RR:
A carga horária dos alunos do 10º ano é muito elevada, alguns programas
são muito extensos e o sucesso escolar poderia ser mais facilmente
atingido com turmas mais pequenas. Estas são algumas das conclusões do
estudo "Cursos Científico-Humanísticos e o alargamento da escolaridade
obrigatória - medidas educativas de inclusão".
Este estudo teve
por base respostas de 4.676 estudantes portugueses, que no ano lectivo
passado frequentavam o 10.º ano, mas também opiniões de directores de
escolas e pais, também entrevistados para o trabalho coordenado por
Marília Cid, do Centro de Investigação em Educação e Psicologia, da
Universidade de Évora.
Sobre a carga horária, "dizem que não
lhes deixa muito tempo para estudarem ou fazerem outras actividades fora
da sala de aula", contou à agência Lusa Marília Cid.
Os alunos e
psicólogos entendem ainda que "a articulação entre o básico e o
secundário não está muito bem conseguida" e que as notas tendem a baixar
quando chegam ao secundário.
Os problemas estão elencados e ainda falta falar em disciplina, assunto que se torna aflitivo no básico. Falta mencionar que os alunos do secundário que precisam de notas altas para entrar em cursos almejados ( Engenharias e Medicina, mas não só) carecem absolutamente de frequentar explicações caras para a maioria das bolsas. Sem isso, o ensino público e mesmo privado ( à volta do Colégio do Rosário no Porto há centros de explicações que surgem como cogumelos e o panorama em todo o país é idêntico) seria uma verdadeira catástrofe.
40 anos de ensino inclusivo e massificado, com todas as "ciências da educação" a estudar o problema e todos os sociólogos debruçados e de cócoras sobre o assunto deram no que tinham para dar: falência do sistema, ausência de motivação dos professores ( muitos deles mal formados técnica e cientificamente, inadaptados ao ensino, apesar de todas as pedagogias científicas ensinadas por outros tantos especialistas em nada), desprestígio da classe profissional, com os sindicatos própcp sempre a lutar e a coleccionar derrotas.
É este o panorama do ensino e apesar disso ouvimos a estralejar foguetes lançados por aqueles pedagogos, sociólogos de iscte e outros antros científicos a proclamar a excelência do nosso ensino que nos legou a "geração mais bem preparada de sempre".
Outro embuste e outra intrujice dos mesmos de sempre. O sistema, nas chamadas "ciências sociais", foi gizado para produzir raquéisvarelas e quejandos que se tornam depois nos mentores do próprios sistema, perpetuando as anomalias. As ciências propriamente ditas produzem o que têm de produzir: técnicos que se preparam para intervir numa sociedade orientada por aquelas luminárias. Uma contradição que tarda em se resolver.