quinta-feira, setembro 18, 2014

Combater a corrupção? Yes, we can...

A revista Visão de hoje capeia um assunto de tomo: uma agência de publicidade chamada WeBrand, com uma directora-geral chamada Cristina Ferreira e com epicentro de actividades em Gaia e arredores estará sob investigação tipo "face oculta". Entretanto, a empresa está em vias de falência. Insolvência como agora se diz e recorreu a um plano especial de revitalização a correr termos em tribunal.
O que conta a Visão? Um emaranhado de negócios publicitários tendo sempre por objecto as campanhas públicas de índole elitoral, com alguns nomes sonantes do PSD ( por exemplo o vice-presidente Marco António Costa e Luís Filipe Menezes, com z). Veremos onde chega a investigação criminal, sendo certo que relativamente ao "face oculta" já falha uma coisa: o sigilo da investigação. Alguém bufou para o redactor Miguel Carvalho factos relativos à investigação e pelo menos uma dessas pessoas é conhecida: o próprio presidente da autarquia, Eduardo Vítor Rodrigues que "confirmou oficialmente" a existência de uma investigação administrativa que terá sido remetida ao MºPº e PJ do Porto.
Os factos relatados pela  Visão são interessantes e revelam uma mundividência. É preciso que as pessoas conheçam esta mundividência que foge aos parâmetros da normalidade dos negócios entre particulares. Por outro lado é preciso que se conheça a mundividência dessas pessoas com eles relacionados e o que ganharam com isso. Por exemplo, o tal Marco António...


Como se pode ler, trata-se de perceber no emaranhado de negócios onde  poderá esconder-se o gato da corrupção que à partida até o rabo esconde e por isso se presume toda a gente inocente dessa ignomínia, neste caso.
No Face Oculta, entre os negócios de ferro-velho apareceram uns carros de luxo e em segunda mão, uns robalos, canetas, e dinheiro vivo chamado "quilómetros". Foi fatal. Mas afinal, no julgamento que se prolongou por meses, fez-se o que se tinha feito com Al Capone, nos anos 20 da América: condenado por fraude fiscal, apesar de todo um currículo sistémico de corrupção suspeita. Ou seja, pelo que foi possível arranjar como prova de crime passível de pena de prisão.  Aqui,  suponho que nem isso e portanto, para já a notícia da Visão especula.

Não obstante, é possível ver, ao ler o que se escreve que estas coisas não estão bem. Isto que a Visão relata não devia acontecer e a política não devia ser feita assim. Estes negócios com promiscuidades de políticos que são personagens influentes num partido não deviam a contecer assim e o tal Marco António devia há muito ser demitido como o foi Miguel Relvas, do mesmo naipe de personagens políticas.
Portugal não precisa desta gente para fazer política e tem que os varrer para caixote de lixo dos maus costumes.
 
Por outro lado, o Correio da Manhã de hoje repica o mesmo assunto relativo a Gaia: o antigo presidente Menezes ( com um z) parece que anda também a ser investigado pelo MºPº por ter cabritos em barda e não se lhe conhecerem as cabras. Parece que só os "possui" o que se torna curioso porque a noção jurídica de "posse", segundo o antigo ensinamento de Orlando de Carvalho seria uma " projecção empírica" do direito de propriedade que importa um domínio exclusivo sobre as coisas. A "posse" é um poder de facto exercido sobre as coisas e será preciso por isso verificar com rigor como se efectua esse poder de facto...
O filho deste Menezes, já deputa na Assembleia e parece que é um empresário de laboratórios farmacêuticos ou coisa que o valha. Não devia estar na Assembleia, ponto. 

A propósito destas vergonhas nacionais, coloco aqui um excerto de um artigo da revista Marianne desta seman, assinado pelo socialista Jacques Julliard. Fala sobre o que é preciso fazer em França e tal como o experiementado Cébrian dizia ontem, a corrupção sistémica é o mal que é preciso eliminar. Como? A receita parece simples: "É preciso acreditar no saber e na verdade. É preciso acreditar na honestidade pessoal. É preciso acreditar no desprendimento, no interesse geral."

Alguém, em Portugal teve já estes valores. Salazar, tal como o definiu António José Saraiva, tinha a "recta intenção". E é exactamente essa noção que não se vê espelhada naqueles exemplos...



3 comentários:

José Domingos disse...

Os franceses, não deverão ser menos corruptos, que nós, ou que os ingleses ou alemães.
A questão que se põe,penso eu, é que, quem for apanhado, é exemplarmente punido, pelo menos, com vinte anos de prisão efectiva. É um aviso á navegação, e o valôr desviado, deverá ser restituído ao estado, esteja onde estiver, na conta pessoal, na do primo, do tio,do sobrinho, do cão, do gato. Tinha que aparecer. É que o dinheiro, que é sacado, quase á má fé, pelos "governos"para pagar o circo, é sagrado.Não se discute.
Não há recursos, nem tretas, nem coincidências, como esta agora, depois de uma novela do ps, aparece uma do psd.

Floribundus disse...

por estranha coincidência este tipo de notícias aparece sempre em determinadas 'sir cunstâncias'

nada me liga ao dito minezes a às vezes. A cãibra de Gaia é depois da de Lisboa a mais endividada do rectângulo

o MONSTRO, como se viu na lista do proletariado dos profs está recheado de metástases e incapazes

nas magistraturas a desgraça também não tem fim à vista

alvaro guerreiro disse...

esta das cabras fazme lembrar esta trova da Serra d'Argo:
O lugar das Castinheiras
Tem leirinhas ao correr
è terra de muitas cabras
Algum bode tem de haver!

Claro que esta estória gaiense mete cabritos cabras e bode

O Público activista e relapso