O Público de hoje, num artigo nojento e ignominioso ( explicarei o porquê dos epítetos) assinado por Ana Henriques, fustiga uma vez mais o juiz Neto de Moura por causa de decisões judiciais que tomou em conjunto com outros juízes. ( devo já dizer, como "disclaimer", que não conheço o juiz em causa, ninguém me encomendou sermão e chateia-me apenas que se escreva de modo injusto sobre alguém).
O esquema mediático funciona assim:
Primeiro aparece um jornal com a notícia falsa. É disso que se trata porque no caso a notícia do Público é falsa na sua essência.
Depois, aparece o trailer do costume, no Sapo, com as réplicas nos media virtuais, no Observador. Neste caso já está tudo em marcha acelerada...repare-se se aparece alguém a esclarecer o carácter falso da notícia ou a desvirtuação do assunto. Um jornalismo destes é de canivau. De sarjeta, de facto.
A partir de certa altura a notícia nem sequer é a original, mas a que resultou da sua desvirtuação. Sem contraditório, sem ninguém que a denuncie nas mesmas plataformas. Nada. Apenas a mensagem da Causa.
Desta vez o assunto é um acórdão de Outubro de 2018 ( um ano depois do que foi pasto de chamas histéricas do feminismo de causas) sobre o mesmo tema da violência doméstica.
O artigo:
Porque é este artigo nojento? Porque mete nojo usar o nome de um juiz colocado no pelourinho mediático pelo mesmo jornal, a propósito de decisões judiciais polémicas, como podem ser quase todas, mas que são erigidas em causas de activismo político. É disso que se trata no jornal: tentar de algum modo alterar politicamente a opinião pública acerca do modo como os tribunais analisam e decidem este tipo de questões.
Porque mete nojo usar a figura e o nome de um juiz para ilustrar um caso concreto que não relata uma realidade, antes apresenta no escrito outra realidade alternativa e de que aliás o próprio artigo dá conta, sendo assim tamanha a desfaçatez.
Porque é um nojo ser-se tão ignorante de certas questões e apresentar tanta certeza neste cagar de opiniões escritas permanentes. Tal ignorância básica manifesta-se logo na circunstância de se apresentar como paradoxo ( saberá a jornalista o significado da palavra?) "um tribunal retirar a vigilância electrónica a alguém já condenado e que usou a pulseira electrónica enquanto aguardava julgamento e era um mero arguido". A burrice no escrito é tanta que até me dispenso de apontar a asneira.
É ainda um nojo usar o nome do juiz em causa, como figura de proa de uma decisão que não lhe deve ser imputada mas apenas à redacção da própria lei, como dão conta os "peritos" do costume consultados por telefone, pela certa. Aparece o habitual representante da APAV, que defende causa própria para manter posto de trabalho remunerado, a representando habitual da UMAR ( organização de mulheres feministas que lutam pela causa), um ou dois professores de Direito e um advogado. Todos atestam objectivamente a irresponsabilidade concreta do juiz Neto de Moura nesta decisão concreta.
Pois nem assim foi suficiente para que o título de primeira página fosse este:
E aqui entra a ignomínia a juntar ao nojo: o juiz Neto de Moura foi ouvido pelo Público e justificou-se a propósito do assunto. O artigo mostra que assim foi e nem assim foi suficiente para evitar a ignomínia do título e a notória intenção de denegrir pessoalmente o magistrado.
Esta táctica deste jornalismo de causas provavelmente não vai parar, no Público. Nada vai acontecer a esta jornalista que incorreu na prática de um crime ( porque é um crime difamar alguém deste modo continuado) a não ser que o ofendido faça queixa ou ponha uma acção cível para a responsabilizar pelas asneiras e difamação.
O livro de Estilo do Público é letra morta para este jornalismo. Até lhe deram a palavra, vejam lá!
Para concluir a Causa a edição de hoje publica um artigo de opinião de um catedrático de Direito da Universidade do Minho, um tal Wladimir.
Perante a ignorância acerca da identidade da personagem fui ver: é doutorado na área Jurídico-Política. Nem mais. Já jubilado, dedica-se a outras causas do povo: foi activista político da CDU e agora é do BE.
Nem é preciso mais, a não ser uma coisa: nunca deve ter feito uma sentença na vida, percebe nada de processo penal e atreve-se a comentar o que aparentemente não sabe, em modo catedrático, sobre o acórdão de Neto de Moura, o pretexto para mais esta invectiva da Causa. É demasiada prosápia e aconselho a personagem a consultar com urgência um colega de Penal, na mesma Universidade. Pode ser o antigo magistrado Manuel Simas Santos. Também foi da esquerda comunista e co-anotou o Código Penal de 1982. Talvez lhe explique que os sapateiros não devem ir além da chinela...
Estas Causas do Público fazem lembrar outras um pouco mais antigas mas com o mesmo perfume de estrume.
Usaram-nas para adubar ideias peregrinas do tempo marxista-leninista, corrigido por um Marcuse quaquer, aproveitado por um Foucault pédé.
De onde proveio esta onda de esquerdismo de causa feminista, no Público e noutros sítios onde pululam jornalistas formados em Comunicação Social em cursos extraordinários?
Tudo isto tem uma raiz, uma origem, uma fonte.
Em 13 de Agosto de 2001 a revista francesa Marianne dava uma explicação interessante que se aplica ao caso português. Afinal os professores de "Comunicação" existentes inexistiam há umas décadas. O curso é novo na Nova e o professorado andou todo no mesmo lado da barricada: o esquerdismo militante.
A Causa era a do Povo. Agora é uma Causa qualquer que será substituída por outra mais conveniente logo que chegar a oportunidade. O desiderato, esse, é o mesmo de sempre: desconjuntar o tecido social tal como o conhecemos da Tradição, remendando no mesmo patches de aversão a Deus, Pátria e Família. Nichos de contestação a valores reconhecidos durante séculos e substituídos pela afeição à Natureza que os há-de repelir; aos Animais que afeiçoam em modo esquisito e zoófilo e à destruição da Família através de esquemas de contestação do poder, com o objectivo de o colocar todo ao serviço do feminismo.
A deslegitimação do poder judicial, por essa via é essencial. Assustando os juízes com a Comunicação Social e artigos do género que o Público hoje mostra, consegue-se o objectivo de condicionar decisões favoráveis à Causa. O próprio CSM já comunga do mesmo receio e por isso está no papo.
Veremos até onde vai a ofensiva destes filisteus. Em França foi assim. Uma citação ao acaso: " É na cultura que a crise de poder foi mais espectacular. Na literatura, o passado esquerdista serve de caução moral". E depois outra: " Os maoistas, últimos filhos de Estaline". Nem mais. Veja-se de onde vem o Público e quem foram os seus fundadores.
O celebrado José Queirós, um dos fundadoresdo Público, recentemente falecido e alvo de obituários de admiração extasiada de jornalistas que formaram já os actuais jornalistas destas causas, tinha sido um activista destas ideologias:
Talvez estivesse demasiado envolvido na luta antifascista. Fez parte d’O Grito do Povo. E tornou-se dirigente da Organização Comunista Marxista-Leninista Portuguesa (OCMLP), criada em 1972 a partir da junção do grupo do Porto que publicava o jornal O Grito do Povo e dos núcleos O Comunista.
Conta o historiador José Pacheco Pereira que José Queirós “teve responsabilidades nas Beiras”. Nessa qualidade, tinha que zelar pelos quadros que estavam na clandestinidade e pela distribuição de imprensa clandestina. Nos turbulentos anos que se seguiram ao 25 de Abril de 1974, ainda fez parte do Comité Central do OCMLP. Cedo foi afastado.
O historiador José Manuel Lopes Cordeiro precisa que José Queirós era responsável apenas pela organização da Beira Litoral da OCMLP. E que integrou ininterruptamente a direcção da OCMLP desde os finais de 1973 até Janeiro de 1976.
Tal como os palheiros não se fazem sem palha, este jornalismo foi pensado com este alimento de asnos, durante décadas. E continua:
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