sexta-feira, junho 23, 2017

Sinais interiores de pobreza

A antiga directora do Público ( entre 2009 e 2016) Bárbara Reis está "reformada" na escrita opinativa no mesmo jornal.

Hoje estende este artigo sobre sinais exteriores de riqueza que estão associados a corrupção e "ninguém faz nada".



O caso singular retratado diz respeito a um antigo ajudante de Santana Lopes ( claro) , também presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis precisamente durante o tempo em que aquela foi directora do jornal diário da Sonae.
Toda a crónica gira à volta de um carro de luxo emprestado ao agora arguido Loureiro por empresário amigo e que a cronista critica por ser dádiva superior ao limite da  "mera cortesia".

Subjacente, no artigo, está a corrupção e a ausência de luta adequada mormente através da sindicância de certos sinais exteriores de riqueza.

Ao ler a crónica lembrei-me logo disto, que a TVI reportou em  2010:


Em qualquer país civilizado esta notícia que dava conta da preferência de um primeiro-ministro em funções por uma loja de "apparel" de luxo no estrangeiro e com o nome próprio na montra, seguido do cargo público exercido, daria pano para mangas de reportagem e inquérito no Parlamento se os media lhe "pegassem". O Público nunca "pegou".

Em 30.3.2013 o Correio da Manhã que a antiga directora do Público deve julgar um "pasquim" , divulgou esta notícia:
 

Um mês e meio depois de ter saído da liderança do Governo, José Sócrates comprou um Mercedes-Benz classe S 250 CDI em primeira mão, no valor de 95 mil euros, que continua em seu nome, apurou o CM. Anteontem à noite, porém, o ex-primeiro-ministro deixou o carro de luxo com o motorista e apresentou-se na RTP, para a sua primeira entrevista desde que regressou de Paris, ao volante de um Volskwagen Golf alugado. Sócrates adquiriu o Mercedes, novo, em Agosto de 2011 - pouco depois de ter sido derrotado nas eleições de 5 de Junho e de ter saído do Governo no dia 21 do mesmo mês. Mas na RTP, quarta--feira, afirmou: "A primeira coisa que fiz quando saí de primeiro-ministro foi pedir ao meu banco um empréstimo para ir viver um ano para Paris, sem nenhuma responsabilidade ao nível profissional." O ex-líder do PS não referiu, porém, ter contraído qualquer empréstimo para comprar um classe S por 95 mil euros.

E acompanhou com foto do local e do modelo:


Um mês e meio depois de ter saído da liderança do Governo, José Sócrates comprou um Mercedes-Benz classe S 250 CDI em primeira mão, no valor de 95 mil euros, que continua em seu nome, apurou o CM. Anteontem à noite, porém, o ex-primeiro-ministro deixou o carro de luxo com o motorista e apresentou-se na RTP, para a sua primeira entrevista desde que regressou de Paris, ao volante de um Volskwagen Golf alugado. Sócrates adquiriu o Mercedes, novo, em agosto de 2011 - pouco depois de ter sido derrotado nas eleições de 5 de junho e de ter saído do Governo no dia 21 do mesmo mês. Mas na RTP, quarta--feira, afirmou: "A primeira coisa que fiz quando saí de primeiro-ministro foi pedir ao meu banco um empréstimo para ir viver um ano para Paris, sem nenhuma responsabilidade ao nível profissional." O ex-líder do PS não referiu, porém, ter contraído qualquer empréstimo para comprar um classe S por 95 mil euros.

Ler mais em: http://www.cmjornal.pt/politica/detalhe/saiba-tudo-sobre-o-carro-de-luxo-que-socrates-comprou
Em qualquer país civilizado estas notícias seriam replicadas por jornais como o Público, que lhe "pegariam" para questionar os visados sobre os factos. O Público de Bárbara Reis nunca "pegou".

Teriam evitado o que se passou tempos depois, com o espalhafato mediático da prisão de um antigo primeiro ministro à saída de um aeroporto e que este tipo de jornalismo asséptico tanto criticou depois? Provavelmente. De qualquer modo seria assim que o jornalismo serviria a democracia e não a oligarquia, como o Público sempre fez, tendencial e partidariamente, o que se torna ainda mais vergonhoso.  Uma prova disso está precisamente no artigo de hoje: o visado não é do partido afecto.

Bastaria que o jornal dirigido então por esta Bárbara Reis, "pegasse" no assunto.

O Público não pegou. E Bárbara Reis era a directora. E não foi por falta de informação e comentários, na época.  Pode por isso ir dar banho ao cão se é  que o tem.
O que revela com isto são os seus  sinais interiores de pobreza, afinal.

4 comentários:

lusitânea disse...

À Bárbara interessam mais pretinhos.Aí ai de quem não se disponha a participar alegremente na raça mista...

Floribundus disse...

no jornalismo de esquerda anda tudo à venda e à compra

jerónimo-martins
e antónio das mortes

são os máiores

contra-baixo disse...

Saliento uma diferença, o artigo de BR surge na sequência de uma investigação, detenções várias e apreensões; O Sócrates à época apenas usava marcas de camisas, cuecas, meias ou carros caros, tal, por si só, não constitui qualquer ilícito pelo que, a não ser por devassa ou lançar uma suspeição torpe, dificilmente poderiam ser objecto de notícia por parte de um jornal de referência.
Pode ser subtil mas faz toda.

josé disse...

"O Sócrates à época apenas usava marcas de camisas, cuecas, meias ou carros caros, "

A Câncio parece que não será da mesma opinião. Mas acreditava que tudo vinha da fortuna mirífica de uma família desconjuntada em volfrâmio.

Enfim, cada qual procura ver o que lhe apetece.

Não foram só roupas caras a indiciar o assalto. O caso singular do Mercedes que custa quase 100 mil euros associado à ida para Paris numa nebulosa de despesas que a avença com a Octapharma não poderia justificar, deveria conduzir necessariamente à tal suspeita que agora o Hermínio Loureiro também carrega.

E este já se declarou inocente porque deve estar tudo em nome de um amigo qualquer...vai ver.

O problema é mesmo o de as pessoas quererem ver apenas o que lhes convém por motivos vários, mas tem a ver essencialmente com o clubismo que desculpa tudo aos "nossos".

Não há, na maior parte das pessoas um espírito minimamente isento.

O Público activista e relapso