DN de hoje:
Esta entrevista de um biógrafo de Marcello Caetano, brasileiro ( não há portugueses interessados em estudar a figura de Marcello Caetano, para além de um Raimundo qualquer, falsificador de factos históricos e desmentido pelo filho daquele) merece ser lida pelo que se diz do último presidente do Conselho antes do 24 de Abril de 1974.
O DN de Paulo Baldaia está de parabéns e ultimamente tem-no merecido algumas vezes.
9 comentários:
Delito
«Depois de Bismarck, Helmut Kohl é seguramente o maior estadista da história alemã. Recebeu um país dividido em dois pela cortina de ferro, com a metade ocidental ainda a expiar a culpa do nazismo, e começou pacientemente a reerguer a Alemanha.»
«a decisão da Fitch (+) ocorre no mesmo dia em que Bruxelas confirmou a saída de Portugal do Procedimento por Défice Excessivo.»
vamos ficar ricos
Esta entrevista é para ler com muita atenção. São coisas destas que são precisas nos blogos, já que os jornais, salvo as excepções como O Diabo e agora, pelo visto, o D.N., o costumam fazer. Parabéns, José, por tê-la publicado.
Leia-se "... não o costumam fazer"
Quando se nos diz do outro lado que o Poder não cairia na rua, faz-se uma afirmação ou uma promessa que a sociologia não abona e a história da nossa acidentada vida política claramente desmente: o Poder cairia na rua.
AOS, discurso "O Candidato da Paz e o Candidato da Pacificação", 1951
A entrevista é interessante.
Mas diga-se que os territórios ultramarinos eram uma extensão do território português, não desde a reforma constitucional de 1951, mas desde que foram descobertos.
Fosse como fosse, já estavam enquanto tal nessa Constituição desde 1933.
"o Poder cairia na rua."
Nunca caiu na rua, apesar do PREC.
"já estavam enquanto tal nessa Constituição desde 1933."
Em 1930 foi publicado o Acto Colonial que se integrou depois na Constituição de 1933. Em 1951, o Acto Colonial deixou de existir autonomamente e foi totalmente integrado na revisão constitucional desse ano.
A expressão "acto colonial" falar por si...
Em 1971 com a revisão da Lei 3/71 acabaram algumas disposições do antigo "Acto Colonial" que ainda sobreviviam na Constituição e foram consideradas regiões autónomas com organização político-administrativa: as províncias ultramarinas.
Apesar de tudo desde 1930 que Portugal era uma estado "unitário", mas isso não significa que dessa unidade fossem excluídas as colónias...
Em 1930, no Decreto 18 570 de 8 de Julho refere-se expressamente a palavra "Colónias".
Todas estas considerações resultam da leitora do livrinho de Marcello Caetano "Constituições Portuguesas", publicado originalmente em 1965 e reeditado em 4 edições ( 1965, 1968, 1971 e 1976). A minha é de 1976 e contém apreciações sobre a actual Constituição.
A designação 'Ultramar' e 'Colónias' merece um esclarecimento, não encontrado na difundida e estereotipada conveniência das Elites habituais da Cadetratice predominante - muito em voga nos 'Manuais para Totós' muito lidos e endeusados nos meios intelectuais indigentes.
Desde sempre 'Ultramar' foi a designação usada! Só foi abandonada aquando do liberalismo de novecentos, sempre seguidista do que vinha de França e Inglaterra. A intelectualidade doméstica, com a habitual subserviência vácua e indigente ao que vinha de fora - depressa adoptou o termo 'Colónias'. Ontem, como hoje, as Elites adoram a Imitação - que não a autonomia da Emulação.
Vejamos:
• "«Colónias», ao nível constitucional, só Portugal as teve a partir da lei 1.005 de 7-8-920 e que a expressão oficial «Ministério da Marinha e Colónias» data, apenas, do Decreto de 20-10-910 quando esse departamento do Estado se chamava ainda Ministério da Marinha e Ultramar, no Decreto de 26-9-910!"
• "(As leis, já desde 1910, só falavam em Colónias; e em 1920 a própria Constituição adoptou este termo)"
Este Colonialismo de importação, praticado pelas Elites vácuas e subservientes às ideias dos ditos muito modernos países, predominou com o advento do liberalismo do Séc. XIX e consolidou-se com a 1ª República.
• «Se nos debruçarmos sobre os sistemas político-administrativo que visaram o Ultramar, verificaremos que até à Monarquia Constitucional se vislumbram ensaios de métodos, segundo uma linha condutora praticamente contínua. Depois, começaram a conhecer-se ideias francesas, inglesas, belgas e, mais tarde, italianas e alemãs, que foram estudadas, discutidas e por vezes seguidas, numa confusão em que dificilmente se divisa, aqui e ali, o impulso central de uma ideia orientadora»
(Gen. Silvino Silvério Marques, "Estratégia Estrutural Portuguesa", 1970, pág. 301)
Gostei bastante de ler a entrevista… O Soares deu um espectáculo de mediocridade, estou chocado…
« [...] O tal Soares aqui deu o espectáculo da sua mediocridade, da sua demagogia parva, e andou no meio da praticamente total abstenção dos portugueses, a fazer gestos vãos e gafes valentes, com alguma audiência da esquerda, e o necessário amparo oficial. Aí a imprensa apresenta a viagem como extraordinário êxito de um estadista... etc. etc. Seria necessário ler a daqui para ver como foi...»
Rio, 4.I.77. Carta do Professor Marcello Caetano ao Autor, in Joaquim Veríssimo Serrão, Correspondência com Marcello Caetano: 1974-80, 2.ª ed., Bertrand, Venda Nova, 1995, p. 73, XXXV.
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