sábado, fevereiro 06, 2016

O antifassismo primitivo

CM de hoje:






Eduardo Lourenço é um intelectual do antigamente ( tem 93 anos...) e que viveu sempre no Sul de França. Isso não o impediu de escrever sobre Portugal e em 1976 até publicou um livrito emblemático no qual explana as suas ideias políticas embolsadas na época: um marxismo difuso que lhe garantiu sempre um lugar ao sol no panorama da intelectualidade lusa dos últimos 45 anos. Já recebeu medalhas do Estado por isso e apoia activamente este governo de frente unida de uma esquerda que geringonça por aí.





A ideia de fascismo denegado em tom irónico foi efectivamente corrigida uns anos depois. Porém, ficou sempre aquele travo da Esquerda sobre o fassismo que nunca desaparece da linguagem e daí o óbulo que este novel presidente lhe oferece: um lugar no Conselho de Estado que temos.

Quanto ao novel presidente e suas escolhas políticas não há que admirar. Logo em Setembro de 1974 alguém assinava em modo anónimo esta coluna no Expresso e se não foi o dito, ficou dito.

Em Portugal e desde então ninguém sobrevive politicamente sem a sua dose de antifassismo primitivo e esta homenagem ao intelectual de esquerda que se manifestava pelo fascismo afinal nunca ter existido é a prova de que esta mentalidade arreigou-se e pegou de estaca sem qualquer oposição.

Marcelo Rebelo de Sousa continua igual a si mesmo: filho de um fascista nomeia para o Conselho de Estado um antifascista militante da ideia falsa.
Portanto, trata-se de mais uma farsa das muitas que Marcelo já representou. Falta saber é se desta vez procura uma legitimação para além do voto ou um agradecimento pelo apoio. Com 93 anos será mais uma nomeação folclórica para compor um ramalhete de conveniências políticas e portanto nem uma coisa nem outra.

Ninguém sabe dizer o que era o tal fascismo embora o PCP o repita sempre a horas e desoras como um mantra afinado no cante alentejano.

Se pedirem uma imagem desse tal fascismo aposto que esta lhes serviria...



Ou esta, do álbum de memórias de José Hermano Saraiva publicado no Sol de 2007:




O fascismo português é um mito cuja origem remonta ao comunismo dos anos de clandestinidade com imagem retocada pelos artistas de sempre e já embalsamada como múmia a visitar.

Questuber! Mais um escândalo!