
"Tudo o que apareça nos jornais sobre Dias Loureiro e os seus negócios cai em cima do Presidente Cavaco Silva, do PSD e só em último lugar de Dias Loureiro. Por esta ordem. Ninguém sabe isso melhor do que o PS e o Governo"- José Pacheco Pereira, na sua crónica da revista Sábado de hoje.
E tem inteira razão. O problema destas coisas graves e que Pacheco Pereira, prefere passar em claro, elidindo a questão numa pura luta política, é esse mesmo: Cavaco Silva e os seus governos, o PSD e os seus secretários-gerais e modos de recolha de fundos, com negócios adjacentes e, por fim, um dos beneficiários principais do esquema dos políticos que saem dos governos para a actividade negocial, privada, mas com ligação à política, Dias Loureiro. Há outros. Pacheco Pereira conhece-os muito bem, até porque em tempos chegou a denunciá-los por omissão, na própria AR. O PSD e Cavaco Silva têm algo a ver com isto? Têm. Tudo a ver. É esse o problema que Pacheco Pereira não suporta equacionar.
No entanto, em 1991, Pacheco Pereira, nessa mesma AR, juntou-se à sua classe política, para atacar em directo e com vilipêndio inadmissível, os magistrados do MP presentes no hemiciclo.
Era o tempo das cerejas social-democratas, em que o caso da Saúde estava na berlinda e Leonor Beleza também. Haviam de ver, a chispa estalinista que saía daquelas palavras a interpelar um pobre Barbosa de Melo! Haviam de notar o peito-feito de poder político em maioria absoluta! Haviam de ver o alter-ego de um Vital Moreira, ali mesmo, a enfrentar os ogres que se preparavam para estragar o festim, ao revidindicaram uma coisa simpes e de garantia para o povo: autonomia do MP em relação ao poder político! JPP não estava pelos ajustes. O MP era o inimigo, nessa ocasião. E o grito, era em nome do povo.
Se Pacheco Pereira, fosse um pouco menos estulto e mais isento, estava calado. Muito calado.
Assim, o recado implícito, principalmente ao Público, é este: não batam mais no ceguinho que estamos no mesmo barco....
A política, em Portugal, foi sempre assim. A verdade das coisas e dos factos, conta nada, quando essa verdade pode colocar em crise os nossos empregos, vidinhas, posições de influências etc. etc.
Foi exactamente isso que aconteceu no processo Casa Pia. Logo que saltaram para os jornais os nomes dos notáveis do partido e um deles foi preso, o esquema defensivo foi exactamente o mesmo: negar em bloco. Sempre. Apresentar a tese cabalística de uma ofensiva para decapitar um partido político, ainda por cima o do poder alternativo ou de situação. Muitos milhares de pessoas em risco. Muita vidinha em jogo. Impossível admitir ou sustentar uma coisa dessas. Seria um descalabro para dezenas de famílais com motorista à porta! Que iria ser daqueles que nunca fizeram outra coisa na vida que não a política de partido? Que iria acontecer aos deputados de sempre? Aos notáveis de sempre? Impensável!
E por isso, quando a porcaria se preparava para atingir a ventoinha democrática deste poder situado, aqui d´el rei que o processo penal não presta! Que os magistrados estão a querer tomar o poder que é nosso! Que é uma ignomínia o que estão a fazer ao PS! Que querem decapitar o partido da democracia!Abaixo o Souto Moura que não atende telefonemas nem fala com os nossos! Os bons! Os da democracia!
É esse problema que Pacheco Pereira conhece e esconde. Com muito afã, aliás, ou não fosse ele um membro proeminente desta Cooperativa. Sempre e para sempre. Com uma arma eficaz: acusar este tipo de discurso de "justicialismo". Pois...
Portanto, é mesmo assim: quem nasceu para seguir, nunca chega a liderar.
ADITAMENTO, às 23h e 15:
Pacheco Pereira, na Quadratura do Círculo, refere-se aos deputados que existem, de modo desvalorizador. Diz que uma boa parte deles, vai para ali, para a AR, por causa do status, do ordenado que "é melhor do que alguma vez poderiam ter como professores primários, ou em primeiro emprego...". Assim.
Pacheco Pereira, no início dos anos oitenta, fazia o quê, profissionalmente? E depois disso? Aulas no Iscte?
Pacheco Pereira foi para a política, porque já vinha da política, da extrema- esquerda, antes do 25 de Abril. Foi deputado, porque sim, porque mereceu, demos de barato. E então? Foi para o Parlamento Europeu para quê? É preciso explicar, dizer claramente?
Não é preciso pois não? Então...por que no te callas?
Outro aditamento, ainda a tempo:
Marinho e Pinto, o Bastonário dos Advogados, agora mesmo na Sic-Notícias e em conferência alargada, hoje, no Porto:
Nâo são só os deputados que faltam ao trabalho á Sexta-Feira! Vão aos tribunais e vejam quantos juízes estão lá a trabalhar à Sexta-Feira à tarde. Quantos julgamentos se fazem!
Caramba! Amanhã ( hoje) , vamos ter resposta? É que será preciso, porque a aleivosia, é de peso, parece-me.
ADITAMENTO, às 23h e 15:
Pacheco Pereira, na Quadratura do Círculo, refere-se aos deputados que existem, de modo desvalorizador. Diz que uma boa parte deles, vai para ali, para a AR, por causa do status, do ordenado que "é melhor do que alguma vez poderiam ter como professores primários, ou em primeiro emprego...". Assim.
Pacheco Pereira, no início dos anos oitenta, fazia o quê, profissionalmente? E depois disso? Aulas no Iscte?
Pacheco Pereira foi para a política, porque já vinha da política, da extrema- esquerda, antes do 25 de Abril. Foi deputado, porque sim, porque mereceu, demos de barato. E então? Foi para o Parlamento Europeu para quê? É preciso explicar, dizer claramente?
Não é preciso pois não? Então...por que no te callas?
Outro aditamento, ainda a tempo:
Marinho e Pinto, o Bastonário dos Advogados, agora mesmo na Sic-Notícias e em conferência alargada, hoje, no Porto:
Nâo são só os deputados que faltam ao trabalho á Sexta-Feira! Vão aos tribunais e vejam quantos juízes estão lá a trabalhar à Sexta-Feira à tarde. Quantos julgamentos se fazem!
Caramba! Amanhã ( hoje) , vamos ter resposta? É que será preciso, porque a aleivosia, é de peso, parece-me.