quarta-feira, março 16, 2011

problemas políticos e judiciais

Segundo se lê aqui, hoje na abertura do ano judicial, o PGR voltou a dizer coisas como esta: (...) como exemplo da "nefasta intromissão" da política na Justiça está "a tentativa de resolver problemas políticos através de processos judiciais (dezenas de casos são conhecidos)".

Gostava de saber a que casos se refere. Um só, porque não sou capaz de me lembrar de nenhum caso desses.
Gostava porque o PGR do meu país, deve ser mais explícito nestas coisas que denigrem a imagem da justiça e da política. Ambas as duas, como dizia o outro...

Entretanto na mesma ocasião e em eventual jeito de resposta o presidente da República disse isto :

"Num implícito recado para o procurador-geral da República e para o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, considerou que «são frequentes as atitudes e declarações públicas de responsáveis da Justiça que em nada contribuem para o prestígio deste pilar do Estado de Direito democrático».

«A Justiça, para ser credível aos olhos do povo, para além da independência, objectividade e qualidade das suas decisões, tem de ser responsável no comportamento dos seus principais protagonistas», considerou ainda. «A confiança no funcionamento da Justiça advém das percepções que a opinião pública vai tendo todos os dias, acompanhando e ouvindo as intervenções públicas dos seus altos responsáveis. Daí a a importância de, no uso da palavra, os protagonistas do sistema judicial contribuírem para a sua dignificação» frisou Cavaco ."


Toda a gente dos media interpretou o recado como dirigido ao PGR e pSTJ. O que acontece a estes em termos disciplinares e de opinião pública? Nada? Rien de rien?
É que levar um puxão de orelhas deste género e em público, pelo mais alto magistrado da Nação é inédito, incrível e revelador do estado a que chegou o topo do poder judicial em Portugal: ao caricato.

E não serão os inspectores que irão recuperar a imagem perdida e que anda pelas ruas da amargura, instruindo processos e dando pareceres de castigo disciplinar a magistrados por eventuais actos que desprestigiam o topo da magistratura.

Conforme se pode ler no discurso do P.R. este considera que tal ocorre por causa do comportamento público daqueles . Não por causa dos subordinados e escalões inferiores da magistratura...

2 comentários:

joserui disse...

Não cesso de pasmar com a falta de nível da gente que chegou às mais altas instâncias deste Estado! É mau de mais. É reles de mais. Não se aguenta, mas a minha conclusão é que é merecido. -- JRF

cfr disse...

"a tentativa de resolver problemas políticos através de processos judiciais (dezenas de casos são conhecidos)"

o homem está a referir-se aos processos judiciais que o sapatilhas arranjou ao portugal profundo, ao cerejo ou ao joão miguel tavares


quanto ao puxão de orelhas do cavaco..... é tudo a brincar
o homem estava só a dizer-lhes que não dessem tanto nas vistas ;)

ou não é ele o mais alto magistrado?

O Público activista e relapso