domingo, outubro 24, 2010

A verdadeira face do poder que está

É esta que segue. Tal como Vítor Baptista em Coimbra, o socialista Narciso Miranda mostra o país real que temos no poder:

O antigo presidente da Câmara de Matosinhos revela que lhe ofereceram sete cargos de empresas públicas para se calar. «Ofereceram-me o cargo de presidente da Metro do Porto, presidente dos transportes públicos do Porto, presidente das Águas do Rio Douro e Paiva, presidente do ex-Instituto Nacional de Habitação e para uma eventual holding para gerir as infra-estruturas marítimo-portuárias...», enumera .

Em entrevista à revista Sábado, Narciso Miranda lança duras críticas a José Sócrates. Diz que este «tem sido um excelente chefe, com paus-mandados no terreno que fazem o que ele manda». E afirma que Pedro Silva Pereira e Rui Pedro Soares são «paus-mandados» do líder do PS.

Considerando a influência de Sócrates no PS «muito maior do que seria aceitável», Narciso lança critica a visão de Sócrates para o país. «Acho que o país idealizado ou construído por José Sócrates é perturbador. É o país do laxismo, do facilitismo, do favor, da ficção, do discurso fantasmagórico e... das cunhas descaradas».

«Esta nova cultura política de novo-riquismo, do facilitismo, da balda provoca-me angústia».

Narciso teria ultrapassado tudo isto e estaria a dar loas a quem agora critica se lhe tivessem dado um lugar no partido para poder concorrer à Câmara com a bandeira do dito. Um nojo?

Não. Apenas uma excrescência da "absoluta normalidade": o despudor mais completo. Uma obscenidade por inteiro. Um crime público que não vai ser punido porque o poder judiciário contemporiza com esta pouca-vergonha.

4 comentários:

Manuel Pereira da Rosa disse...

Qual poder judiciário?
O estado da nação é miserável e o futuro será pior, porque:
a.A República Portuguesa é um estado de arbítrio cleptocrático. É uma tirania e império de ladrões. Existem muitos Imperadores acima e fora da lei.
b.Os partidos políticos agem como bandos de delinquentes. Não existe a noção do direito nem o hábito de ajuizar. A Constituição é um livro branco.
c.O povo não tem direitos porque a soberania os não garante. Proclama-os em conflito para sacrificar os direitos de uns em prol dos interesses de outros. Sacrifica-se o direito de propriedade e proclama-se o direito de roubar.
d.O povo não tem justiça porque a oligarquia reinante a captura diariamente através do Tribunal Constitucional, inteiramente nomeado pelo poder político, o qual arbitra acima da lei e por cima da interpretação dos tribunais judiciais, anulando ad nauseam. Funciona como uma super instância arbitral acima da soberania do povo.
Quando assim é, não adianta mudar parlamento e governos. Os consensos políticos só potenciam a roubalheira. É necessário mudar de República. É urgente constituir e construir um estado de direito democrático e a próxima revisão constitucional é a última oportunidade. A revisão de 1982 constituiu um estado coxo. Tão aleijado como o cérebro dos constitucionalistas que o conceberam. A soberania abdicou do poder judicial e o poder político minou os órgãos de disciplina das magistraturas.
É urgente encontrar uma liderança para este processo na pessoa de um Chefe de Estado. Aqueles que se apresentaram não estão à altura da tarefa, não sabem o que é um direito e as implicações que o cercam. Muito menos sabem como constituir e construir um estado de direito de soberania popular. Não basta enunciar princípios, deveres e direitos. É preciso saber as características e diferenças de cada, construir os direitos e proteger o seu exercício.
•O actual Presidente, Dr. Cavaco Silva, não soube guardar e manter os poderes da soberania que lhe estão atribuídos, foi tiranizado por um parlamento delinquente, que aprovou e impôs uma lei que os próprios parlamentares proclamavam inconstitucional. Isto prova a sua incompetência. O povo e a sua soberania saíram diminuídos.
•O Dr. Manuel Alegre não respeita o povo soberano, nem os seus órgãos de soberania, conforme revelou o seu comportamento no Processo Casa Pia, apesar de se proclamar a favor dos mais fracos. Os deveres da soberania ficam todos atrás do seu umbigo.
•O Dr. Fernando Nobre terá de encontrar novos entendimentos, muito para além duma cidadania difusa, frouxa e mal definida, para conseguir manter um poder político submetido à lei e ao direito, no seio da delinquência contumaz duma classe política incompetente e ignorante e, de uma opinião pública alarve e presunçosa como a nossa.

•Só com a constituição e construção de um estado de direito Portugal sairá da ruína! Só assim se cumprirá a Democracia!

ferreira disse...

O homem só queria voltar ao tempo do último andar recuado.
Homem competentíssimo. Nunca se deixou apanhar, sem precisar de se valer do PGR ou do STJ.

Carlos disse...

Visionário

Este electricista é dotado de uma prespicácia finaceira só comparavel ao sr. Dias loureiro (embora muito mais pequenino).

É preciso muita lata!

joserui disse...

Narciso Miranda para primeiro ministro!
Fico algo desiludido com esta citação. Este que credibilidade tem? Andar amuado? Numa escala de nojo, é um pouco menos nojento que o indivíduo inenarrável? Um dia deste diz o contrário e aí não o cita. -- JRF