quinta-feira, outubro 02, 2014

As novas comunistas são umas ignorantes. E atrevidas...





 Do Correio da Manhã:

Rita Rato Araújo Fonseca tem 26 anos e é licenciada em Ciência Política e Relações Internacionais pela Universidade Nova de Lisboa. Foi 3.ª na lista de candidatos à AR pelo círculo de Lisboa. É natural de Estremoz, onde vive a família e aonde volta "sempre que tem tempo". Vive em união de facto e tem um filho de dez meses. Tem simpatia pelo Benfica.

Entrevista a Rita Rato ( editada):

- As pessoas votam nos outros partidos. O PCP não tem ganho eleições...
- Cada voto na CDU é um voto que é conquistado com muita conversa, com muito esclarecimento, com debate sério, e é um voto que afirma a necessidade de rotura. As pessoas acham que 33 anos de políticas de direita já provaram que é o caminho dos baixos salários, o caminho da elitização do acesso à cultura, a precariedade...
- Mas se as pessoas estão fartas das políticas de direita, porque é que o segundo e o terceiro maior partidos são de direita e o partido do Governo toma medidas, como diz, de direita?
- Vai ter de perguntar a quem votou neles porque eu, de facto, não votei.
- Concorda com o modelo que está a ser seguido na China pelo PCC?
- Pessoalmente, não tenho que concordar nem discordar, não sou chinesa. Concordo com as linhas de desenvolvimento económico e social que o PCP traça para o nosso país. Nós não nos imiscuímos na vida interna dos outros partidos.
- Mas se falarmos de atropelos aos direitos humanos, e a China tem sido condenada, coloca-se essa não ingerência na vida dos outros partidos?
- Não sei que questão concreta dos direitos humanos...
- O facto de haver presos políticos.
- Não conheço essa realidade de uma forma que me permita afirmar alguma coisa.
- Mas isto é algo que costuma ser notícia nos jornais.
- De facto, não conheço a fundo essa situação de modo a dar uma opinião séria e fundamentada.
- No curso de Ciência Política e Relações Internacionais, não discutiu estas questões?
- Não, não abordámos isto.
- Como olha para os erros do passado cometidos por alguns partidos comunistas do Leste europeu?
- O PCP, depois do fim da URSS, fez um congresso extraordinário para analisar essa questão. Apesar dos erros cometidos, não se pode abafar os avanços económicos, sociais, culturais, políticos, que existiram na URSS.
- Houve experiências traumáticas...
- A avaliação que fazemos é que os erros que foram cometidos não podem apagar a grandeza do que foi feito de bom.
- Como encara os campos de trabalhos forçados, denominados gulags, nos quais morreram milhares de pessoas?
- Não sou capaz de lhe responder porque, em concreto, nunca estudei nem li nada sobre isso.
- Mas foi bem documentado...
- Por isso mesmo, admito que possa ter acontecido essa experiência.
- Mas não sentiu curiosidade em descobrir mais?
- Sim, mas sinto necessidade de saber mais sobre tanta outra coisa...

A deputada comunista nada sabe de gulgas na URSS mas sabe que  "apesar dos erros cometidos, não se pode abafar os avanços económicos, sociais, culturais, políticos, que existiram na URSS". É assim que fica explicado o que se passou em mais de 70 anos de comunismo puro e duro na URSS, cujo modelo Álvaro Cunhal queria copiar e refundar por cá. "Erros" e está tudo dito, sem mais. Quanto ao que se passou por cá, por exemplo no Tarrafal, isso sabem dizer que foi o "fascismo". E isso não foi qualquer erro, mas um crime hediondo contra a humanidade comunista. 
O PCP continua tributário das ideias de Cunhal, um dos últimos estalinistas a morrer como tal. Sempre negou tal facto, evidentemente. Porém, Cunhal tinha da verdade uma ideia relativa.

Para dar a conhecer a Rita Rato e a muitas outras ritinhas comunistas que acreditam no pai natal vestido de vermelho e a cantar os amanhãs, apesar de terem estudado Relações Internacionais, amputadas de matéria tão importante como esta- o que denota bem o valor desse tipo de cursos- aqui ficam imagens já passadas aqui.

Sobre o PCP, podem sempre ler o que disse outra mulher que conheceu bem o comunismo e sabia o que eram os gulags, ao contrário desta ignorante diplomada em Relações Internacionais. As ritas ratos do PCP têm muito que ler, parece.




Sobre os crimes contra a Humanidade do Comunismo, em que o PCP de Álvaro Cunhal participou apoiando de um modo que Salazar nunca fez relativamente ao nazismo também é preciso aprenderem, para não serem ignorantes.

É certo que em Portugal não há muita literatura sobre o assunto e os jornais e revistas, editados por muitos antigos comunistas com má consciência, evitam o tema que é incómodo para aquilo em que acreditaram piamente. Por isso nada publicam e ajudam esta santa ignorância das ritas ratos deste país que deviam ser afastadas da política porque...não conhecem a História. Por outro lado, esta ignorância generalizada e induzida pelos media está a custar ao país um ambiente de falsidade histórica e embuste permanente, uma vez que o PCP, um partido essencialmente anti-democrático passa por ser um dos partidos mais sérios da democracia portuguesa. Isto, que é incrível, acontece no Portugal de 2014 como em mais nenhum país da Europa. Nenhum outro.

Como não há por cá, temos que ler o que se publica lá fora. Por exemplo em França. Como desconfio que as ritas ratos nem sequer sabem ler francês, fica aqui como mero exercício retórico para lhes reafirmar a estupidez e ignorância e ao mesmo tempo lamentar a condescendência com esta gente que apoiou intelectual e ideologicamente genocídios, campos de concentração e repressão brutal com um regime totalitário e que andam a bolsar democracia de todas as vezes que se pronunciam contra o "fassismo" e Salazar. Deviam ter vergonha? Não. Isso é para quem é sério.

As imagens que seguem são da revista L´Histoire, de Outubro de 2007 e do L´Express de 7 de Janeiro de 1974 ( sim, ainda no tempo do fassismo) e que se vendia por cá, mas não na URSS, por causa da Censura aos meios de informação do Ocidente decadente e capitalista. Fascista, como dizem.

A L´Express conta o caso de Soljenitsine, uma testemunha dos gulags de que Rita Rato nunca ouviu falar...nem vai querer ouvir agora.





22 comentários:

Amélia Saavedra disse...

"A avaliação que fazemos é que os erros que foram cometidos não podem apagar a grandeza do que foi feito de bom."...pois claro. E esta mesma frase não pode ser aplicada em relação ao Estado Novo? Ou é exclusiva apenas para uso de uma determinada ideologia... uma tal que se diz detentora de uma superioridade moral?

Ricardo Porto disse...

2 notas:

- a 2ª a contar da esquerda, dentro do estilo MILF e a da direita, não estão mal de todo.

- as respostas dessa Rita na entrevista que postou são absolutamente tristes, quase dá pena.Acho piada ter um curso de relações internacionais (whatever that means) e não ter estudado nada sobre o comunismo, religião que professa. Estranho.

Bom post, o seu, josé.


Floribundus disse...

os comunas são todos eles muito cultos, principalmente em história que não compreenda o social-fascismo

a pobre mulherzinha devia andar a lavar escadas.

Floribundus disse...


delicioso:
“O comunismo será solúvel em álcool?” por Antoine & Philippe Meyer (1978)

José disse...

Esse livrito saiu aquando do Os Russos que já referi aqui e que é de um jornalista americano do NYT.

Lembro-me que foi dos primeiros a colocar a questão da queda da URSS nesses termos, ou seja, da implosão como veio a acontecer.

lusitânea disse...

A Ritinha reza todas as noites para que a ex-URSS se levante!

Miguel Dias disse...

Rita Rato disse "Pessoalmente, não tenho que concordar nem discordar..." ou seja não pensa pela própria cabeça, é uma marioneta do Comité Central, não possui opinião, não possui independência intelectual. Esta afirmação reflecte a ausência de individualismo na personalidade, a ausência de carácter, uma típica amostra humana do "rebanho" que o PC - em qualquer País - quer instalar nas pessoas.

"Cada voto na CDU é um voto que é conquistado com muita conversa..." Conversa no sentido de demagogia, de lenga-lengas propagadas de forma mecanizada de forma a serem facilmente apreendidas, como se tratassem de crianças. Artificialismo sem qualquer pingo de humanismo.

José disse...

É a conversa da mentira permanente. A conversa em que a ideologia comunista nunca é explicada.

Uma ideologoa antidemocrática e totalitária. Ainda hoje.

Isto tem que ser denunciado publicamente e oficialmente.

Miguel Dias disse...

"não conheço a fundo essa situação de modo a dar uma opinião séria e fundamentada." Sendo assim o que é que esta personalidade está a fazer numa Assembleia da República de um Estado de Direito? Supostamente para ocupar o cargo de Deputada devia estar informada, de forma a efectuar uma análise, sobre a situação política da China, assim como de qualquer outro País.

"Inúteis" na Assembleia da República? Mais valia reduzir o número de deputados.

Lura do Grilo disse...

A língua de pau vende

Lura do Grilo disse...

A língua de pau vende

Miguel Dias disse...

José, de facto a mentira é uma das principais armas dos comunistas. Quando esta Rita Rato afirma desconhecer o gulag, está obviamente a mentir, descaradamente.

Sintomático da mentalidade hipócrita desta gente é ela classificar uma tragédia humana - o Gulag ou os atropelos dos direitos humanos na China - como "essa experiência". A vida humana é demasiada valiosa para ser sujeita a brincadeiras ou experiências.

Miguel Dias disse...

Algumas Cadeiras na área das Ciências Sociais estão impregnados de sociologia marxiana e de retórica esquerdista, sem nenhuma erudição ou sem exigir um exercício lógico da inteligência, o Curso que esta Rita Rato possui deve ser um destes casos. Serve para exibir ou "atirar à cara" dos capitalistas ou reacionários que lhe aparecam pela frente.

Além do excelente artigo, do L'Histoire, que o José aqui colocou a Rita Rato devia ler o "Livro Negro do Comunismo" ou "O Passado de uma Ilusão", mas julgo que ia contra as indicações do Comité Central.

Floribundus disse...

José refere-se ao livro dum escocês ed do NYT ?

Hedrick Smith; os Russos, Europa-América





Miguel Dias disse...

"O Passado de uma Ilusão" do François Furet esqueci-me de referir.

José disse...

Sim, é o livro de Hedrick Smith que era prémio Pulitzer.

É um livro que li em 1977 ou 78 e por aí já se dizia o que era o comunismo real.

Já falei do livro aqui no blog

José disse...

O link não funciona mas é um postal de 4 de Maio deste ano.

T disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
T disse...

A Rita Rato não estudou estes pormenores porque tirou a licenciatura de Relações Internacionais na FCSH. Julgo que para bom entendedor meia palavra basta. Ver o perfil (aberto) de facebook de alguns dos professores de lá é uma viagem à esquizofrenia dos anti-sistema, extrema-esquerdas e afins. É surreal. Doutrinação bafienta paga com o dinheiro de todos nós.

Floribundus disse...

a seguir ao 25.iv recomendava aos comunas:

René Dabernat; urss:50 snos de comunismo, editorial Aster (Opus Dei)

os estúpidos deliravam

Unknown disse...

O autor deste post não gostava da censura mas faz o mesmo agora cortando várias respostas.

Então quando provocado, parte para o insulto :)
” Onde, na Europa, um parlamento expõe bustos dos seus ditadores do séc. XX? na Alemanha ou em França, países com legislação anti-revisionista, que têm metido na cadeia os que tentam branquear a História?

Imaginam vária imprensa e imensos blogues a glorificarem um criminoso de guerra e terrorista confesso por altura do seu falecimento nesses dois países, ou numa Bélgica ou Holanda?

Estão a ver os partidos de um governo na defesa da “memória” de um Hitler (que até foi eleito), das estátuas de Estaline ou pregando por Petain?

Neste canto da Europa, o ibérico, também a desgraça nos une. O governo espanhol e o português juntam-se na mesma mistificação, são governos sabonete, lavam e ainda perfumam. Somos o canto das ditaduras que não soubemos extirpar, uns trocaram a democracia pela desonra dos seus milhares de heróis assassinados pelo bárbaro Franco, nós deixámos que lentamente o Estado Novo seja visto com a brandura habitual proclamada pelos seus herdeiros.

Somos a vergonha da Europa”

http://aventar.eu/2014/10/02/peninsulares/

lusitânea disse...

Pelos vistos as mortes do Franco evitaram melhor do que cá a tomada do poder pelos comunistas que ainda governam por intermédio de palhaços.
Uma lição a tirar...

O Público activista e relapso