"É a civilização capitalista, com as suas componentes políticas e culturais que os ideólogos socialistas aborrecem tal como aqueles que sem militarem expressamente a favor da versão totalitária do socialismo, tomam por adquiridos os seus principais postulados. Em última análise são os valores que são condenados e não apenas os insucessos práticos de um sistema de produção. O indício desta origem moral reside aliás nisto da condenação ocorrer com tanta virulência em caso de sucesso como de fracasso do sistema. Os anos de vacas gordas, a sociedade de consumo, o "emburguesamento da classe trabalhadora" são objecto do mesmo desprezo céptico e reprovação acidulada que as crises, o desemprego, a inflação. Quer os frutos estejam maduros e sumarentos ou secos e mirrados estão sempre envenenados".- Jean-François Revel, La tentation totalitaire, 1976.
E não ficou por aqui, Revel:
" A questão decisiva do debate é de saber não apenas unicamente se o capitalismo comporta defeitos mas se comporta mais ou menos defeitos que os demais sistemas económicos existentes ou tendo existido, e defeitos mais ou menos graves que os outros".
Esta discussão parecia arrumada desde o final dos anos noventa, mas não ficou de todo, porque o assunto é apenas, como diz Revel, um pretexto para se alterarem valores da civilização tal como a conhecemos.
O que estes velhinhos marxistas querem e sempre quiseram é apenas perverter tudo o que lhes pareça cheirar a mercados de concorrência ou não e nos últimos anos a crise do sistema financeiro mundial serve-lhes outra vez de pretexto para as mesmíssimas receitas de sempre e para os mesmíssimos argumentos estafados do antigamente.
As ideias estão em formol mas os micróbios permanecem agarrados ao frasco e continuam activos a espreitar para dentro.
Revel aduz um argumento interessante: " se se pretende julgar o capitalismo com referência a um outro sistema económico ainda inexistente, pode-se aceitar que as suas imperfeições e incoerências podem parecer intoleráveis. Mas esse ponto de comparação, nesse caso, reveste um carácter especulativo e experimental que deveria incitar a uma maior prudência e humildade intelectuais e a muito menos dogmatismo e intolerância".
Isto que Jean-François Revel escreveu em 1976 no livro abaixo mencionado vem mesmo a propósito dos que criticam sempre o capitalismo em nome de algo definido ou não.
Estas palavras aplicam-se como luva ao velhinho marxista Boaventura Sousa Santos que hoje é mais uma vez convidado de honra do jornal i, um exemplo da desorientação ideológica de uma certa geração de jornalistas que não sabe bem onde está nem para onde quer ir e herdou as ideias mirradas da geração anterior.
Se temos o que temos em Portugal no jornalismo, deve-se tal fenómeno a essas pessoas que tomaram o marxismo como uma mézinha ideal para curar maleitas como a pobreza ou o atraso no desenvolvimento.
BSS profere na entrevista a palavra "democracia" uma série de vezes como um mantra sagrado que permite entender a chave do mundo. A democracia seria afinal o "fim da História" mas já houve quem pensasse nisso antes e muito melhor.
A ideia de democracia de BSS é abstrusa, no mínimo porque pressupõe que exista tal coisa em países cujo regime político apoia activamente, designadamente os do antigo terceiro mundo de que a Venezuela actual é um exemplo. Pelo contrário, para BSS não existe na Europa actual, dominada pelos anti-democráticos "mercados" como se estes pudessem obedecer a formas de organização eleitoral e com escolha de braço no ar...
Aquilo que resulta do discurso deste velhinho marxista encapotado na democracia de circunstância é apenas o desejo de lutar contra os "mercados globais" contrapondo um anti-mercado também golbal e apoiado no velhíssimo internacionalismo proletário na era da internet.
Estamos por isso perante uma mistificação, uma mentira que este velhinho marxista de sempre é useiro e vezeiro em adaptar aos tempos que lhe correm.
Tem por isso um movimento em marcha que se chama Diem25, liderado pelo Virafakas grego que é da mesma laia ideológica.
Há da parte destes velhinhos marxistas a esperança que nunca soçobrou de tirar as ideias do formol e adaptá-las ao mundo moderno, eliminando "Wall Street" e outras praças da finança internacional, substituindo-as por algo que não sabem bem o que seja mas também nem importa.
O que importa é denunciar tal capitalismo como anti-democrático porque "democracia" é palavra que todos entendem como sagrada e por isso uma vaca que dará leite sempre que se puxa pelo úbere.
Torna-se evidente, porém, que "democracia" para um velhinho marxista é uma palavra totalmente vã e apenas usada como instrumento de agressão ideológica.
Uma Mentira, portanto, já perfeitamente explicada em 1976 por aquele J-F Revel, entre outros. Nessa altura o agora velhinho marxista era um novo revolucionário das cooperativas como modo de produção de bens. Submeteu o povo de Barcouço à experiência utópica e falhou redondamente.
Mas não desistiu das balelas de sempre e agora arranjou um argumento de peso: a palavra democracia em que nunca acreditou verdadeiramente.
Ou não fosse mesmo marxista de uma capoeira em que apenas pretende ser galo a cantar para as poedeiras cantigas de ca´cá rá cá.
3 comentários:
ps, pc, be
'grão a grão enche a esquerda o papo'
contribuintes
'espelho, espelho meu,
já viste alguém mais famélico do que eu?'
o funeral sai hoje do ex-convento de S, Bento da Saúde
Chamo a atenção para o III Congresso Internacional Karl Marx que irá decorrer nos dias 2, 3 e 4 de Novembro de 2017 Lisboa: https://centenario1917.wordpress.com/2016/02/19/call-for-papers-pt/
A comissão científica não engana!
Comissão Científica: Alfredo Caldeira, António Pedro Pita, Boaventura de Sousa Santos, Fernando Rosas, Francisco Bairrão Ruivo, Francisco Louçã, Giulia Stripoli, João Madeira, José Pacheco Pereira, José Neves, Luís Farinha, Luís Trindade, Manuel Deniz Silva, Manuel Loff, Mário Machaqueiro, Mário Vieira de Carvalho, Miguel Cardina, Miriam Halpern Pereira, Paula Godinho, Ricardo Noronha, Steven Forti.
«Estas palavras aplicam-se como luva ao velhinho marxista Boaventura Sousa Santos que hoje é mais uma vez convidado de honra do jornal i, um exemplo da desorientação ideológica de uma certa geração de jornalistas que não sabe bem onde está nem para onde quer ir e herdou as ideias mirradas da geração anterior.»
José, o Boaventura de Sousa Santos não passa de um vendedor de banha da cobra. Foi ele, em conjunto com a restante tralha marxista de Coimbra, que tomaram efectivamente de assalto as melhores posições nessa Universidade. Ainda há pouco tempo escrevi sobre esse caramelo aqui:
http://historiamaximus.blogspot.pt/2016/02/a-pouca-vergonha-que-se-anda-passar-em.html
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