E qual é a coisa qual é ela que Manuel Valls nem quer falar nela? Em 1 de Abril de 1976 o grande, grande pensador português, desde sempre radicado além Pirinéus, em Vence, argumentava muito simplesmente na Opção que essa tal coisa era nada. Vezes nada.
Ora o mesmo Mário Soares dizia em 9 de Julho desse mesmo ano à revista Século Ilustrado, ( em entrevista de Maria Antónia Palla ) o seguinte que dá para entender que já tinha engaiolado o socialismo, liquidado de morte matada e pedurando-o para inglês ver e a palrar de vez em quando as frases da moda, dando o corpo ao manifesto das vozes ventríloquas dos animadores do sítio. O passaroco afinal nunca foi verdadeiramente metido em qualquer gaveta mas ficou por ali, embalsamado, a adornar o espaço mediático do Rato, debitando em ilusão os estribilhos que fazem ganhar eleições. Assim que desaparecer, acaba a peçonha. Valls quer enterrá-lo porque cheira mal e só debita frases repetidas sem nexo. Soares e Santos que não, que ainda é passaroco para resistir a mais invernos do nosso descontentamento e os ventríloquos têm que ganhar a vidinha. E lá lhe vão dando cascas e alpista para enganar papalvos que votam e julgam que o passaroco embalsamado está vivo e de boa saúde...
Quase dez anos depois, o mesmo Mário Soares, em entrevista à Grande Reportagem de 15 de Março de 1985, pasava já a certidão de óbito ao passaroco, mas recusava enterrá-lo, mantendo-no no bálsamo da utilidade eleiçoeira, até hoje. À pergunta - A sua actuação pretende aumentar ou reduzir a intervenção do Estado?- Soares respondia como grande neo-liberal improvável que enterrara definitivamente o passaroco socialista:
"Obviamente, reduzir e simplificar. O Estado não deve ser empresário. Em toda a parte enm que a livre iniciativa dos agentes económicos se afirma. o papel do Estado deve tornar-se meramente supletivo".Melhor que isto nem a Senhora Thatcher...que aliás estava então no poder, em Inglaterra.