segunda-feira, dezembro 24, 2012

A cretinice do Expresso ameaça tornar-se uma lenda: a dos otários do Expresso

Um indivíduo qualquer a quem não dei a mínima atenção- já não leio o Expresso e enfado-me com os  cretinos que o dirigem, sempre que os apanho por distracção no seu canal privativo de noticiários- parece que logrou enfiar aos directores daquele semanário um garruço daqueles maiores do que os do pai natal.
Se tal tivesse sucedido em países minimamente civilizados e com jornalismo credível e para admirar, os dois tais teriam feito o que normalmente acontece nestes casos: demitiam-se cobertos de vergonha para que toda a gente soubesse que numa época em que já não há penas e alcatrão para cobrir palermas, pelo menos ainda existiria a tal  substância imaterial cuja existência é denegada pelo comportamento de pessoas que tais.

Um dos companheiros desta alegria pindérica que não conhece tal sentimento, assumiu as dores alheias e justificou assim, on line, as mágoas de um jornalismo que dói a ler e que como não sou masoquista deixei de pagar e alimentar.
Um dos citados na crónica, Rui Tavares, alerta para a eventual existência de outros casos como este. É  muito oportuno, o alerta. No dito jornal, a começar pelos directores, os exemplos são como os cogumelos na humidade Não aldrabarão o currículo pessoalmente académico, mas aldrabam ideias alheias e mal assimiladas e reproduzem-nas como se fossem próprias...normalmente  ideias que se conformam com as suas particulares mundividências. É ler...

Um burlão, da classe dos vigaristas com classe, enganou diversos orgãos de comunicação social sérios, entre os quais este, o Expresso. É lamentável, mas de vez em quando surgem-nos na vida situações lamentáveis.

Os jornalistas directamente visados na burla são, pelo menos os que conheço, profissionais experimentados e sólidos, bons amigos alguns, mas que erraram em passos que, por vezes, parecem pouco importantes, mas vêm a revelar-se, em casos destes, fundamentais.

Eu próprio, há pouco tempo escrevi uma pequena nota sobre o lixo na Internet e estou a ser interpelado sobre a existência de idêntico lixo em jornais insuspeitos.

É sobre isto tudo que gostaria de deixar umas notas:

1) O burlão é bom na sua especialidade. Conseguiu, além de enganar o Expresso, a Reuters e a TSF, aldrabar instituições credíveis, tendo feito uma conferência no Grémio Literário (segundo me disseram); além disso diz coisas que, no meio da confusão geral que reina no país e na Europa, várias pessoas disseram. O economista João Pinto e Castro, que partilha algumas dessas ideias, disse, ao ouvi-lo, que era bom ver alguém que tinha estudado os dossiês.

2) Qualquer jornalista sabe - e isso consta no código de conduta e nos procedimentos gerais da profissão - que as informações devem ser confirmadas. Ora, não foram - e aqui estamos perante um erro que é mesmo isso - um erro, não devia ter sido cometido.

3) Caso o burlão fosse a favor de Passos Coelho e de Gaspar não teria o mesmo eco. Isso deve-se, a meu ver, a duas causas distintas. A primeira, é porque a Imprensa tem, no geral, um enviesamento para a esquerda. O mesmo se passa nos EUA, na França, na Espanha e em muitos países. A segunda causa reside no facto de o Governo ter andado a fazer tudo para que não gostem dele. Incluindo mentir.

4) Como muito bem explica Rui Tavares na sua coluna, hoje, no 'Público', situações desesperadas são muito dadas a boatos positivos. Ou seja, o burlão teve eco porque o que disse corresponde a uma secreta esperança colectiva de que os sacrifícios possam ser minorados. Rui Tavares, historiador que respeito, mas com quem não concordo politicamente na maioria dos casos, alerta - e bem - que poderão existir mais casos destes. E eu acrescento: A ideia de que os homens podem resolver todas as situações, de que todas as crises dependem de culpados claros e têm solução dependentes da vontade humana - que é consequência da arrogância cientifista que vem do fina do séc. XIX - leva nuita gente a acreditar em falsos profetas e em falsas teorias. O que se passou também tem algo a ver com isto.

5) O lixo da Internet não é exclusivo da Internet. Nos jornais, como se vê, também existe. A vantagem é que, no caso dos jornais, pedimos desculpa e não prolongamos o erro. Na Internet o anonimato faz com que centenas ou milhares de mentiras continuem a circular, mesmo depois de desmentidas. É um ponto, ainda assim, a favor do jornalismo que quero sublinhar, mesmo hoje.

6) Por ter sido director do Expresso sei que o seu actual diretor, Ricardo Costa e que o seu Conselho de Redaçcão irão tratar adequadamente este caso, de forma a reforçar a credibilidade e os mecanismos de controlo. A todos, incluindo aos que erraram, a minha maior solidariedade e desejos de Bom Natal e Bom 2013.

11 comentários:

Vivendi disse...

Mas Portugal não é gerido por uma cambada de aldrabões? E todos eles com uma excelente exposição mediática? Agora que apareceu um Zé qualquer sem posto firme vai ter de cair o Carmo e a Trindade?

Esta história só mostra que o ridículo não tem fundo.

Boas festas a todos!

Karocha disse...

Eu também ouvi o dito cujo, José!

Bom Natal a todos.

zazie disse...

Certeiro, Jose.

Estavamos mesmo agora a comentar isso

Feliz Natal e continue a mostrar a careca destes caretas

muja disse...

Eu nem sabia quem era o artista...

A mim o que me espantou mais foi, pelos vistos, um tipo que ninguém sabe quem é aparecer em televisões, jornais, blogues como se uma pessoa de grande crédito se tratasse.

O que significa que, por um lado, a grande maioria das pessoas que aparece a botar opinião podem ser como este e, por outro, então ninguém confirma nada? Uma coisa é um jornal - mesmo o Expresso - cometer esse erro grosseiro. Outra coisa é todos o cometerem (parece que foi à Sic e à RTP também). Portanto, andam todos a chafurdar na mesma gamela e a comer da mesma lavagem.

Karocha disse...

Muj

Permita-me que o trate assim.
Verificar fontes?
Desde quando?
Neste país é tudo à molhada e fé em deus, o único jornalista que conheço já pouco escreve não convêm o Cerejo.
O Vale anda a burlar e não é de hoje...

Bom Natal.

miguel disse...

Divirtam-se.Têm aqui uma quantidade de burlões.

http://www.youtube.com/watch?v=SyZhWJBxW0s

muja disse...

Cara Karocha, (permito com certeza)

Mas já viu que nem se trata de confirmar fontes!? Trata-se tão só de se ter uma ideia de quem se vai entrevistar! Uma simples pesquisa no google permitiria expôr o pretenso sábio! O que significa que nem isso fizeram!

Uma das jornalistas da TVI24 que entrevistou o sujeito, apareceu depois pretendendo denunciá-lo. Na mesma peça mostrava-se sem pejo embasbacada de boca aberta a ouvir o burlão que nem um ano antes estava na cadeia!

Pois cuida que fez um mea culpa de espécie alguma? Nem nada! A anedota que dá pelo nome de estação de tv noticiosa que a emprega, também nada!

Olhe, eu para mim, isto foi uma rica prenda de Natal que foi dada os portugueses. É a demonstração inequívoca de que a comunicação social em Portugal não é mais que anedota e é dever de todo o português desconfiar e gozar com ela. Pela minha parte, pode crer que o crédito que dou a partir de agora é zero. A todos.

cineticum disse...

AhAhAh... Barrete verde, barrete verde, até porque o Nicolau oculista é do Sporting... Já agora, não se lembra de um célebre Presdente do Conselho Fiscal da quadrilha de Alvalade? Vá lá checar, Nicolau, vá lá...

hajapachorra disse...

Olha a grande coisa, enganar jornalistas... assim fosse fácil enganar a mulher. É sempre de desconfiar de um jornalista que se diz jornalista. Só acreditaria num jornalista que se dissesse limpa-chaminés, serralheiro ou intelectual até.

hajapachorra disse...

Santo Natal para todos e todas, incluindo os aldrabões e os aldrabados. No presépio do dr. Balsemão pode não haver menino, mas tem que haver burro e mula, que diacho.

naoseiquenome usar disse...

O "engraçado" é que todos viram o espectáculo, incluindo a "justiça", que "aos costumes disse nada".

O Público activista e relapso