Entrevista ( mais uma) de Marinho e Pinto, citada aqui.
O bastonário da Ordem dos Advogados insiste em dizer que os magistrados são um dos piores problemas da Justiça. Juízes demasiado novos, que usam o sindicalismo para o debate político e contribuem para a politização da Justiça, disse Marinho Pinto à saída da audiência em Belém. Na resposta, os representantes dos magistrados desprezam as acusações e devolvem as criticas.
O ubíquo Marinho e Pinto, bastonário dos Advogados portugueses, acha-se ungido para uma tarefa sisífica e que por isso considera sempre inacabada: zurzir nos magistrados porque sim e porque sim e porque tem de ser. E para tanto, não passa uma semana sem que apareça num sítio qualquer, público, a lançar chamas de ignomínia sobre a magistratura.
Os argumentos têm variado numa mesma tónica: os males da justiça assentam neles uma trave mestra, um pilar fundamental. Com estes magistrados que temos, não há remédio para a justiça portuguesa. Ou porque são novos demais ( qualquer dia vira-se para uma realidade estatística: a maioria já são mulheres…)ou porque são arrogantes e autoritários, ou prepotentes ou cavilosos ou malfadados ou ainda mal encarados, de um período medieval, tudo serve ao actual BOA para desbastar e abater a honra colectiva da magistratura.
Desta vez, de há uns meses a esta parte, cavalga uma onda que certo poder político aprendeu a surfar também: a politização da justiça açulada pelos sindicatos. O BOA não quer o sindicalismo na magistratura, ponto. Parágrafo.
O ubíquo Marinho e Pinto, bastonário dos Advogados portugueses, acha-se ungido para uma tarefa sisífica e que por isso considera sempre inacabada: zurzir nos magistrados porque sim e porque sim e porque tem de ser. E para tanto, não passa uma semana sem que apareça num sítio qualquer, público, a lançar chamas de ignomínia sobre a magistratura.
Os argumentos têm variado numa mesma tónica: os males da justiça assentam neles uma trave mestra, um pilar fundamental. Com estes magistrados que temos, não há remédio para a justiça portuguesa. Ou porque são novos demais ( qualquer dia vira-se para uma realidade estatística: a maioria já são mulheres…)ou porque são arrogantes e autoritários, ou prepotentes ou cavilosos ou malfadados ou ainda mal encarados, de um período medieval, tudo serve ao actual BOA para desbastar e abater a honra colectiva da magistratura.
Desta vez, de há uns meses a esta parte, cavalga uma onda que certo poder político aprendeu a surfar também: a politização da justiça açulada pelos sindicatos. O BOA não quer o sindicalismo na magistratura, ponto. Parágrafo.
A razão, não é por se considerar de esquerda, porque já a disse e repete-a agora: a magistratura usa o sindicalismo para o debate político e os magistrados “contribuem para a politização da justiça”.
A acusação carece de factos, mas para este BOA, a afirmação é tautológica: sindicato equivale a órgão de política…sindical e por isso, é para abater porque a política é para os políticos, como diria um improvável Salazar no tempo em que a política era o trabalho.
Que debate político incomoda tanto o BOA? É simples de entender: todo aquele que ponha em causa as medidas de política legislativa que afectam os sindicalizados da magistratura. As medidas, em si, devem merecer apenas o silêncio respeitoso e obrigado da magistratura. Sem alivos de crítica, num respeitinho que o Estado Novo apreciava sobremaneira e o BOA afeiçoa também.
Nenhuma delas deve merecer a mais leve contestação sindical ou mesmo de opinião escrita de magistrado free-lancer. Para crítica, já há um BOA quase diário. E sobra.
Uma decisão como a de um PGR arquivar uma notícia de crime envolvendo um primeiro-ministro configura-se como de lisura sem par e isenção sem mácula, de autoridade incontestável e citada a eito, mesmo sem lhe conhecer os fundamentos. O facto de ter sido produzida num expediente administrativo é mero pormenor logístico que um BOA não deve curar. De minimis non curat praetor...
Uma denúncia anónima contra o mesmo governante, se for apresentada em conluio com atiçador de um partido adversário e acolhida sem reservas pelos investigadores, esse, já é um exemplo flagrante de politização da justiça.
Fica de fora do quadro exemplificativo, a existência de pressões políticas do mesmo governante sobre a magistratura e a investigação. Mas já entra na catilinária sobre a politização da justiça se tal for denunciada pelos celerados sindicatos.
A exigência de publicação de despachos judiciais ou para-judiciais que envolvam o mesmo governante, feita pelos sindicatos, é uma evidente politização da justiça.
A garantia de que a investigação criminal se pode fazer contra quem quer que seja, em nome do princípio constitucional da igualdade, se for reivindicada pelos sindicatos da magistratura é uma óbvia ingerência política. Ninguém está autorizado a fazer publicamente essa exigência, sem apanhar com o labéu da politização opinativa.
A revisão das leis penais, a preceito e por causa de casos concretos, será um exercício legítimo do poder político, sem mancha de politização da justiça. A denúncia do facto, essa, já é a própria maldade da politização em si.
Por causa desta idiossincrasia do BOA, deve ser interessante esperar para o ouvir novamente, neste dias a seguir ( não passam mais de dois dias sem o ouvir publicamente) o que pensa deste estudo recente sobre um fenómeno que se aproxima perigosamente do tema focado:
O voto dos juízes do Tribunal Constitucional é muitas vezes influenciado pela origem política dos magistrados. A conclusão está na tese de mestrado em Ciência Política, da jornalista da TSF Ana Catarina Santos, aprovada na Universidade Nova de Lisboa.
O voto dos juízes do Tribunal Constitucional, escolhidos por partidos com assento parlamentar, é muitas vezes influenciado pela origem política dos magistrados, conclui a tese de mestrado da jornalista Ana Catarina Santos, da TSF.
Não será preciso muito esforço para adivinhar que esta situação, para o BOA, é um exemplo aperfeiçoado da democracia.
E haja quem diga o contrário que será comido vivo em ignomínias e constricções retóricas deste BOA.
9 comentários:
O seu "amigo", em tempos, não esteve preso?
Talvez esse pequeno pormenor, aparentemente mal digerido, explique muita coisa...
A demagogia nos argumentos deste senhor é uma coisa que tende a crescer exponencialmente para o infinito em função da altura do poleiro que lhe derem. Marinho Pinto está escandalosamente sobrevalorizado em cima de pés de barro.
Não há mais pachorra para aturar tanto lambe-botismo do "bostanário" Marinho Pinto. Ainda ninguém lhe terá dito que vai acabar tudo já em 2010?
Cumprimentos (bom blog, sim sra.)
O Marinho era da esquerda clássica, comunista, de extrema, whatever it takes to make a democrat in his own way...
Agora está reciclado, como muitos, mas não se deixa um passado assim tão depressa, como o demonstram Vital Moreira e outros arrependidos.
Bom Natal para todos.
As intervenções (constantes e repetitivas) do Dr. Marinho e Pinto resumem-se em meia dúzia de ideias:
1.ª - Ódio visceral e irracional aos juízes e magistrados do MP;
2.ª - Vontade de servir o 1.º ministro e, genericamente, o PS, desdobrando-se, nos momentos certos, em entrevistas em que tudo faz para descredibilizar qualquer investigação que possa atingir Sócrates;
3.ª - Absoluto deslumbramento por ter passado de um obscuro jornalista abaixo do medíocre a "figura pública incontornável" de um dia para o outro;
4.ª - Total desprezo pelo cargo que ocupa na Ordem dos Advogados, do qual se tem servido unicamente para sua promoção pessoal, para (ele sim) fazer constantemente política pura e dura, para lamber as botas do 1.º ministro e para destilar o seu ódio aos magistrados, e ainda por cima tendo atribuído a si próprio um chorudo vencimento na Ordem;
5.ª - Absoluta falta de pudor no recurso à demagogia mais reles;
6.ª - Absoluta ignorância do Direito, largando, a cada passo, cavalidades jurídicas só ao alcance de um ignorante profundo (coitados dos clientes dele!).
Em suma, é um artista português! Às tantas, até usa pasta medicinal Couto.
Boa Merda de Avental!
Se a Justiça está politizada é pelo Partido Totalitário do Avental.
Este Boa é mais um dos actores arruaceiros, contratados para entreter os diversos pastores da carneirada.
P que os P a Todos.
Se me permite, o Autor do blogue, foi neste texto especialmente feliz, assertivo e expressivo.
Disse tudo, nada mais seriamente sobre o tema haveria a dizer.
O comentador Clandestino, à boa vista da gente, colocou brilhantemente a cerejinha no topo...
Direi ainda isto apenas :
Se os Sindicatos dos Magistrados se fizessem voz como Marinho, ele como não teria coragem de rir do seu próprio estilo e fugiria de certo ...
Quem pode já aguentar Marinho ?
Nem os colegas o aguentam...
Eu acho que a incompatibilidade do senhor com as Magistraturas prende-se ou com o formato ou com a cor das becas...
O Homem vê-se negro para lidar com eles e acho que a inversa também é verdadeira...
BOM NATAL, BOAS FESTAS!
"Colégio de psiquiatria defende que homossexualidade não é doença, mas avisa que médicos não podem recusar pedido de pacientes que querem resolver problemas de orientação sexual (mais aqui)"
E nós a pensar que os médicos só serviam para curar doenças. Afinal também são uma espécie de polícias sinaleiros…
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