segunda-feira, abril 25, 2016

25 de Abril de 1974 contado no dia seguinte

Jornal de Notícias, do Porto, de 26 de Abril de 1974, as primeiras notícias impressas a chegar depois do golpe e das edições especiais.

As notícias dão conta da acção militar, dos acontecimentos do dia, da euforia popular, com foto das pessoas a subir a Rua do Carmo em Lisboa e noutros locais.

O golpe militar teve sucesso porque o regime estava gasto e politicamente exangue. Só isso. Quanto a apoio popular, até o Champallimaud aplaudiu. Dali a poucos meses deve ter-se arrependido...



A azáfama de quem queria ler os jornais era espelhada nas fotos.




 Apesar de tudo isso o que me interessava nesse dia e nos demais, ler no jornal, era o desenvolvimento da historieta do agente secreto X-9, desenhada pelo grande Al Williamson. Isso é que era! E ainda hoje é um pouco assim...





9 comentários:

Miguel Dias disse...

"O sonho foi uma das maiores aquisições que o 25 de Abril nos deu". Sim, porque no Estado Novo ou no "fascismo" era proibido sonhar.

Isto foi dito por uma professora primária, numa reportagem da SIC Notícias que acabei de ver na TV. Reportagem que abordava como está a ser ensinado o 25 de Abril às crianças, para que a memória não se perca. Especulemos que entendimento de "sonhar" tem a dita professora, sonhar com uma sociedade sem classes, sonhar com uma vida de ócio sem necessidade de trabalhar, sonhar com uma vida de libertinagem, etc...

Sonhar era permitido, mas estabelecer uma sociedade - e obrigar os outros a conformarem-se - de acordo com uns delírios ou sonhos utópicos, portanto moldar a realidade conforme esse sonho isso talvez não fosse admitido, e ainda bem... um pouco de racionalidade é essencial para a sobrevivência de uma sociedade humana.

Floribundus disse...

uma junta sem salvação

o nosso pior problema e não termos capacidade de desenvolver a economia numa sociedade global

'casa onde não há pão todos ralham. alguns têm razão'

Maria disse...

Já não suporto ouvir a Catarina Martins, quando ela me aparece pela mudo de canal ou tiro o som. Então a voz histriónica e asmática é outro horror. O Jerónimo idem, aspas, este faz lembrar o Louçã que estava (e continua, mas agora um pouco menos) sempre a aparecer nas notícias e já se tornando insuportável escutar o que dizia e sobretudo aquele tom de voz antipático ao máximo, tão típico do pessoal da extrema esquerda, que lhe era e é característico.

Afinal e como dizia alguém há uns anos acertamente, nós estamos a ser governados pela esquerda e extrema esquerda desde há décadas e exclusivamente pela extrema esquerda presentemente. Aliás muitos ex-MRPP's, fazendo-se passar cìnicamente, a determinada altura do processo 'democrático' ou do novo PREC, com se queira, por moderados e centristas, passaram-se estratègicamente para os chamados partidos do centro, vindo a ocupar cargos políticos de relevo e contribuindo para afundar o País econòmicamente, ainda mais do que já estava. Depois do que se viu e vê, é de crer que era mesmo esse o objectivo de quem lá os colocou e de quem os aceitou de braços abertos como seus pares.

Comemorar o 25 de Abril? Porquê e para quê exactamente? Os que o representam (e quem os apoia) que andam a bolsar postas de pescadas desde há 42 anos com a 'democracia' e a liberdade de expressão na ponta da língua, são os mesmos que censuram na comunicação social escrita e falada quem os contradiz, contrapondo a verdade dos factos, sendo o mais vergonhoso de todos os aspectos políticos que ilustram bem o que esta falsa democracia representa e a oligarquia que ela significativamente é na sua essência e na qual cobardemente se esconde, está na prova evidente de a Constituição da República, pelos seus arautos engendrada e concretizada, só permitir partidos de esquerda e de extrema esquerda e vedar por completo no seu clausulado a inclusão livre, em concorrência plural, de quaisquer outros partidos ou movimentos que não se coadunassem/em com o espartilho ditatorial-esquerdista imposto e que, com segundas e malévolas intenções, foi propositadamente incluído no clausulado da dita Constituição.

É "isto" uma democracia plena? (como os donos do regime/sistema não se cansam de repetir - lembremo-nos que "uma mentira mil vezes repetida torna-se numa verdade incontestada" palavras Lenine - e que todos os dias desde há décadas temos vindo a constatar tratar-se da mais vil mentira... travestida da tal falsa verdade mil vezes matraqueada), por favor, que os democratas, assim auto-intitulados, não façam dos portugueses íntegros e patriotas uns atrazadinhos mentais. Dos verdadeiros portugueses, não dos outros.

Vivendi disse...

A veneração ao 25 de Abril
O 25 de Abril foi transformado numa espécie de Deus para ser venerado apesar de milhões de pessoas terem sido prejudicadas gravemente.

Dividiram a História de Portugal em dois períodos . O antes e o após do 25 de Abril. O 25 de Abril é uma espécie de Cristo. AC e DC. A25 Abril e D25 Abril.

Com o 25 de Abril veio uma coisa boa: uma evolução positiva do Direito. Mas o resto foi um desastre. Milhões de mortos, feridos, estropiados, órfãos, viúvas espalhados pelos cinco continentes.

O 25 de Abril recebeu uma economia a crescer 8%, uma divida mínima e basicamente nacional , quase mil toneladas de ouro nos cofres , uma frota de marinha mercante e de pesca, empresas industrias e comerciais de capital nacional ( a quadragésima maior empresa do mundo era portuguesa) e hoje 25 de Abril de 2016 temos uma economia quase em colapso, uma divida que em notas de 500 euros umas em cima das outras tem 12 000 km ( vai daqui à China ) e 300 toneladas de ouro que ninguém sabe onde está ( já ouvi dizer que está em Frankfurt) as maiores empresas todas de capitais estrangeiros,o centro de Lisboa propriedade de fundos imobiliários estrangeiros e até o Banco de Portugal pertence ao BCE.

Mesmo em termos de liberdade se a liberdade se medir pelo número de pessoas presas hoje temos 14000 presos, dos quais 2300 nem sequer foram julgados quando em 1972 tínhamos 3405 dos quais 509 preventivamente.

Ao progresso que houve D25A obviamente que se mantivéssemos o crescimentos que tínhamos tido nos 14 anos anteriores ao 25/4 o nosso PIB per capita hoje estaria à frente de Singapura, um país pequeno, sem recursos, estrategicamente bem colocado e com um regime muito parecido com o regime A25A.

Reparem nestes números da Pordata Portugal entre 1960 e 1974 passou de 3400 euros per capita para 8100 e de 1974 ate hoje passou de 8100 para 16 200 . O crescimento nesses 14 anos acumulado foi de 130% e nos últimos 42 anos foi 100%.

Crescemos percentualmente mais em 14 anos do que em 42.

FM

Zephyrus disse...

Nós tínhamos obrigação de ter um PIB igual ou superior ao espanhol se não tivesse ocorrido PREC.

O Porto décadas atrás era efectivamente uma capital regional do Noroeste e o dinamismo industrial e comercial da região era admirado pelos galegos.

Agora o Porto é a capital de uma das regiões mais pobres da Europa com 60% do PIB per capita da média da UE e a Galiza está acima dos 80% do PIB per capita médio europeu.

Da Galiza saiu o dono de uma Zara mas do Minho e do Douro Litoral não saiu nenhuma marca de projecção internacional ao mesmo nível.

A Rua de Santa Catarina era uma referência de dinamismo comercial na época com produtos que nem em Lisboa se encontravam.

O PREC seguido da política de criação de campeões nacionais protegidos pelo Estado com sede em Lisboa e cargos para políticos no desemprego foi seguida por um PS que está agora no poder e nos conduziu a esta desgraça: uma das maiores dívidas brutas e per capita do planeta, a mais alta taxa de divórcios da Europa, índices de fertilidade dos mais baixos do mundo, a emigração mais elevada do Sul da Europa. Tudo isto se deve à difusão de ideias de Esquerda propagadas ad nauseum há 40 anos e com enorme sucesso pois mudaram radicalmente um país católico, apegado à propriedade privada e com baixos impostos. Compare-se a sociedade católica com outra que não mudou assim tanto, foi parecida com a nossa e também é católica, mas mais rica: a italiana.

Zephyrus disse...

Para mudar em termos sociais e em termos de arquitectura do Regime o que o próprio Marcelo Caetano lá no fundo queria não era necessário destruir a economia do país e tomar de assalto o sistema de ensino para doutrinar com ideias de Esquerda radical. É isto que deve ser dito. E não é.

Zephyrus disse...

«o centro de Lisboa propriedade de fundos imobiliários estrangeiros e até o Banco de Portugal pertence ao BCE. »

Isto preocupa-me e o assunto não é falado.

Preocupa-me ver as famílias portuguesas a vender ao desbarato o seu património.

Casas e chalets para estrangeiros em Lisboa. Recheios de arte a sair do país. O ouro que saiu em anos recentes. Herdades alentejana a serem vendidas a espanhóis. Nem falo das grandes empresas como a EDP. O que tem levado as famílias a desfazerem-se do património? Portugal era pobre mas a população tinha uma vantagem: era proprietária. Pobres em rendimentos, mas remediados em património.

A este movimento maciço de saída de ouro e de arte ou da venda de grandes empresas, terras e casas acrescenta-se um possível imposto sobre as heranças.

As famílias estão a perder a sua independência. Pensam que a liberdade é apenas virem para as redes sociais criticar políticos.

Zephyrus disse...

Conheço uma família que há 15 anos vendeu todo o recheio dos chalets e nem precisavam do dinheiro. Uma dos herdeiros, por acaso o homem, queria preservar tudo mas a herdeira queria vender, chalets e arte. Desentenderam-se e ela conseguiu o que queria. A arte saiu toda do país, uma fortuna acumulada ao longo de muitas gerações porque a fulana não gostava de nenhum dos chalets para viver e queria comprar um duplex num condomínio fashion.

Na minha freguesia uma conhecida família lá do sítio também vendeu as quintas a construtores e estoiraram tudo, agora têm o cinto apertado. A geração anterior, a dos pais desta gente que agora está na casa dos 40 e dos 50, nunca faria isto. Pelo contrário, tentavam acumular terras, ouro, gado, dinheiro.

Algo mudou radicalmente o plano mental de toda uma geração. Quando ocorreu esse corte? Não consigo perceber onde, como e quando.

josé disse...

Zephyrus: concordo com essa análise. Se fosse feita em tv prime time, o mito do 25 de Abril esboroava-se. Por isso é que não se faz...

A obscenidade do jornalismo televisivo