“Considero que ainda há mais razões para lutar contra esta iniciativa”, afirmou Domingos Abrantes ao i, em reação à apresentação do projeto para o Centro Interpretativo do Estado Novo, mais conhecido como ‘Museu Salazar’ que, no último mês, levou ao lançamento de duas petições – uma contra e outra a favor – e ao envio de uma carta assinada por mais de 200 ex-presos políticos ao primeiro-ministro e ao presidente da Assembleia da República a apelar para a concretização do projeto fosse impedida.
O conselheiro de Estado e ex-dirigente do PCP disse ao i que, na sua opinião, a apresentação “deixou claro que o projeto não tem o objetivo de denunciar o fascismo, um termo que nem sequer foi utilizado”.
Domingos Abrantes vai ainda mais longe reforçando ao i que o “projeto não é nada tranquilizador” e que “vai exatamente de encontro às apreensões iniciais”. “Continuamos a exigir respostas. O problema não está resolvido”, sublinhou.
Domingos é um velho fóssil comunista que ainda pensa pela cartilha dos tempos heróicos da resistência antifassista.
Abrantes estava lá fora aquando do 25 de Abril de 1974 e regressou com a mulher, no mesmo avião que Cunhal, dias depois do golpe.
As fotos mostram o momento:
O que não mostram é o episódio contado por Mário Soares, num livro e recontado aqui, para desmentir quem o contou.
«(...) À saída do aeroporto estava uma pequena multidão à espera de Cunhal. E, paradoxalmente, havia um tanque estacionado. Para quê pensei eu ? Cunhal subiu para o tanque e, salvo erro entre um soldado e um marinheiro, retirou um discurso do bolso e começou a falar. Um dirigente comunista, que não recordo quem fosse, convidou-me a subir para o tanque o que fiz com alguma relutância, diga-se. Quando Cunhal se apercebeu que eu estava ao lado dele, disse qualquer coisa a um camarada, o qual pouco depois me pediu para descer porque - como disse - houve um equívoco. Desci com grande gosto, porque percebi o cenário: Cunhal entre um soldado e um marinheiro, em cima de um tanque, era algo que lembrava Lènine, no seu regresso a Moscovo...(pág. 183)».
Quanto à veracidade dos factos inclino-me mais para acreditar na versão de Mário Soares, por um único motivo: os comunistas são relapsos neste género de mentiras e desmentidos. São falsos, nesse aspecto.
Em Junho de 1975 a jornalista Oriana Fallaci entrevistou Cunhal e este disse-lhe que em Portugal jamais haveria democracia parlamentar, como há. Cunhal e o PCP desmentiram tal parte da entrevista e a jornalista disse então que a tinha gravada, pelo que se quisessem...e não quiseram.
Os media de então fizeram o favor a Cunhal e ao PCP: cobriram-lhe essa mentira. Tal como encobrem todas as outras, de há décadas a esta parte.
Razões para tal? Em parte são um mistério, mas por mim inclino-me para uma singela e prosaica: os jornalistas que temos são rebentos, filhos, enteados, primos e nepotes de antigos comunistas encartados que lhes ensinaram a treta toda. Só por isso.
Domingos Abrantes, esse, é um velho fóssil estalinista que se pudesse tinha mandado metade do país para os gulags. E não é exagero.
O mal é que ainda lhe dão crédito e até é conselheiro de Estado. Um adepto de ideias assassinas, do fascismo verdadeiro que se travestiu de comunismo e Portugal tem sido esta desgraça. Sem remédio.
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