A figura central é o novo director do Diário de Notícias, André Macedo, na redacção do dito a perorar aos jornalistas, na presença dos actuais patrões. Um deles, que anda sempre na sombra, é o velho e revelho conhecido da democracia portuguesa que já nos prendou com três bancarrotas, Proença de Carvalho. Esteve em todas, até nesta. Por isso mesmo devemos saber o que esperar do jornal dirigido pelo tal André Macedo: continuar a ser a fiel voz do dono, como se comprovou na recente "entrevista" à senhora dona Lurdes Rodrigues, do "sistema", com perguntas endereçadas por um tal Pedro Sousa Tavares, filho de quem é. O pai "dá" uma entrevista hoje à revista do mesmo jornal. Fala de tudo em várias páginas, menos de uma coisa: do BES e do compadre. Nem lhe perguntaram...
Este artigo deste "Chiquinho" Proença de Carvalho, no Económico, está chique a valer e denota a arrogância típica de quem se considera ainda um dos donos disto tudo.
Vai por aí um grande entusiasmo com recentes decisões judiciais que, finalmente, metem na ordem os ditos "poderosos" e vão de encontro aos anseios da população e da ministra da Justiça que há muito reclamam o fim da impunidade (o que quer que isso signifique).
Convém esclarecer algumas coisas. Em primeiro lugar, a ideia de que os "poderosos" são privilegiados na Justiça é um mito. Verdadeiros poderosos são os juízes e procuradores. Estes sim têm a capacidade de condicionar a vida das pessoas, de decidir se estas têm que ficar amarradas a um processo durante vários anos e se podem ser livres ou não. Haverá poucos poderes superiores a estes. Nunca vi nenhum juiz ou procurador sentir-se minimamente intimidado por ter à sua frente um dito "poderoso". Pelo contrário, já os vi bastante mais empenhados e motivados. Como é óbvio, os processos contra os "poderosos" têm sempre popularidade na opinião pública e os magistrados são vistos como heróis contra os vilões.
Em segundo lugar, a ideia de que o exercício da Justiça deve ir ao encontro dos anseios do povo, não é só perversa. É trágica para a existência de um sistema de Justiça livre e justo, verdadeiramente igual para todos os cidadãos, sejam eles ricos, pobres, políticos, gestores ou operários. A vencer este pensamento judicial (que, nas entrelinhas ou com maior clareza, começa a transparecer em algumas decisões), os Tribunais deixariam de aplicar a Lei, com objectividade e imparcialidade, para punir em função do julgamento da opinião pública. A história está cheia de erros judiciários em decisões que foram ao encontro dos anseios da opinião pública.
Em terceiro lugar, é preciso ter cuidado com a vaidade na Justiça. Este endeusamento dos homens e mulheres da justiça que, finalmente, começaram a meter na ordem os pseudo poderosos é perigoso. Isto porque só eles têm sido valorizados. Só eles são super. Só eles têm direito a reportagens sobre o quão fantástico e humilde é o seu percurso. Só eles são incansáveis trabalhadores e corajosos representantes do povo que metem o país na ordem. Então e os outros que tiveram a coragem de absolver? Nos dias de hoje, a coragem judicial não está em quem condena. Isso é considerado incriticável e merecedor de júbilo público. Como é evidente, a coragem está em absolver, está em enfrentar os julgamentos sumários mediáticos. Não mereceriam estes juízes ver também as suas sentenças devidamente citadas e elogiadas nos meios de comunicação social? Não mereceriam estes juízes ter o mesmo tratamento mediático que outros?
Condenando ou absolvendo, é fundamental que o sistema de Justiça mantenha um percurso sereno e alheio aos circos mediáticos e ao contexto de crise que assola a sociedade portuguesa. A Justiça deve sempre tomar apenas e só em conta o caso concreto, os factos, as provas e o Direito. E deve evitar cair na tentação de entrar no campo da moral, da opinião e das sentenças "exemplares".
Convém esclarecer algumas coisas. Em primeiro lugar, a ideia de que os "poderosos" são privilegiados na Justiça é um mito. Verdadeiros poderosos são os juízes e procuradores. Estes sim têm a capacidade de condicionar a vida das pessoas, de decidir se estas têm que ficar amarradas a um processo durante vários anos e se podem ser livres ou não. Haverá poucos poderes superiores a estes. Nunca vi nenhum juiz ou procurador sentir-se minimamente intimidado por ter à sua frente um dito "poderoso". Pelo contrário, já os vi bastante mais empenhados e motivados. Como é óbvio, os processos contra os "poderosos" têm sempre popularidade na opinião pública e os magistrados são vistos como heróis contra os vilões.
Em segundo lugar, a ideia de que o exercício da Justiça deve ir ao encontro dos anseios do povo, não é só perversa. É trágica para a existência de um sistema de Justiça livre e justo, verdadeiramente igual para todos os cidadãos, sejam eles ricos, pobres, políticos, gestores ou operários. A vencer este pensamento judicial (que, nas entrelinhas ou com maior clareza, começa a transparecer em algumas decisões), os Tribunais deixariam de aplicar a Lei, com objectividade e imparcialidade, para punir em função do julgamento da opinião pública. A história está cheia de erros judiciários em decisões que foram ao encontro dos anseios da opinião pública.
Em terceiro lugar, é preciso ter cuidado com a vaidade na Justiça. Este endeusamento dos homens e mulheres da justiça que, finalmente, começaram a meter na ordem os pseudo poderosos é perigoso. Isto porque só eles têm sido valorizados. Só eles são super. Só eles têm direito a reportagens sobre o quão fantástico e humilde é o seu percurso. Só eles são incansáveis trabalhadores e corajosos representantes do povo que metem o país na ordem. Então e os outros que tiveram a coragem de absolver? Nos dias de hoje, a coragem judicial não está em quem condena. Isso é considerado incriticável e merecedor de júbilo público. Como é evidente, a coragem está em absolver, está em enfrentar os julgamentos sumários mediáticos. Não mereceriam estes juízes ver também as suas sentenças devidamente citadas e elogiadas nos meios de comunicação social? Não mereceriam estes juízes ter o mesmo tratamento mediático que outros?
Condenando ou absolvendo, é fundamental que o sistema de Justiça mantenha um percurso sereno e alheio aos circos mediáticos e ao contexto de crise que assola a sociedade portuguesa. A Justiça deve sempre tomar apenas e só em conta o caso concreto, os factos, as provas e o Direito. E deve evitar cair na tentação de entrar no campo da moral, da opinião e das sentenças "exemplares".
Esta gente ainda não se deu conta que é preciso ouvir a canção de Bob Dylan, The times they are a changing...
Assim que os portugueses perceberem bem o quanto devem a esta gente, vão certamente fazer-lhes uma estátua no campo das cebolas, de frente para a casa dos bicos. Ai vão, vão. E já demorou mais tempo.
18 comentários:
lamento discordar sobre o comportamento dos diversos magistrados
a grande maioria são arrogantes e prepotentes com os pequenos
e de cócoras perante os grandes
têm excessivo poder não controlado, ao contrário dos outros órgãos de soberania, os únicos eleitos
a podridão política chega a todos os cargos
tenho pena que assim aconteça, mas não podemos fugir facilmente à condição humana
e há muito lixo humano no seu como em todos os campos
passei 83 anos da minha vida a pensar como seria este rectângulo em condições minimamente aceitáveis
lembro-me sempre do que me disse o 2º marido de minha Mãe quando eu tinha 8 anos
'nunca tenhas ilusões para não seres um desiludido'
ensinaram-me na EPC no serviço militar obrigatório a aceitar os conceitos
'partir sempre do pior para o melhor'
'ver sem ser visto'
'a cavalaria nunca recua, faz meia-volta e avança'
Só uma correcção: o director do DN é André Macedo e não Figueiredo.
Pois é. Ultimammente acontecem-me coisas destas...
A direita travestida pelos merdia...
http://www.publico.pt/portugal/noticia/nao-lhes-caem-os-parentes-na-lama-por-serem-de-direita-1639615
A resposta ao artigo não podia ser mais certeiro...
Um chorrilho de disparates é o que se pode ler neste artigo, a sair da boca desses novos intelectuais de "Direita". Fala-se no artigo claro de uma Direita moderna (moderníssima), sofisticada, cosmopolita e etc., apascentada no Gambrinus e que faz as compras de Natal na 5ª Avenida em Nova Iorque. Esta "Nova Direita" está muito preocupada com o ultramontanismo e não quer ser de modo algum conotada com o miguelismo, o reaccionarismo, o salazarismo e outras coisas tais.
João Pereira Coutinho, Henrique Raposo, Jaime Nogueira Pinto, Pedro Mexia e Pedro Lomba surgem como figuras desta Nova Direita, e até isso é falso. Onde está a novidade? Já andam por cá há muitos anos, a escrever, a dar conferências, a aparecer na televisão. Perfeitamente integrados no regime. Privilegiados dentro do regime.
Nem uma só voz inconformista, quanto mais dissidente. Tremem à ideia do socialismo, fazem a crítica do materialismo histórico e do socialismo científico de Marx, como tantos outros antes deles. Nem sequer se percebe onde está o conservadorismo. São liberais economicamente e em costumes, Raposo defende o modelo da monarquia liberal e cartista.
O único conservadorismo é a defesa do statu quo, a vida corre-lhes bem na 3ª República. São profundamente influenciados pelos modelos anglo-saxónicos e pretensamente por Burke, filhos órfãos de Reagan e Thatcher, que beberam do seu seio o leite do neoliberalismo.
Até nisso fogem à tradição conservadora nacional tão influenciada por pensadores franceses e italianos: de Maistre, Action Française, Charles Maurras, Vilfredo Pareto, Gaetano Mosca. Nem sequer uma referência aos portugueses: António Sardinha, Alfredo Pimenta, Goulart Nogueira, Manuel Maria Múrias, muito menos a um António José de Brito.
Salazar tem as costas largas para estes intelectuais: um maroto. Como homem inteligente Salazar devia estar-se marimbando para conceitos obtusos como Esquerda e Direita. Com todos os seus defeitos, Salazar estava a anos-luz destes burgueses pós-modernos. A intelectualidade bem pensante citadina da Capital, esquerdista ou direitista, nunca lhe perdoou ter saído da província, de um lugarejo perdido no mapa, ser filho de gente humilde e pobre e não ter estudado em Oxford ou Harvard, e mesmo assim ser melhor que todos eles. Sim, porque o Estado Novo e Salazar, com todos os defeitos que lhe acho, foi ainda assim um dos períodos mais esperançosos da História de Portugal. Para Henrique Raposo não. Lança uma pérola de boçalidade, classificando a 3ª República e a monarquia liberal da Carta Constitucional como as melhores épocas da História do nosso país! Alguém esteve desatento nas aulas de História. Estamos conversados quanto a esta "Nova Direita". A Oeste nada de novo.
João Franco
Ehehe!
Toda a gente acha muitos defeitos no Estado Novo e no Salazar, mas vão sendo cada vez mais difíceis de apontar...
Mas agora... Como dizia a raposa da fábula: - tarde piaste!
De resto, esse João Franco tem razão pois então.
Safava-se daí o JNP, que é de outro calibre que o resto dessa bonecada, mas parece que gosta por isso deixá-lo estar.
São os metrosexuais da direita.
Há o pessoal que se "identifica" como "gay". Estes identificam-se como "de direita".
Ou, posto de outra forma, aquilo é como o pessoal das claques: primeiro escolhem a bandeira, o resto logo se vê...
Quanto ao salta-pocinhas Proença, sempre achei curioso que os donos dos media se queixem de circos mediáticos...
Gaiola com eles. Os pardos...
Vivendi:
Já comentei esse arigo, aqui
Pois José, como diz o Fluribundos, o que não falta na justiça sã pavões.
Quando ouço que um juiz devolveu um relatório, porque não aceita ler com as regras do novo acordo ortográfico, tenho vontade de lhe cuspir em cima. O capital positivo que tinha de ter feito frente ao pedófilo do PS e restante escumalha, destruíu com esta arrogância idiota.
O PdC ainda o denuncia, jose, como "assassino de carácter".
Pensei que ia falar do director. Como é possível um tipo de menos de 50 anos ser director de um jornal como o DN? Éra preciso tarimba, categoria, carisma, conhecimento, vida, independência, domínio das coisas essenciais.
Se lhe disser que este é um afilhado do Marcelino e ex-jornaleiro desportivo talvez o acicate um pouco...
"assassino de carácter"? Crime impossível...
O Dr. Proença de Carvalho, tal como afirma e bem o José, está em todas, como soe dizer-se. A actividade deste advogado tem sido no mínimo muito estranha. Isto porque, se observarmos bem, tem levado toda a vida a defender processos acusatórios de toda a gente que "é gente" neste pobre País e, não fora o caso de ser sempre o causídico escolhido por elementos próximos ou ligados à política ou mesmo por aqueles que fazem parte intríseca dela. Claro que é de desconfiar de alguém que é sempre o escolhido como advogado de defesa em processos demasiadamente escabrosos, escandalosos, fraudulentos, social e moralmente repugnantes, processos em que estão pràticamente sempre envolvidos políticos no activo e ex-políticos bem como individualidades poderosas da sociedade.
Entre muitos outros casos estranhíssimos que defendeu, há pelo menos dois que considero do mais enigmático e ainda com demasiadas perguntas sem resposta mas convenientemente silenciadas, que deixaram muito boa gente a perguntar-se o que é que real e concretamente terá acontecido. Num dos casos pairou sempre uma nebulosa durante o curto julgamento e no final nunca a verdade dos factos foi suficientemente elucidativa e muito menos conclusiva. Tratou-se do brutal e inopinado assassinato a sangue frio do Dr. João Champalimaud pelo seu jardineiro(!) no seu próprio escritório e em plena luz do dia..., quando mais tarde interrogaram o homem sobre o que o tinha levado a assassinar tão bàrbaramente o seu ex-patrão, o homem disse não se lembrar de nada do que fez e de só se recordar que algum tempo depois tinha-se fartado de vomitar... Pois, de facto esta reacção e o esquecimento transitório e total do que se passa à sua volta e do modo como age, é a reacção natural provocada num organismo por doses cavalares de determinadas drogas ingeridas, com ou sem o seu conhecimento, a que aquele não está habituado.
(cont.)
O outro caso mais do que suspeito, que fez/faz pensar no que estaria por detrás de tão misteriosa e cínica atitude, foi o facto de este jurisconsulto ter aparecido inopinada e extemporaneamente como 'defensor' pressuroso dos jovens da Casa Pia - defesa que aliás lhe ocupou pouco tempo, o necessário como se imagina para tomar conhecimento dos nomes dos políticos proeminentes acusados pelos jovens de terem sido seus abusadores sexuais - sem que para tal tivesse havido algum motivo transcendente (ou será que houve?, como por exemplo ter sido incumbido dessa missão secreta e urgente a instâncias dos seus "irmãos"?), pois tanto os jovens já tinham vários advogados de defesa e desde há muito tempo, tendo aliás alguns destes vindo a ser substituídos à medida que o tempo foi passando e na realidade por razões diversas mas um tanto obscuras: teria sido desistência por cansaço, por dificuldades colocadas na investigação, ameaças físicas disfarçadas ou às claras, chantagens directas ou indirectas? Poderá ter sido alguma destas ou todas em simultâneo.
Mas há muitos mais casos destes em que esta personagem misteriosa e dúbia está sempre por detrás de todos os processos judiciais mediáticos e importantes, chamando a si os que envolveram e envolvem os nomes mais sonantes do sistema político, bem como os que atingem algumas das personalidades mais influentes e poderosas da sociedade. Porquê? O que é que o move? Serão as brutas contrapartidas recebidas em cada um destes processos? Nã, não é só isso de certeza.
Obs.: O introduzir-se d'imediato na política activa tornando-se apoiante incondicional do novo regime como 'democrata de toda a vida' (e no entanto tornou-se tal da noite para o dia, já terá sido apoiante confesso e beneficiado do anterior regime como bom oportunista que é) tendo porém o cuidado de não se deixar enredar demasiado nos partidos do sistema como é norma neste género de personalidades cínicas, falsas e interesseironas, já vem desde imediatamente após o 25 d'Abril e os lugares de topo fora da advocacia a juntar aos processos judiciais avocados de clientes influentes, todos eles social e polìticamente poderosíssimos, de que tem usufruído e continua a usufruir milhões, mas sempre com o beneplácito dos donos do regime, é claro, que lhe têm sido atribuídos/oferecidos sem nunca mais terem parado até aos dias de hoje.
A despropósito mas a propósito de outro eminente jurista do regime,apesar de se auto intitular o contrário,o descamisado do Marinho Pinto:ontem o Marques Mendes,nas suas charlas semanais,afirmou que lhe admirava a coragem física mas a falta de coerência. Bem,se se chamar coragem física a um trauliteiro...
Interessante e agradecível a descrição efectuada por 'Maria', no que no caso Casa Pia teve a figura, advogado do Sistema, que - no mínimo - foi asquerosa!
majoMo, agradeço as suas gentís palavras mas deixe que o informe que o meu primeiro nome próprio é efectivamente "Maria" (não é pseudónimo) pelo qual sempre fui e continuo a ser tratada tanto por familiares como por amigos.
O mesmo aconteceu com a minha Mãe cujo primeiro nome próprio era Maria e assim foi tratada toda a vida não só pelo meu Pai como por toda a família e amigos.
Maria, anoto o clarificar - e o nome dá um excelente pseudónimo também... [eu uso um anagrama]
Na foto ele finge que endireita os óculos mas o que está de facto a fazer é a tapar a cara para não ser reconhecido na dita, tal o comprometimento situacionista que sabe estar cada vez mais em evidência e de que tem plena consciência. Pois... Esta criatura é omnipresente. Ele está em todas as situações políticas e não políticas que requeiram um cão de guarda ou se se preferir, um espião a soldo da maçonaria sionista portuguesa, travestido de advogado. Que o é de defesa e de facto, de causas políticas e não políticas normalmente melindrosas e/ou muito graves, que têm vindo a atingir ao longo dos anos directa e indirectamente o poder instalado, mas sempre sem consequências para este graças a esquemas obscuros e porventura menos limpos a que ele recorre sem rebuço dado o poder (maçónico) que lhe fora outorgado logo no início deste regime.
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