No Correio da Manhã de ontem um dos seus cronistas habituais, o politicamente correcto q.b., João Pereira Coutinho fez o que podia pela imagem conservador e liberal que ostenta na lapela escrita. Resultado: uma idiotice útil à intelligentsia nacional.
Com este tipo de escrita mantém-se o dois em um, do agradável e do útil que confere honras de escrita nos jornais nacionais: a imagem de democrata sólido, conferida pelo antizalazarismo aprimorado, aliada ao retrato irrisório de uma oposição canhestra e incompetente e por isso em foto-maton. Daí o elogio rasgado ao autor do ensaio em recensão: "brilhante", diz o escriba Coutinho, imbuído numa preocupante miopia suspeita.
A "pobreza do tempo de Salazar" mesmo em início de regime, porque não demarcada nem contextualizada, é assim objectivamente associada ao próprio Salazarismo, culpado daquele flagelo e sem referência alguma ao republicanismo que a criou e alimentou, vinda de um século XIX ainda monárquico e principal responsável pela calamidade social. É que este Coutinho parece que já o foi...monárquico, entenda-se. Viva o rei!
Enfim, para desvanecer estes preconceitos de origem porque razão não consultam estes escribas um manual antigo e já conhecido que além da propaganda do regime de Salazar também apresenta factos e mais factos contra os quais estes argumentos esquerdizados deviam soçobrar ?
Daqui, on line, pode ler-se o que era o regime de Salazar quanto à pobreza e medidas curativas tomadas para a debelar, nesse tempo:
O que me custa um pouco, mas só um pouco enquanto não faço o esforço para compreender estes pequenos trambiqueiros do verbo escrito, é perceber porque escrevem assim. E só encontro uma explicação: se não fosse assim não teriam onde escrever. E isso, compreende-se: há que ganhar a vidinha nem que seja como as da vida.
Quanto ao assunto do livro incensado, aqui fica uma notícia da época, precisamente do dia seguinte, 5.7.1937. Lá vem a expressão de Salazar nos momentos a seguir ao atentado: "bem, vamos à missa". E foi: