sexta-feira, fevereiro 12, 2016

423 patrões para 2020 advogados sem direitos laborais.

O jornal Sol da semana passada publicou excertos de uma carta do advogado Nuno Godinho de Matos, agora retirado no Algarve e depois de ter passado anos a fio a advogar no escritório de Proença de Carvalho, dirigida à Ordem dos Advogados.

O artigo diz tudo:


Godinho de Matos já tinha explicado antes a amargura que lhe vai na alma por andar a beber aos golinhos a cicuta da desilusão.

Desta vez o golinho derrama-se sobre a própria classe e Godinho de Matos é taxativo: há em Portugal cerca de 2020 advogados que se tornaram empregados por conta de outrém sem direitos laborais- e 432 sócios que são os seus patrões.

No Jornal de Negócios de hoje há um suplemento que costuma ser uma espécie de anuário sobre os advogados portugueses que contribuem para o evento, pagando a "propina". Entre os considerandos iniciais estão estes de um artigo que esconde aquela realidade denunciada por Godinho de Matos que tem muito e muito a contar- se quiser, evidentemente.  Godinho é da velha escola e parece que não se perdeu de todo na ética e princípios ( andou uns anos arredado...) e ainda poderá ajudar a compreender os últimos anos de Portugal, se quiser. E devia querer porque é disso que se trata quando se lêem estas coisas.






Entre as sociedades de advogados que tem mais de cem associados no activo contam-se meia dúzia delas. Miranda, PLMJ, Abreu Advogados, Caiado Guerreiro, Cuatrecasas e SRS Global, se contei bem .

São esses os donos disto tudo, devendo acrescer aqueles que andam lá perto no número de associados mas têm uma influência muito maior. E há os que a fazem pela calada dos ajustes directos e são muito, muito sérios. Sérios.

Sobre advogados já em tempos escrevi um artigo ainda actual. Actualíssimo...

3 comentários:

Floribundus disse...

tanto quanto ouvia na maçonaria
quase tudo é corrupção da rataria

35 anos de aamizades dá para perceber muita coisa

como o afastamento do partido que se fundou

Zephyrus disse...

Quem criou os ajustes directos? Foi Sócrates.

Por que motivo Passos não acabou com essa pouca vergonha? Fica a pergunta.

zazie disse...

Ora bem- o maridinho nos ajustes

A obscenidade do jornalismo televisivo