles. Resta por isso a propaganda e agitação de que se serve sempre, desde sempre.

Assim, o que vale este escrito de Pacheco Pereira? O que o cómico gordo nos anos oitenta da tv, Jô Soares,  dizia, espetando no écran  as mãos com o indicador e polegar ligados: zero!

Não se incomoda o escriba porque a tença lhe cai regularmente, ida da Sonae e outras paragens balsâmiacas e cofínicas, para escrever estas inanidades de propaganda pura. É um assalariado destas fake news de que se serve para fustigar as do Trump e outros e enganar papalvos.

Importa contudo mostrar alguma coisa que exponha a inconsistência e a burla que Pacheco Pereira engendra com estas manobras deliberadas.

Quem eram os milionários que havia em Portugal antes de 25 de Abril de 1974? Como chegaram aos milhões? A história dessas famílias e empresas está contada e até mesmo pelos kamarados do kamarada Pacheco, os Rosas, Louçãs e Fazendas.

A leitura destes livritos deveria chegar para que Pacheco Pereira não escrevesse as inanidades que escreveu, mas enfim...



Nenhum se atreve a apresentar um caso como o da Operação Marquês, afinal de corrupção de alto coturno e que Pacheco Pereira distingue daquela dos escalões intermédios para baixo. 

Sobre esta, dos tais escalões intermédios para baixo, a imputação é de pura propaganda. Pacheco Pereira não tem um único exemplo a apontar, mas elenca putativos casos nas perguntas que deixa no ar da agitação difamatória.

Haveria corrupção nesses escalões? Como negar ou afirmar? Só por presunção, a qual é válida para se ajuizar do que era o sentimento da época. Era fácil corromper gente das Forças Armadas, por exemplo, para evitar a mobilização para a guerra no Ultramar ? Era possível ,parece que sim. Mas apenas por força de alguns casos que se ouviam. Era generalizada tal corrupção, como hoje acontece em certos sectores? Nem pensar. E era combatida? Talvez, de acordo com os padrões da época: conter e reduzir ao mínimo qualquer escândalo.
E corrupção em obras públicas? Que obras públicas podem servir de exemplo se no caso da Ponte Salazar a empreitada cumpriu os prazos e orçamentos, sem derrapagens?
Haveria orçamentos "a mais" em obras públicas? Talvez, mas pequenas obras a cargo de autarquias ou ministérios, mas não do modo como hoje acontece. A fiscalização poderia ser corrupta? Talvez mas não na escala que hoje acontece.

Quanto à grande corrupção do género da operação marquês que envolve todo o regime democrático, desde as instâncias de regulação bancária até aos centros de decsisão governamentais, passando pelos media politicamente corruptos associados a certas empresas ( Controlinveste, de Joaquim Oliveira, por exemplo que hoje é notícia por ter entrado em insolvência, com a queda do BES e a da PT) haverá alguma comparação com o que existia dantes?

Algum jornal do antigamente se assemelhava ao Diário de Notícias ou à TSF, para inserir um privado, da era Sócrates? O DN de então era um órgão de regime? Talvez, mas não por causa do fenómeno de corrupção, como era manifestamente o caso do DN de agora.

E os responsáveis pelo regime anterior? Há uma prova do "algodão que não engana", excepto a propaganda imoral de Pacheco Pereira: apontem um único governante que tenha enriquecido com o regime ou um empresário que se tenha valido de esquemas de corrupção para singrar e prosperar.

Henrique Tenreiro o todo poderoso empresário da indústria do bacalhau deveria servir-lhes de exemplo, mas evitam falar nele porque se enterram na evidência da difamação.

Algum advogado conseguia o que conseguiram os Sérvulos, Vieiras de Almeida, Júdice e quejandos?  O Estado de então subsidiava os escritórios de advocacia como agora se faz, aos milhões e milhões?

Sobre Marcello Caetano e os seus ministros ninguém melhor que o actual presidente da República pode falar: o pai, Baltazar, foi ministro do Governo de Marcello Caetano. Ficou rico à conta disso, depois?

O capitalismo do tempo de Marcello Caetano já foi aqui exposto e analisado.  Sobre Marcello Caetano a sua vida fala por si e a sua morte no Brasil, também.

E os outros ministros? Haverá algum caso como o do extraordinário Mário Lino que se escapou destes esquemas de corrupção do tempo de Sócrates e é rico que nem um nababo?
Pacheco Pereira não sabe disto? Saber, sabe, mas a propaganda é mais forte que a agitação interior da maluqueira ideológica.

Enfim, haverá algum governante do tempo do antigo regime que tenha tido tanto sucesso quanto este?  Como é que em Janeiro de 1974 era um político remediadíssimo e em 40 anos amealhou uma fortuna destas? Foi tudo do Colégio Moderno?!

A imagem é do SOl de 3.7.2015:




E estes todos deste govero, como é que chegaram lá? Haverá algum exemplo, só um que seja e Pacheco Pereira consiga indicar, de casos como estes que aqui fora expostos não há muito tempo?



E será preciso recordar o que Salazar deixou de seu à data da sua morte? O ditador, o fascista, o manda em tudo, deixou uma conta na CGD com algumas dezenas de contos. E património é o que se conhece.
E os próceres do regime foi igual. Não há casos de enriquecimento ilícito do modo que agora se conhece nem sequer do lícito que se aceita como bom, no caso de Mário Soares.

Enfim, Pacheco Pereira deveria ter vergonha do que escreve. Mas não tem. É um celerado deste tipo de escrita. Um autor de fake news, consolidado.

Evidentemente que a leitura dos artigos de Pacheco Pereira deve ser residual. Aposto que os lerão algumas dezenas ou centenas de pessoas, mas não é isso que importa, uma vez que o Público é lido cada vez por menos pessoas. Porém, há uma mensagem implícita que se replica e tende a fazer escola se não for denunciada como mais um exemplo de fake news...
A opinião de Pacheco Pereira já não tem peso específico se é que alguma vez teve. No entanto, tem peso contextual, tal mensagem que é difundida pela tv e pelos media que captam estas coisas e este ar do tempo que passa nestas notícias falsas.

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