Em segundo lugar, o jornal noticia ainda outra aquisição para os quadros da empresa pública das águas livres: a mulher de um vice-presidente do PSD, Jorge Moreira da Silva, também arranjou lugar efectivo na empresa. Em terceiro lugar, noticia que a mulher do presidente da empresa, João Fidalgo, dado como muito próximo do primeiro-ministro, também conseguiu lugar como administradora da Valorsul, uma empresa das Águas de Portugal, de que a EPAL também faz parte.
Estes factos pouco ou nada significam para os visados que se mostram porventura até indignados com a curiosidade jornalística e apresentam a lisura de procedimentos administrativos como garantia de regularização ética das contratações.
E têm razão. O nepotismo enquanto modo de administração da coisa pública, só pode ser assunto tabu entre amigalhaços, porque a qualificação dos seus estará sempre acima dos demais. Daí o procedimento administrativo e concursal que tal garante e permite ver à transparência a razão das nomeações.
Assim, se um filho de um juiz presidente de tribunal da mais alta instância, integra um organismo público cobiçado por centenas de outros candidatos, isso verifica-se porque naturalmente o rebento será o melhor classificado para tal.
Se a cunhada de um primeiro-ministro, a mulher de um líder político de partido da oposição e a mulher do presidente da empresa pública integram as assessorias e administrações de tais empresas isso acontece porque concorreram em igualdade de circunstâncias e destacaram-se entre os demais.
Haverá alguém capaz de afirmar o contrário? Não. Até porque em casos que tais, há sempre um tribunal de natureza cível capaz de dar razão aos ofendidos...