quinta-feira, junho 13, 2019

A marca d´água do Público

O jornal Público de Sexta-Feira passada deu a conhecer umas cartas que lhe chegaram por via clandestina e autorizou a direcção do jornal a fazer esta capa que é uma aldrabice potencial e mau jornalismo por causa disso:


O dito Constâncio desmentiu logo tudo por twitter, denegando a responsabilidade imputada na concessão de autorização para o levantamento dos 350 milhões: "Não fui questionado sobre isto e ainda estou a investigar. Não tenho memória de nada assim, de há 15 anos" .

O desmentido provavelmente é outra aldrabice porque não se compreende de forma alguma que Vítor Constâncio, relativamente a quem o Joe disse na AR que falou com ele entre quatro paredes sobre assuntos da CGD que nem a elas confessa, nada soubesse sobre o caso do empréstimo da CGD para o Joe comprar acções do bcp, sem garantias sólidas  que são exigidas a outros.

Não obstante, a aldrabice do Público era latente quando se verificava que nas cartas não aparecia o nome de Vítor Constãncio, permintindo-lhe fazer a rábula habitual de José Sócrates sobre o que tem ou não conhecimento. Sócrates nunca teve conhecimento do negócio da  compra da TVI, por exemplo...e também o disse no Parlamento.
Esta gente está habituada a mentir e não é mais uma ou menos uma que lhes faz qualquer diferença. 

Não deixa por isso de ser algo patético o que podemos ler no Público de hoje, em direito de resposta de Vitor Constâncio.


Repare-se na argumentação: o título do Público é absurdo porque o BdP não aprova empréstimos. Pode impedi-los mas não aprova; logo, é um absurdo, tal título. Que dizer de um economista que diz isto? Que é sério? 
Outra: não esteve formalmente na reunião; diz que estava ausente do país ( informação nova) logo não poderia ter autorizado fosse o que fosse. 
Ora bem. Imagine-se que apesar de não ter estado na tal reunião veio a saber do que se passou, o que é absolutamente razoável supor e mesmo obrigatório pressupor, sob pena de estarmos todos equivocados quanto ao papel de um governador do BdP. Então, nesse caso singular, que deveria fazer o Governador Constâncio? Lavar as mãos, como um qualquer pilatos e deixar o seu vice-governador orientar o "órgão colegial" que deliberou? 
É isto que Vítor Constâncio nos quer fazer crer que será normal? Se for, é um imbecil, assim com todas as letras e que pretende fazer dos outros trampa igual. 

Se for assim, não se percebe o que andou a fazer no BdP, para além de confessadamente ter o pelouro da auditoria interna e do departamento de estudos. 
Para que foi preciso um Governador destes? Para deixar passar isto em claro e depois vir dizer que nem sabia do que se tratava? É disto que temos em Constâncio? Parece que sim. 

Portanto, sobre a tal "mentira" ao Parlamento: Vítor Constâncio descartou-se no Parlamento do assunto da CGD dizendo que não se lembrava e que nada sabia dos casos. Que casos? Ninguémlhe perguntou sobre o Joe e por isso Vítor não mentiu. 
Mais uma aldrabice porque Vítor continua a dizer que só soube das operações a posteriori e não antes. Ora tendo em conta a cronologia dos acontecimentos, devemos assumir como razoável, lógico e sem dúvida a não ser de método que Vítor Constâncio sabia de todo o assunto antes disso, e portanto terá mesmo mentido ao Parlamento. Presumido culpado em vias de presunção de inocência processual...

Porém, como já escrevi aqui, tal mentira e respectivo crime averiguam-se em sede de inquérito criminal e só se estranha que o MºPº tão lesto noutros casos ainda não tenha dado sinal de vida neste...

Tudo isto o Público poderia ter evitado se desde o início fosse claro nas notícias e fosse sério nos procedimentos e não aldrabão ( ou aldrabona, porque a autora da notícia é Cristina Ferreira)  como foi. 

Evitaria este acrescento publicado no passado dia 11...


Se o Público tivesse publicado a notícia com estas explicações, logo no início, teria evitado que este Vítor andasse por aí a fazer de vítima de calúnias e falsidades e ficasse caladinho até à nova audição parlamentar na próxima semana. 

Porém, se assim fosse não seria o Público de Manuel Carvalho. Também não sei de quem seria, para dizer a verdade.

Sobre o que Vítor Constâncio queria mesmo, para fazer estas figuras, o CM de ontem elucidava-nos:


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O Público activista e relapso