quinta-feira, março 02, 2023

O lado obscuro da lua, 50 anos depois

 O disco dos Pink Floyd Dark Side of the Moon faz agora 50 anos que foi lançado, incluindo em Portugal. A imagem mostra três exemplares: um da produção nacional, de 1990; outro de prensagem americana, com marca "Wally", de 1975 e o terceiro, mais visível, de terceira extracção britânica, original de 1973,  com matriz A-3, B-3. Tanto este como o americano Wally têm boa qualidade sonora e de gravação.  A gravação e prensagem portuguesa, de 1990, é notoriamente fraca, comparativamente. 

O dvd foi editado pela Classic/Albuns da Eagle Vision, em 2003, por ocasião do trigésimo aniversário e o cd é da Mobile Fidelity Sound Lab, Ultradisc II, de 1993

O disco já na época deu brado e praticamente todas as recensões críticas foram positivas e favoráveis a esse disco que já era o oitavo do grupo, de estúdio, em meia dúzia de anos. 

Segundo consta vendeu mais de 45 milhões de exemplares e manteve-se nas tabelas de vendas initerruptamente mais de uma dúzia de anos. 

A revista Mundo da Canção no nº 38, num dos últimos meses de 1973 ou já em 1974 recenseava assim, no modo tipicamente cabotino e pretensioso [ pretencioso foi cabotinice minha]:

E o jornal Musicalíssimo num dos primeiros números de 1974 considerava que o disco tinha sido o melhor do ano anterior, numa votação de alguns dos seus leitores. 

Imagem tirada daqui, deste magnífico blog sobre estas coisas.

O disco vendia-se em Portugal na época, a bom preço, 170$00:

Nos EUA, apesar do sucesso de vendas e até das digressões, o grupo nunca foi capa ou referência nas revistas da especialidade, mormente a Rolling Stone, nessa década. 

Em França também não houve tanta aclamação crítica porque os franceses eram mais meticulosos no gosto e colocavam outros discos è frente deste, como se mostra nos discos recenseados em Abril de 1973 pela Rock & Folk:












Que me lembre, quando saiu o disco, a par de outros, como o dos Procol Harum, Grande Hotel, a minha preferência ia inteirinha para este último, agora esquecido. 
Não obstante, passados 50 anos deve reconhecer-se que o disco dos Pink Floyd é um clássico, no sentido que se ouve sempre do início ao fim sem cansar, nunca. Todos os temas encadeiam-se uns  nos outros e de repente passaram os 40 minutos da praxe, com os últimos acordes de Eclipse que aliás era para ser o título do disco. 

A história do disco e da sua gravação já deu muito que escrever nas revistas da especialidade nos últimos 25 anos. 
Em Março de 1998, por ocasião dos 25 anos do disco, a recém aparecida Mojo ( tinha um ano) dedicou-lhe uma série de páginas cuja leitura é definitiva para se conhecer quase tudo a propósito do disco, incluindo um historial detalhado de cada uma dos temas do disco e uma entrevista com o engenheiro de som Alan Parsons, responsável pelo primor técnico da gravação, considerada durante muito tempo como exemplar e que na época tinha fama de servir para testar aparelhagens de som. 






















Mais recentemente em 2019 o disco mereceu atenção da mesma revista Mojo que até colheu as impressões de um dos seus autores mais importantes-Roger Waters- a propósito dos temas do grupo:



E agora, por ocasião desta efeméride dos 50 anos a revista Record Collector acrescenta um pouco mais, incluindo a história da diatribe com um dos críticos mais em voga na época e prestes a tornar-se o menino querido da imprensa rock, Nick Kent. Também traz a relação das versões do disco, mais de mil, ao longo dos anos e que aliás estão aqui elencadas, todas elas: 









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