quinta-feira, junho 25, 2015

A marca de Marco

A revista Visão traz hoje uma reportagem sobre uma personagem da nossa política: o actual vice-presidente do PSD, Marco António Costa, "um influente conselheiro de Passos Coelho".

A reportagem é uma espécie de resumo biográfico do dito Marco, nascido em 1967. Se tivesse nascido dez anos depois, diria que tem nome de telenovela brasileira, mas não. A mão militou em vermelho, em multidão e o pai não. No PSD de Valongo fez carreira à sombra do então presidente Fernando Melo, quando os médicos tinham prestígio suficiente para serem presidentes de Câmara,  nos idos dos anos noventa e  Marco ter-lhe-á passado a perna na gestão efectiva do executivo camarário.
Dali em diante foi sempre a subir e "foi o coala bebé de Luís Filipe Meneses". Teve portanto um mestre destas cerimónias.
Os amigos "satélites" de Marco, segundo a revista, serão estes e cada um deles terá uma história que permitiria contar a nossa História recente e da democracia que temos, porque são personagens nomeados para funções públicas ou semi-públicas, em cargos de confiança governativa. É para isto que existe o bloco central e é para isto que a democracia portuguesa evoluiu.
É desta estirpe que saem deputados, governantes e responsáveis por empresas em que o Estado tem mão ou influência.
É esta a elite que temos quer queiramos quer não.

Será que no Estado Novo estas pessoas teriam estes lugares? É pergunta que deixo ao vento que passa, para que me possa trazer notícias do meu país...
Verifico ali em baixo o nome de um indivíduo que escrevia despachos a verde...quando era funcionário público. Ainda escreverá, por conta do emprego que agora terá, depois de reformado,  no escritório do snr Bolota?


Enfim, esta reportagem tem como mote uma participação que o DIAP do Porto recebeu, de um certo Paulo Vieira da Silva e que sendo militante do mesmo PSD teve um rebate de consciência "em nome de um futuro melhor para os nossos filhos" . Por isso decidiu passar a escrito, em várias páginas, a denúncia dos "os homens de mão" do tal Marco e a "sua rede".
Os visados, segundo a revista, terão reagido com desdém, e até comentado que "ouvir o Paulo falar do PSD é a mesma coisa que ouvir o emplastro a dar palpites sobre o FCP".

Portanto, serão "alucinações" o que o tal Paulo escreveu?  Já li algumas dessas alucinações e tendo a concordar: não é assim que se deve participar seja o que for para se fazer investigação criminal e para denunciar "redes" ou "homens de mão" é preciso cuidado e muita precisão na denúncia. Os factos, que li algures, são tão vagos e de uma  generalização tão grande que deveria conduzir a um destino provável: o arquivamento.
Se alguém quer mesmo que se reformule este modo de se fazer política em Portugal e principalmente em ascender politicamente, o melhor é mais reportagens deste género. Por exemplo, pegando em algumas das personagens à vista e relatar-lhes o currículo público e as funções que exercem e em nome de quem...

Assim, teremos apenas o que a revista conclui: uma mão cheia de nada criminal e outra cheia de coisa nenhuma política.
E porém, ela move-se...


3 comentários:

Kaiser Soze disse...

Houve um gajo que disse que a Grécia é a cirrose da Europa. Não me lembro se é um ex J mas se for é uma metástase.

...e agora, na SIC N, o Júdice que Tb começa por J.

Floribundus disse...

os romanos tinham
Marco Túlio Cícero
Marco António
marco miliário

por cá tivemos o marco do correio antes dos e-mails

de quando em vez mudam as moscas
para não serem tão repetitivos

é tudo tão banal que ninguém olha

excepto para a mulher-objecto

BELIAL disse...

Todos os partidos do centrão teem o seu grupo "formiga branca"

O Público activista e relapso