quinta-feira, abril 14, 2016

António Costa: não é nada meu...não é nada meu...

Observador:

As presenças do advogado Diogo Lacerda Machado em negócios com o Estado são enumeradas por António Galamba, membro da comissão política nacional do PS e antigo membro da direcção de António José Seguro. A intervenção do amigo pessoal de António Costa em processos com o Estado – que tem estado sob forte polémica nos últimos dias – é criticada pelo socialista que dá como exemplos de “confusão entre política e negócios” a intervenção do mesmo advogado no negócio de adjudicação do Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) ou na compra dos helicópteros Kamov.
Num artigo de opinião publicado no jornal i (intitulado “Temos paquiderme na loja”), António Galamba avisa que “não há opacidade má de direita e opacidade boa de esquerda. Há falta de transparência, de rigor, na gestão da coisa pública, e a expectativa de que os portugueses possam ser tomados por parvo, pro bono ou por 2 mil euros brutos. Tudo o resto é como se tivéssemos uma manada de elefantes numa loja de porcelanas”, diz logo depois de falar nos dois negócios polémicos onde diz que Lacerda Machado interveio.
O primeiro-ministro defendeu um novo patamar de referência para futuro. Certamente tudo será diferente, transparente e sem ziguezagues em função da salvaguarda da manutenção do poder pessoal”
O SIRESP foi um sistema herdado por Costa dos anteriores Governo e sobre o qual o agora primeiro-ministro chegou a querer anular os contratos de adjudicação (com um grupo da Sociedade Lusa de Negócios, ainda antes da polémica do BPN) quando foi ministro da Administração Interna (entre Março de 2005 e maio de 2007). Houve mesmo um parecer pedido à Procuradoria Geral da República, mas Costa acabou a renegociar contratos desta parceria público-privada, embandeirando em arco com as poupanças conseguidas para o Estado. O contrato então aprovado previa o pagamento de 485,5 milhões de euros, durante um período de 15 anos. Mas as dúvidas e críticas aos custos de contratação e de manutenção do sistema utilizado por polícias e bombeiros acabou por nunca sair da linha de fogo.
O mesmo aconteceu com outro negócio onde Galamba aponta o dedo à participação de Lacerda Machado e que foi feito também pelo ministro da administração Interna António Costa: a compra dos Kamov. Os contratos de aquisição, operação e manutenção dos seis helicópteros utilizados no combate a incêndios estão até a ser alvo de investigação da PJ, na Operação Crossfire.
Mas no artigo de opinião, António Galamba também refere que, no recente processo de reprivatização parcial da TAP, um grupo chinês que tentou entrar no capital da companhia aérea era “da órbita do universo empresarial do escritório do negociador” Lacerda Machado.
Foi esta acção do advogado – que é o “melhor amigo” de Costa, segundo o próprio primeiro-ministro -, a par com a intervenção que teve na resolução do caso dos lesados do BES e do acordo no BPI para reduzir o excesso de exposição a Angola, que fez disparar as críticas. O advogado tem mesmo audição marcada para o Parlamento para explicar a sua intervenção nestes negócios que chegou a ser pro bono, com Costa a acabar por lhe fazer um contrato de prestação de serviços com o Estado numa tentativa de afastar a polémica.

 Estas andanças do actual primeiro-ministro António Costa são conhecidas de ginjeira dos camaradas de partido. Alguns deles vaticinavam, aquando da prisão de José Sócrates que a seguir seria a vez dele...

As eleições, a esquerda unida, o interesse político-partidário confundiram toda esta problemática na geringonça conhecida que toda a esquerda pretende manter e por isso engolirá os sapos necessários, incluindo o da corrupção que já é mais que fumo, para não perder este último combóio da História.

Hoje, o Público, mais uma vez, mete nojo, pelo frete, pela condescendência e pela corrupção jornalística que representa.

A propósito do assunto anuncia na primeira página promessa de jornalismo tipo investigação ( assim como há queijo tipo serra) sobre a temática do "caso do amigo consultor". Comprei o jornal para ver até onde chegaria a pouca-vergonha e de facto foi longe.


A primeira página prometia "destaque, 2 a 4 e editorial".

O "destaque" foi este:

O editorial, este:


O cuidado em não entalar demasiado a última esperança desta esquerda tipo geringonça é tanta que os factos são omitidos em detrimento da análise politiqueira, com abordagem jornalística de conselhos explícitos. É este jornalismo que devia envergonhar qualquer profissional que temos no Público. o jornal deveria escrever no frontispício "a verdade a que temos direito" plagiando o antigo o diário do PCP, porque é disso mesmo que se trata.

O Correio da Manhã de hoje avança mais um pouco e manipula uma notícia verdadeira para insinuar algo que ainda não está esclarecido devidamente: o favorecimento político do tal amigo do primeiro-ministro.
Servindo-se do facto de os concursos de adjudicação directa (uma vergonha generalizada que permite a corrupção mais legal possível, sem sindicância seja de quem for) titula que o tal amigo ganhou só este ano 170 mil euros.

Só nas páginas interiores se percebe que foram contratos parcelares celebrados com o escritório de advogados a que pertence o tal amigalhaço, o BAS.
Assim:






Tudo isto não é um mero fait-divers porque contende com a essência do regime actual e do modo de funcionamento inerentemente corrupto. Política, ética e moralmente, para não dizer mais.

É para estas coisas que esta gente quer o poder. Só.

Questuber! Mais um escândalo!