O advogado Garcia Pereira, ainda militante de um grupúsculo político ridículo chamado MRPP, deu uma entrevista ao i deste fim de semana para falar não se sabe bem de quê. Porém, acaba por contar o modo como foi parar a tal grupúsculo ridículo que o tem amparado toda a vida, mai-lo seu segundo pai, Arnaldo Matos, ainda mais ridículo que o próprio grupelho de energúmenos da política marxista-leninista-estalinista-maoista.
Repare-se nestes cartazes ridículos do tempo em que esse ridículo grupelho julgava ser o centro do mundo das ideias políticas.
Garcia Pereira conta agora como foi parar ao seio desse grupelho:
Garcia Pereira era um estudante, filho de um revolucionário frustrado e já no tempo do liceu, por influência do Maio de 1968 queria ser comunista mas não como os que então havia e que "não tinham a ver com o socialismo, com Estados altamente autoritários e onde uma minoria vivia em condições de vida muito superiores à esmagadora maioria do povo, baseada na repressão e que tratava de exportar a revolução à força dos tanques ( alusão à invasão da Checoslováquia, nota minha)"
Foi então que começou a ler umas coisas de Mao Tse Tung "através de uma instituição que muito pouca gente sabe: a Livraria Barata."
Garcia Pereira conta que o Sr. Barata era da oposição, visitado frequentemente pela PIDE ( nessa altura já DGS, de Marcello Caetano, mas vai dar ao mesmo para o rigor que se pretende) e "que tinha na parte da frente os livros normaos e para os clientes habituais havia uns livros especiais que ele, mais ou menos clandestinamente trazia e vendia".
E assim Garcia Pereira ( e outros...) se formou no maoismo, em 1972,73 porque foi por essa altura que começou a ler coisas.
O sr. Barata coitado, não devia ter os livros todos que interessavam a estes revolucionários de pacotilha.
Por exemplo não devia ter lá escondido este livro publicado em França, já no ano de 1971 e portanto fresquinho do prelo, certamente recomendado pelos contrabandistas de ideias feitas, como aqui já se contou:
Se tivesse e o desse a ler a este ridículo Garcia Pereira talvez o mesmo não fizesse tantas figuras ridículas ao longo da vida por causa do grupelho de que faz ainda parte...
Como explica o autor do livro, o embuste maoista ainda era maior do que o embuste que tanto perturbou Garcia Pereira e o levou a trocar um pelo outro.
Enfim, há duas questões que ressaltam: uma é saber porque é que esta gente não se cala de vez com estas patranhas. A outra é saber porque lhes continuam a dar importância e voz activa.
Não chegou o que já fizeram e o facto de nada terem aprendido ao longo de décadas?