Francisco Louçã, hoje no Público:
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Que o liberalismo é ou pode ser pouco liberal, é um facto bem conhecido dos historiadores. Um saboroso episódio pouco conhecido em Portugal revela essa ambiguidade essencial: Friedrich Hayek, esse guru do liberalismo moderno, escreveu em 1962 uma carta a Salazar, explicando a motivação para o envio anexo do seu livro The Constitution of Liberty, que o devia ajudar “na sua tarefa de desenhar uma Constituição que previna os abusos da democracia”. Mesmo considerando o prestígio a que Hayek se veio a alcandorar mais tarde, em particular depois de ter recebido o Prémio Nobel da Economia (em 1974, ex-aequo com Gunnar Myrdal, por um óbvio efeito de balanceamento político), este episódio revela uma atitude perante a liberdade e o Estado, incluindo uma ditadura, que é mais expressiva do que qualquer distinção honorífica.
Hayek voltou a este tema numa carta ao diário The Times em 1978, registando que, na sua opinião, tem havido “muitas instâncias de governos autoritários em que a liberdade pessoal está mais segura do que em muitas democracias. Nunca ouvi nada em contrário quanto aos primeiros anos do governo do Dr. Salazar em Portugal e duvido que haja hoje em qualquer democracia da Europa Oriental ou nos continentes da África, América do Sul e Ásia (com a exceção de Israel, Singapura e Hong Kong) uma liberdade pessoal tão bem protegida como acontecia então em Portugal”. Estas relações entre várias ditaduras e Hayek, incluindo a de Salazar, foram estudadas por autores como o economista Brad DeLong ou o cientista político Cory Robin.
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Associar o liberalismo aos regimes autoritários, a Salazar, Pinochet e aos inimigos da democracia é o objectivo deste escrito de Louçã, juntado a essa utilidade a cereja agradável da associação do novel presidente do Conselho Europeu à troupe politicamente maldita.
Para isso não se coíbe de citar um par de jarras da intelectualidade académica do costume e repisar por contraste a sua natureza de democrata de algibeira esquerda.
Louçã, porém, não é um democrata. Será quando muito um cripto-democrata. Louçã, se tivesse o poder de Salazar, seria porventura o que os esquerdistas utópicos foram sempre nos países onde chegaram ao poder: repressores de liberdades individuais em nome de um interesse colectivo; polícias do pensamento divergente; matadores de iniciativas individuais economicamente produtivas; adversários de empresas privadas de produção de bens; organizadores de desgraças colectivas inomináveis que se repetiram sem excepção durante todo o século XX em todo o mundo.
Louçã tem um pensamento desgraçado, horrível e digno das páginas mais negras da História do século XX. Louçã é um anacronismo ambulante que não se dá conta que o muro caiu e não se pode reerguer por obra dos derrotados do estalinismo que queriam ser califas no lugar desse califa monstruoso.
Louçã não é assim? Então é ler o que tem dito sobre tudo isso.
Louçã é um padreca laico do comunismo mais atávico travestido de linguagem modernaça daqueles jarretas do pensamento pós-utópico. A sua missa negra tem a homilia de um evangelho apócrifo e os paramentos cheiram a mofo.
Louçã existe porque Salazar existiu e será essa a sua maior desventura.
20 comentários:
Padreca. Exactamente. tem lá toda essa manha de inquisidor e padreca que deu em ateu, em nome da utopia social.
Mas os jornais lançaram-no e continua a ter megafone neles.
(os jornais, ou como diria o hapachorra, outros curas de passeata do Rato)
Para perder tempo com as opiniões desta esquerda fétida chega a universidade de verão do PSD.
Grave é o que esta desgraça de governo que agora nos coube faz e mais grave ainda o que não faz.
A coisa mais manhosa que vi deste cavalheiro foi com a Lourença.
Lourença : -Temos que falar da situação de default da Argentina...
Louçã: - Talvez possamos falar disso para a semana, hoje não temos tempo...
Lourença: - Está bem então...
Como é possível um economista com o discurso de Louçã em pleno século XXI ?? Um manhoso...
pelas 7h num filme de 'Holywood' aparece esta afirmação num diálogo
'-a senhora é jornalista, mas já foi um ser humano'
Mas quem é que ainda dá ouvidos ao que diz esse nulidade marxista-trotskista-socialista-raio-que-o-parta?
A Lourença dá.
Dá o quê?
Não sei se o José já tinha lido o artigo antes de o mencionar mas ainda bem que o colocou em destaque.
Mujahedin: Não se apouque quanto à sua capacidade argumentativa(nestas coisas do Estado Novo até estou muito certo da sua Razão) dado que já o vi a debater desde há anos (confessso que existia um outro comentador, chamado Euroliberal, que tinha um estilo idêntico, não serão a mesma pessoa? ) e sai-se muito bem.
No entanto julgo que o tem feito nem sempre nos melhores locais e julgo que no próprio "blogue" do Louçâ seria um sítio melhor pois "doutrinaria" também os próprios leitores deste, além de poder chegar a um público maior que, já que lhe seduz a causa nacional, o deve ter em relevo, sendo um objectivo básico, ter o maior número de apoiantes naquilo que julga ser justo, como julgo ser a causa de lavar a revisão histórica acerca de figuras como Salazar, Caetano e tantos outros do Estado Novo, de quase leprosos e demónios (como muito bem o José mencionou).
Por isso não se esqueça e passe por lá e argumente com o homem e mostre-lhe que ele está com palas e mostre a outros que existem mais versões...
Assim eu o faria caso detivesse em minha posse o mesmo Conhecimento e Argúcia
Cara Zazie
Cretinização do GOL
luís nunes de almeida. Conheci-o a viver em Moscovide mao lado da irmão do Camilo. Conhecido como ‘incontornável’ por ser muito gordo. Tornou o tc ratton e o gol duas entidades politiqueiras.
O tricano arnaut, mais conhecido por peneleiro por ser de Penela. Pobre diabo ávido de consideração socialista. A sua coroa de glória como gm é a realização nocturna duma sessão maçónica na Basílica da Estrela durante o velórtio do lna.
Coronel qualquer coisa, importantíssimo gm. A bosta foi tratada por mim abaixo de cão. Na presença de visitante estrangeiro tratou-me por sr dr, nome art6ístico que detesto (os exmos srs profs doutores têm a 4ª classe da minha infância). T6ratei a bosta pelo pomposo título de ‘sapientíssimo’.
Tal como esta escrito no Guadalquivir em Sevilha:
‘és solo mierda’
Neyhlup,
talvez tenha razão.
Porém, escrevo aqui, sobretudo, porque gosto de ler o que alguns outros escrevem. E quem vem ler, demais a mais, já vem com vontade de ouvir.
Mas esse trabalho que V. refere é mais complicado. "Operar" em território inimigo é mais complicado do que parece.
Implica um conhecimento profundo das teses que se pretende rebater com argumentos, e de uma táctica. Eu não possuo nenhum a um nível satisfatório. Não domino o marxismo nem nada dessa trampa.
Não basta quebrar a confiança em tipos como este. Aliás, eles próprios se encarregam disso. É necessário demonstrar por A + B onde falham as teorias e a doutrina deles, incluindo e particularmente nas coisas que para muitos de nós são simplesmente intuitivas. Uma consequência do materialismo absoluto em que funciona essa gente...
Para fazer isto é necessário, assim, conhecer bem - tão bem quanto eles, se se quiser ser mesmo eficaz - o que eles dizem, para se conseguir rebater em argumento e contra-argumento. Caso contrário apenas serve para os auxiliar.
E volto a dizer: eles não contam para nada.
As únicas coisas que os impedem de regressar à sua natural insignificância são, por um lado, um discurso que apela minimamente porquanto toca em assuntos que interessa e ansiedades que preocupam as pessoas - o PC, neste aspecto é muito melhor e coerente, como o provam os resultados eleitorais; e por outro, o facto de serem os testas de ferro do progressismo do mundo às avessas que vem de fora e é por isso que têm a exposição mediática que têm, por demais exagerada para proporção de gente que representam realmente. São o veículo através do qual chegam e hão-de chegar as teorias do "genro" e outros fermentos de dissolução social.
Ou seja, com alguém que saiba e queira ter o discurso político certo, estes tipos passam à história num rápido, como em França com Mélenchon.
Dá muito trabalho argumentar com quem tem doutrina estudada.
Uma forma de contornar é pegar-lhes de cernelha, ou seja, fazer perguntas simples. Por exemplo: como é que propõe que se faça a produção de bens de consumo?
Ou outra: como é que a liberdade que defende convive com a proibição de certos grupos políticos?
Louçã e outros citam os jarretas académicos para se defenderem. Como os conhecem pelo que estudam para ensinar nas academias, usam tal conhecimento como arma de defesa letal.
Se alguém lesse verdadeiramente o que os mesmos defendem, estaria à altura de colocar as mesmas perguntas simples a que não sabem responder.
Louçã é formado em Economia e deve ter um doutoramento qualquer em metrologia de gráficos.
Não interessa para nada a não ser para se dar ares e ter o lugar de professor que lhe garante o rendimento vital.
Tudo o resto que ensina é caca, para além dos princípios básicos que outros enunciam e também ensinam.
Digo isto porque um economista que defende uma produção de bens diversa da que existe ou é um lunático que vive ainda no séc. XIX ou copia ideias alheias com as quais pretende descobrir o segredo alquímico.
Vive disto e para isto porque paralelalente tal lhe permite ter um instrumento essencial para ter poder e que é um partido ou movimento.
Em democracia isso é essencial e Loução percebeu-o há muitos anos.
Louçã tem a noção dos princípios de seita que em democracia são aceites mas no sistema que propõe seriam logo eliminados à nascença.
Tenho andado a pensar cá com os meus botões se um tal de Mark Blyth não será um sucedâneo do Louça ou vice-versa. Isto depois de ler este artigo : http://www.foreignaffairs.com/articles/141847/mark-blyth-and-eric-lonergan/print-less-but-transfer-more
A propósito do Hayek, há que recordar este a propósito dos "dealers of second-hand ideas" e a propósito de "the pretense of knowledge".
JHP.
Enfim ... é um nicho de Mercado. O Xico está para aquilo como o padre de Vilar de Perdizes está para o Congresso de Medicina Popular. As pessoas vão ver, colocam fé naquilo, bem uns chás, divertem-se e depois vão à vida: na mesma ou pior.
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