quarta-feira, abril 06, 2016

Um Medina Carreira estrangeiro...

Observador:

Steen Jakobsen conhece bem — e adora — Portugal. Mas diz que “já é altura de o país acordar“. Lisboa é uma das 35 capitais mundiais que o economista-chefe do dinamarquês Saxo Bank visita regularmente e vê com grande apreensão as mudanças que estão a ocorrer no país

Não está confiante de que o novo governo conseguirá, como pretende, dar um novo ânimo à economia?
Como economista liberal que sou, acredito que vocês acabam de ter a pior alteração de governo de sempre. Mas pouco importa. O que os jornalistas e os economistas têm, regra geral, em comum, é que dão um enfoque excessivo à política, nos jornais e nas análises económicas. A verdade é que os políticos têm uma importância cada vez menor no que se passa, realmente, nas economias.

(...)

Mas falando de Portugal, em concreto, como está a ver a situação do país?
Portugal está em situação de emergência desde 2009/2010. 24 horas por dia, 365 dias por ano, há sete anos em crise. Não se pode continuar assim — e o problema é que vocês não estão a mudar nada no país e na economia. Pelo contrário. Visto de fora, e generalizando, a vossa economia continua a parecer uma coisa amorfa, com pouca ambição e pouco planeamento. Está na altura de acordar.
Mas as exportações, por exemplo, tiveram um ano recorde em 2015. Isso não pode significar que alguma coisa terá mudado (ou estará a mudar)?
Nem por isso. Isso é uma função da desvalorização interna e da procura externa. Como economista, se me perguntar, eu concordo consigo que os custos unitários do trabalho caíram. Mas isso aconteceu porque tinha de acontecer e porque é uma consequência directa da crise. Não foi uma escolha deliberada. Não houve um chefe do governo, há sete anos, a dizer “Ouçam. Vamos atravessar uma enorme desvalorização interna, vamos criar uma economia mais ágil e, a partir daí, vamos construir a base para exportar mais, apoiar as indústrias com bons resultados e, progressivamente, viver melhor”. O que aconteceu não foi um plano, foi uma consequência.


A esquerda portuguesa detestas estes indivíduos e é por isso mesmo que devem ser ouvidos atentamente.

Questuber! Mais um escândalo!