O primeiro-ministro foi hoje de tarde ao Parlamento, fazer de conta que respondia às interpelações dos deputados.
Uma das ideias-chave do Governo, nesta altura, é a intervenção do Estado na Economia, com investimentos maciços em obras públicas.
A mesma ideia, é defendida num artigo de Paul Krugman, publicado originalmente no NYT de 20.11.2008 e que o Público de hoje retoma, com aspectos dignos de nota e que limitam as ideias de Esquerda sobre a crise:
"O que o mundo precisa agora é de uma operação de salvamento". Como? "Colocando de novo o crédito a circular e estimular o consumo". E com políticas keynesianas, de investimento público. Oposta, precisamente à ideia liberal da intervenção mínima do Estado na Economia.
Porém, Krugman, para realçar que o sistema capitalista, não é posto em causa, refere:
" Que fique bem claro: isto não é um objectivo a longo prazo, uma questão de tomar as rédeas da economia: a finança deverá ser reprivatizada assim que for seguro fazê-lo, tal como a Suécia voltou a colocar os serviços bancários no sector privado após o seu grande plano de salvamento no início dos anos 90."
Nesta asserção, ficam arredadas as propostas marxistas, leninistas e trotskistas da Esquerda portuguesa, do PCP e do BE, agora associados a um romantismo alegre e que ainda enganam muitas pessoas, algumas com um grau de esclarecimento acima da média.
E ficam abrangidas, nesse modelo, as propostas essencialmente idênticas, das restantes forças políticas, incluindo o PS e o governo deste partido.
Ainda assim, o defensor da causa, insiste em distinguir a Esquerda, detectando-lhe uma "esquerda das esquerdas", das direitas.
O PS, é a Esquerda. Os outros, do PCP e do BE, são a esquerda das esquerdas. O PSD e o CDS são a direita. Uma direita amalgamada e que o mesmo distingue nitidamente da Esquerda, onde se inclui naturalmente, este governo.
Uma divisão antiga, do tempo em que o PCP distinguia do mesmo modo e que consagra a "tese das duas esquerdas". Uma ideia que condiz com a noção do PCP, por estranho que pareça.
Há ideias que nunca desaparecem com o tempo. Mesmo que o mundo tenha mudado, de há vinte anos a esta parte.
E que não resiste a uma qualquer análise primária. De escola, entenda-se.
Sem comentários:
Enviar um comentário