Vasco Pulido Valente escreveu hoje no Público uma crónica sobre o tempo que passou desde os anos 50 até ao 25 de Abril e de então até hoje.
VPV diz o óbvio: "no 25 de Abril Portugal era ainda um país muito pobre". E não tem boas memórias desse tempo. A Universidade não prestava, para VPV ( "não se aprendia nada, na Faculdade de Letras", por exemplo) , e "o dinheiro não sobrava". E havia " a horripilante televisão de Salazar e Caetano".
Estas ideias, replicadas continuadamente pelo pessoal da Esquerda que herdou o regime de Salazar/Caetano, e lhe deu o destino que temos em vista, situam VPV no campo específico dos apaniguados da situação. Uma posição pouco invejável para um crítico social.
Quando um escriba de mérito, como VPV, relega o Portugal de Salazar/Caetano para o limbo das misérias e desgraças sociais, está a reduzir o campo de visão para colher e salientar o "horripilante", em detrimento da visão alargada de um conjunto de fenómenos sociais que espelham melhor a realidade então vivida.
VPV escreve como os neo-realistas do Esteiros e Portugal era tão neo-realista quanto os italianos do tempo dos feios, porcos e maus ou dos filmes de Rosselini. VPV em 1 de Fevereiro de 1985 escreveu na Grande Reportagem (uma revista que congregava António Barreto, António Pedro-Vasconcelos e Filomena Mónica, entre outros e que aparecem todos na biografia de Filomena Mónica, o seu auto-retrato...) sobre os livros da sua vida e fatalmente sobre o Esteiros de Soeiro Pereira Gomes. Achou-o então um livro que pertence " à família mais nobre dos grande panfletos românticos contra a injustiça burguesa". E que se integrava "no conjunto de jeremíades a que se deu o nome de neo-realismo."
Tal como o seu escrito de hoje. E nesse escrito de então dá a imagem da sua ideologia: " No horrível silêncio de 1941, os Esteiros aparecem e a minha mãe comprou-os. Em 1953 ou 54 o livro estava lá em casa, como não estava em casa de outra espécie de portugueses. Não levei tempo a aprender que havia "nós" e havia "eles"; os que conheciam e se importavam com Gineto e Gaitinhas, e os que não conheciam nem se importavam.
Após longas peregrinações, continuo a ser de "nós" e não "deles" e, à medida que envelheço, cada vez gosto menos "deles".
Provavelmente, mais de 25 anos depois, "eles" ficaram cilindrados já na memória de VPV. Como se nota no seu escrito de hoje.
Quem fica a perder é a História. Melhor: a História "é um carro alegre, cheio de um povo contente que atropela, indiferente, todo aquele que a negue".
Como VPV faz no seu escrito revisionista, de hoje.
VPV diz o óbvio: "no 25 de Abril Portugal era ainda um país muito pobre". E não tem boas memórias desse tempo. A Universidade não prestava, para VPV ( "não se aprendia nada, na Faculdade de Letras", por exemplo) , e "o dinheiro não sobrava". E havia " a horripilante televisão de Salazar e Caetano".
Estas ideias, replicadas continuadamente pelo pessoal da Esquerda que herdou o regime de Salazar/Caetano, e lhe deu o destino que temos em vista, situam VPV no campo específico dos apaniguados da situação. Uma posição pouco invejável para um crítico social.
Quando um escriba de mérito, como VPV, relega o Portugal de Salazar/Caetano para o limbo das misérias e desgraças sociais, está a reduzir o campo de visão para colher e salientar o "horripilante", em detrimento da visão alargada de um conjunto de fenómenos sociais que espelham melhor a realidade então vivida.
VPV escreve como os neo-realistas do Esteiros e Portugal era tão neo-realista quanto os italianos do tempo dos feios, porcos e maus ou dos filmes de Rosselini. VPV em 1 de Fevereiro de 1985 escreveu na Grande Reportagem (uma revista que congregava António Barreto, António Pedro-Vasconcelos e Filomena Mónica, entre outros e que aparecem todos na biografia de Filomena Mónica, o seu auto-retrato...) sobre os livros da sua vida e fatalmente sobre o Esteiros de Soeiro Pereira Gomes. Achou-o então um livro que pertence " à família mais nobre dos grande panfletos românticos contra a injustiça burguesa". E que se integrava "no conjunto de jeremíades a que se deu o nome de neo-realismo."
Tal como o seu escrito de hoje. E nesse escrito de então dá a imagem da sua ideologia: " No horrível silêncio de 1941, os Esteiros aparecem e a minha mãe comprou-os. Em 1953 ou 54 o livro estava lá em casa, como não estava em casa de outra espécie de portugueses. Não levei tempo a aprender que havia "nós" e havia "eles"; os que conheciam e se importavam com Gineto e Gaitinhas, e os que não conheciam nem se importavam.
Após longas peregrinações, continuo a ser de "nós" e não "deles" e, à medida que envelheço, cada vez gosto menos "deles".
Provavelmente, mais de 25 anos depois, "eles" ficaram cilindrados já na memória de VPV. Como se nota no seu escrito de hoje.
Quem fica a perder é a História. Melhor: a História "é um carro alegre, cheio de um povo contente que atropela, indiferente, todo aquele que a negue".
Como VPV faz no seu escrito revisionista, de hoje.