Bookends do duo Simon & Garfunkel é um grande disco que na altura passou um pouco despercebido à crítica, mas não ao público.
Num livro de compilação de listas de vendas do NME o disco era número um de vendas nos EUA e na Inglaterra logo em Junho desse ano e portanto serviria de banda sonora para um qualquer filme sobre os acontecimentos desse ano, incluindo o Maio de 1968:
A revista americana Rolling Stone fez uma recensão morna ao disco, comparativamente a outros que hoje nem são conhecidos.
Os franceses da Rock&Folk que já se publicava desde 1966 nem sequer o mencionaram nas recensões críticas.
Em Portugal o disco não passou despercebido e o programa Em Órbita classificou-o em 4º lugar na lista dos melhores do ano de 1968, publicada no fim desse ano.
O disco, para além do tema America, tem ainda Ms. Robinson e Dangling Conversation ou Old Friends e os demais temas que se encadeiam musicalmente de forma harmoniosa e o tornam um dos melhores discos da dupla.
A seguir viria Bridge Over troubled water, em 1970, ao qual já foi dada então a devida atenção crítica e foi o disco derradeiro da dupla.
A seguir, cada um seguiu a sua carreira. Paul Simon e Art Garfunkel fizeram depois vários discos a solo e particularmente Paul Simon conseguiu nos anos a seguir, dois discos de altíssima qualidade.
Em 1972 foi a primeira vez que a revista Rolling Stone entrevistou Paul Simon e o colocou na capa.
Em 1973 por ocasião do lançamento do disco Angle Clare, a Rolling Stone deu a capa ao Art Garfunkel:
Em Fevereiro de 1976 esta capa da revista Crawdaddy, chamou-me a atenção pela primeira vez. O motivo era Paul Simon e um disco saído alguns meses antes: Still crazy after all these years:
A Rolling Stone deu-lhe então a segunda capa, em Julho de 1976.
E em 1982, por ocasião do lançamento do disco de reunião, ao vivo, Concert in Central Park:
Em 1980 Paul Simon lançou One Trick Poney e em 1983 Hearts and Bones. Em 1986 Graceland, o seu disco mais vendido e depois m 1990, The rythm of the saints, altura em que perdi o rasto à música do artista.
De todos esses discos, o que agora perfaz 50 anos foi o disco mais surpreendente porque além do mais me fez descobrir a gravação em stereo de um modo que não conhecia, logo nos primeiros acordes do tema America cuja melodia é perfeita e que tem um som de órgão, no final, que é um achado.
Bookends, na sua versão original, em primeira prensagem, particularmente a americana é fenomenal em termos sonoros. É um dos discos mais bem gravados que conheço e um regalo para audição. A batida da percussão de America, serve para testar qualquer aparelhagem.
Entre as duas versões do disco, inglesa e americana, a diferença a favor da americana é de vulto e imediatamente audível.
Na imagem abaixo, a edição inglesa, do lado esquerdo e a americana, à direita, ambas originais e de primeira prensagem.
Para além de uma apresentação em cartão mais grosso e impressão mate, mais cuidada, o disco americano é fabuloso na dinâmica e profundidade sonora e vale a pena ouvir a diferença.