segunda-feira, abril 23, 2018

Bookends: o disco de Simon&Garfunkel que faz agora 50 anos

Em finais de Abril de 1968 saiu nos EUA um disco que se tornou icónico da música popular, tendo algumas canções sido usadas em bandas sonoras de filmes como foi o caso de Quase Famosos, numa sequência que incluía os acordes batidos de America.

Bookends do duo Simon & Garfunkel é um grande disco que na altura passou um pouco despercebido à crítica, mas não ao público.

Num livro de compilação de listas de vendas do NME o disco era número um de vendas nos EUA e na Inglaterra logo em Junho desse ano e portanto serviria de banda sonora para um qualquer filme sobre os acontecimentos desse ano, incluindo o Maio de 1968:


A revista americana Rolling Stone fez uma recensão morna ao disco, comparativamente a outros que hoje nem são conhecidos.


Os franceses da Rock&Folk que já se publicava desde 1966 nem sequer o mencionaram nas recensões críticas.


Em Portugal o disco não passou despercebido e o programa Em Órbita classificou-o em 4º lugar na lista dos melhores do ano de 1968, publicada no fim desse ano.

O disco, para além do tema America, tem ainda Ms. Robinson e Dangling Conversation ou Old Friends e os demais temas que se encadeiam musicalmente  de forma harmoniosa e o tornam um dos  melhores discos da dupla.
A seguir viria Bridge Over troubled water, em 1970, ao qual já foi dada então a devida atenção crítica e foi o disco derradeiro da dupla.


A seguir, cada um seguiu a sua carreira. Paul Simon e Art Garfunkel fizeram depois vários discos a solo e particularmente Paul Simon conseguiu nos anos a seguir, dois discos de altíssima qualidade.

Em 1972 foi a primeira vez que a revista Rolling Stone entrevistou Paul Simon  e o colocou na capa.  

 Em 1973 por ocasião do lançamento do disco Angle Clare, a Rolling Stone deu a capa ao Art Garfunkel:


 Em Fevereiro de 1976  esta capa da revista Crawdaddy, chamou-me a atenção pela primeira vez. O motivo era Paul Simon e um disco saído alguns meses antes: Still crazy after all these years:


 A Rolling Stone deu-lhe então a segunda capa, em Julho de 1976.



 E em 1982, por ocasião do lançamento do disco de reunião, ao vivo, Concert in Central Park:




Em 1980 Paul Simon lançou One Trick Poney e em 1983 Hearts and Bones. Em 1986 Graceland, o seu disco mais vendido e depois m 1990, The rythm of the saints, altura em que perdi o rasto à música do artista.


De todos esses discos, o que agora perfaz 50 anos foi o disco mais surpreendente porque além do mais me fez descobrir a gravação em stereo de um modo que não conhecia, logo nos primeiros acordes do tema America cuja melodia é perfeita e que tem um som de órgão, no final, que é um achado.



Bookends, na sua versão original, em primeira prensagem, particularmente a americana  é fenomenal em termos sonoros. É um dos discos mais bem gravados que conheço e um regalo para audição. A batida da percussão de America, serve para testar qualquer aparelhagem.

Entre as duas versões do disco, inglesa e americana, a diferença a favor da americana é de vulto e imediatamente audível.

Na imagem abaixo, a edição inglesa, do lado esquerdo e a americana, à direita, ambas originais e de primeira prensagem.



Para além de uma apresentação em cartão mais grosso e impressão mate, mais cuidada, o disco americano é fabuloso na dinâmica e profundidade sonora e vale a pena ouvir a diferença.


Questuber! Mais um escândalo!