José S. , ainda primeiro-ministro, disse hoje numa conferência muito bem frequentada pelo gotha da situação, organizada pelo Diário Económico ( um jornal de regime), uma frase supostamente referida por Salazar: " os portugueses devem ser pobres e humildes como a terra que trabalham".
Não sei se Salazar disse um coisa assim. Desconfio que não disse e que é mais uma aldrabice, das do costume na personagem que faz figura de primeiro-ministro. Aliás, a referência à frase foi precedida do "lembro-me que", à semelhança da célebre lembrança acerca de Kennedy e outras do género.
No entanto, o que conta mesmo é lembrar que Salazar, durante muitos anos, amealhou milhões em barras de outro maciço no Banco de Portugal.
Esse, é um facto. A frase, pelo menos no sentido que o citador lhe quer dar, é uma aldrabice.
Não sei se Salazar disse um coisa assim. Desconfio que não disse e que é mais uma aldrabice, das do costume na personagem que faz figura de primeiro-ministro. Aliás, a referência à frase foi precedida do "lembro-me que", à semelhança da célebre lembrança acerca de Kennedy e outras do género.
No entanto, o que conta mesmo é lembrar que Salazar, durante muitos anos, amealhou milhões em barras de outro maciço no Banco de Portugal.
Esse, é um facto. A frase, pelo menos no sentido que o citador lhe quer dar, é uma aldrabice.
Mais uma.
7 comentários:
Salazar disse uma frase que seguramente se aplica a José S.:
"temos de educar o nosso povo para não se deixar enganar por políticos demagogos".
Infelizmente o analfabetismo mantém quase a mesma taxa de há 30 anos e a iliteracia cresceu tanto como a indignidade dos nossos dirigentes...
Muito pertinente o comentário anterior. Parabéns ao autor...
Quanto às aldrabices, Zé, elas vêm desde o princípio, mas, para mim, a maior é a mais recente promessa de subsídios... bolsas, etc...
Só se compreende num contexto: JS já está convencido de que não vai ter que pagar...
Sócrates e Guterres são muito diferentes porque este teve a noção do ridículo e arranjou uma desculpa para partir. Sócrates é mais parecido com Salazar: continua a falar como se ainda fosse primeiro ministro, como se não soubesse que os seus amigos estão nas trincheiras de arma apontada e como se não tivesse transformado esta terra num pocilgo onde é rei quem mais chafurda na porcaria, numa humilhação que confunde com humildade e expõe com imbecil orgulho.
Nem Salazar alguma vez diria que a terra que os portugueses trabalhavam seria pobre e humilde...
Lembro-me é de ouvir, mais recentemente, em "sessões de esclarecimento" atribuir ao Cardeal Cerejeira uma frase mais ou menos assim: "Devemos manter o povo pobre para que seja humilde e temente a Deus".
O cardeal Cerejeira foi humilhado pelos comunistas em pleno aeroporto de Lisboa, em 1974 aquando de uma viagem ao Brasil: obrigaram-no a baixar literalmente as calças, sob o pretexto de que escondia divisas na roupa interior...
José,
Não foi o Cardeal Cerejeira, mas o D. Francisco Maria da Silva, Arcebispo de Braga que foi obrigado a baixar as calças.
Mas eles já tiveram a paga disso... a partir dos cem mil em Braga dos incêndios de sedes, e depois o 25 de Novembro...
Mais sofreu o Cardeal António Ribeiro com o célebre caso Renascença e outros...
O Cardeal Cerejeira foi, apesar de amigo de Coimbra, um dos mais sérios opositores de Salazar, e a quem a História fará justiça um dia como quando ameaçou o ditador de ir de armas para a rua se ele concretizasse a vontade de aniquilar o escutismo católico absorvendo-o na Mocidade Portuguesa. Ou pensam que foi só e sobretudo o D. António Ferreira Gomes ( do Porto, claro!...) que se opôs ao Salazar?... Essa é a "história" mais barata.
E quantas histórias morreram com os seus protagonistas, mesmo aqui bem perto de nós: braga... Valença... eh eh eh...
Tens razão, Barbosa. Já confundo o Cerejeira com o D. Francisco, o arcebispo que nos crismou...
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