Numa das ilustrações colocadas no postal anterior, aparece uma história sobre o pintor espanhol Dali, ocorrida em meados dos anos cinquenta e relacionada com o quadro de Vermeer, A Rendeira, pintado entre 1666 e 1668 e exposto no Louvre, de Paris.
Segundo se conta, Dali ficou fascinado e obcecado com tal quadro de modo que o plagiou e glosou noutra pintura, cuja história aparece por aqui, num livro da Taschen de 2004, sobre o pintor.
É uma história de cornos de rinoceronte transformados em símbolos eróticos e com reflexo na vida particular do pintor e das suas obsessões surreais. O quadro de Vermeer, segundo se escreve, despertara no pintor catalão, terra de Espanha, estranhas obsessões, como se pode ler:
A minha descoberta das qualidades pictóricas dos quadros de Dali, à míngua de os não ter ainda visto em museus, fez-se através de revistas com ilustrações.
Em Abril de 1981 a excelente revista alemã Pan- Unsere herrliche Welt, "o nosso mundo esplendoroso", publicou uma reportagem sobre Dali com vasta reprodução em papel lustroso de algumas das suas obras.
Foi a primeira vez que vi tal coisa e por isso comprei, tanto mais que as reproduções em papel lustroso se revelam mais aperfeiçoadas graficamente do que as que foram impressas nos livros da Taschen, vinte anos depois.
Como agora vem a propósito aqui fica, Salvador Dali que ainda na altura se questionava se era um génio ou um charlatão:
Por último, do livro da Taschen, o quadro de Dali, pintado entre 1935-36, intiulado "Aparição da cidade de Delft", ou seja, da terra natal de Vermeer.
E porque se menciona Picasso, aqui fica um artigo de três páginas da revista Século Ilustrado de 14.4.1973, quase a fazer 50 anos, acerca da morte de Picasso, nessa altura. Outro espanhol ( de Málaga, Andaluzia) que viveu os últimos anos no sul de França.
E para se ver com maior detalhe as subtilezas e diferenças entre um quadro e um filme, estas duas páginas da mesma revista que tratam de um filme de 2003, acerca do quadro da Jovem com um brinco de pérola.
É eloquente, parece-me. O olhar da jovem do séc. XVII é absolutamente irreproduzível...e parece-me bem real e fala por si. O génio de um pintor, mostra-se nisto.
E no entanto, há filmes que nenhum quadro consegue reproduzir no ambiente e na sensação que provocam.
Artes distintas...é o que é.
Sem comentários:
Enviar um comentário