Morreu um advogado português que sempre teve uma vidinha à maneira. Era professor de Direito, daqueles que pertenciam ao gotha universitário porque era "muito inteligente". Amigo daqueles amigos que contam sempre. Enfim. O panegírico do Público de hoje diz quase tudo e tudo fica por dizer:
Afinal quem era mesmo este André Gonçalves Pereira que recusou o convite de Marcello Caetano ( segundo se conta...) para ministro dos Negócios Estrangeiros ( em vez de Rui Patrrício, outro do mesmo género...)?
O artigo de Cristina Ferreira, apenas um panegírico de opiniões favoráveis de amigalhaços dos ditos, não adianta muito mais que isto: "muito inteligente", expressão que usa várias vezes e que sempre que a vejo escrito em profusão me leva a puxar logo pela...desconfiança. O mesmo se diz da actual ministra da Justiça...
Esta gente é sempre "muito inteligente" , portanto acima do comum dos mortais. Porém, quando olhamos melhor para o currículo e obra feita o caso é sempre para desconfiar de tanta unanimidade por conta dessa tal "inteligência".
AGP foi "um epicurista de altíssimo refinamento" e deve ter gozado bem a vida. Bom proveito lhe tenha feito, mas está morto e deixou ficar cá tudo, para além do que consumiu.
Ao ver o rol dos amigos- Marcelo Rebelo de Sousa, Fausto Quadros, Vieira de Almeida, Francisco Balsemão, Freitas do Amaral, Artur Santos Silva, alguns advogados e um improvável Seixas Santos- a ideia que resta é de alguém relacionado com o poder político de bloco central, das oportunidades que o mesmo garantiu a quem o seguiu em posição de elite e poder e lhes assegurou vidinha fácil e rendosa durante décadas.
A ideia que fica desse tal bloco central é de uma efectiva central de interesses particulares associados a um propalado interesse público, sempre elusivo no concreto. Veja-se o caso particular de Francisco Balsemão e tire-se a conclusão devida.
Por grosso e atacado estas pessoas foram sempre negativas para o interesse público. No caso deste advogado, contribuiu certamente para o estado de coisas da actual advocacia portuguesa, aquela que Marinho e Pinto referia quando era bastonário da OA: um alfobre de corrupção.
É isto que se celebra, num artigo de duas páginas, de um jornal de esquerda, falido e subsidiado pela SONAE, ?
Uma figura associada a padrinhos de uma democracia tutelada por esta gentinha? Que jornalista é esta que celebra uma coisa destas?
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