domingo, abril 24, 2016

Mas achegas à crise do jornalismo

Observador:

O representante norte-americano no Reuters Institute, na Universidade de Oxford, Robert Picard tem dedicado o seu tempo a estudar a relação entre os media e a economia, do ponto de vista do negócio.

E diz assim sobre o problema do jornalismo actual

O jornalismo nunca foi um produto comercial. Era feito por uma série de motivos: políticos, culturais e sociais. Foi apenas no último século que se tornou comercial, devido à publicidade. 
Mas agora os anunciantes têm muito melhores maneiras de atingir as suas audiências e comunicar com elas, já não investem no jornalismo. E as pessoas têm muitas outras formas de receber informação e notícias por isso não as estão a ir buscar onde costumavam ir: jornais, telejornais, revistas. 
A questão é: como assegurar que o jornalismo permaneça? E será com os meios tradicionais? Claro que os meios tradicionais querem que seja e claro que os jornalistas que trabalham nestes meios também o querem. 
Mas o certo é que lhes está a ser muito difícil sobreviver, em todos os países, devido a esta falta de financiamento. Vale a pena perguntar: é algo a que a sociedade deve dar resposta? Deve fazer alguma coisa ou deve deixar que as coisas sigam o seu rumo? 
Os jornais são uma forma extremamente cara de produzir notícias. Apenas 10 ou 15% dos seus custos se relacionam com a produção de notícias. A distribuição tem custos altíssimos.

Em11 de Maio de 1973, no tempo em que o jornalismo ainda era um negócio rentável, mesmo em Portugal, o Diário Popular ( o melhor jornal de sempre, em Portugal, na minha opinião) tinha este artigo traduzido da L´Express francesa sobre o caso Watergate e o jornalismo do Washington Post. Vale a pena ler porque é instrutivo sobre o que devia ser o jornalismo de investigação em Portugal e não é. Nunca foi.
Esta farsa do Expresso com os papéis do Panama é ridícula. Andam a publicar há três semanas, a conta gotas nomes inócuos, listas misteriosas para não sei quem menos para quem já as conhece há meses, etc etc. E mais não digo.


Questuber! Mais um escândalo!