quinta-feira, setembro 06, 2018

O PCP quer destruir o tecido produtivo nacional. Nem mais...

O PCP goza em Portugal de uma  imagem reflectida na imprensa e media em geral que não se compreende.

A Sábado de hoje mostra este fenómeno recente que assume uma gravidade assinalável no contexto da nossa economia actual.



A greve dos estivadores do porto de Setúbal afecta de modo grave a produção de carros na AutoEuropa, uma das poucas unidades industriais de peso na economia e que além do mais é estrangeira e por isso naturalmente subsidiária do grande ogre capitalista mundial. O PCP e o esquerdismo comunista estão por trás desta estratégia destruidora.

Depois da destruição paulatina e eficaz da tessitura industrial nacional, após o 25 de Abril de 1974, levada a cabo pelo esquerdismo comunista, pouco resta em Portugal das grandes empresas industriais que produzem riqueza em moldes capitalistas. São essas empresas o inimigo principal do PCP, na medida em que representam o capitalismo como sistema a destruir.

O PCP nisso não mudou uma vírgula no discurso político e ideológico que tem, desde sempre e desde tempos imemoriais. O PCP, um partido de fósseis ideologicamente ambalsamados anseia e almeja a revolução popular que deponha o capitalismo e acabe com as classes, mormente a burguesia capitalista, conduzindo ao socialismo comunista.

A edição de Setembro e Outubro de 2018 assim o mostra à saciedade:






Além das grandes empresas industriais também estão na mira da destruição "os monopólios" da distribuição alimentar, as temíveis "multinacionais", ogres de um socialismo que tem como modelo actual o sistema vigente na Venezuela, por exemplo. É ler o artigo acima para se entender a estratégia comunista.



É espantoso como as pessoas em geral toleram esta ideologia destruidora do interesse nacional, em nome de um proletarianismo bacoco e serôdio que tem como modelo-imagine-se! a Venezuela. É aí que se aplicam as regras ideológicas que os comunistas defendem.

E no entanto, se formos a ver, compreende-se o logro.

Este artigo de Carlos Guimarães Pinto, já de 2016 sobre a mesma Venezuela e modelo que o PCP defende, ajuda a entender porque é que o PCP continua com votos em Portugal e a dominar o sector sindical mais representativo...

"Apesar de não parecer a quem acompanha a imprensa portuguesa, há fome na Venezuela. O país está a ferro e fogo com a calamidade económica que se abateu. Esta situação certamente apanhará muitos comentadores políticos de surpresa. Afinal, desde que Chavez subiu ao poder, a Venezuela seguiu todas as políticas económicas certas.

Sem uma Comissão Europeia a exigir controlo nas contas públicas, a Venezuela pôde assumir políticas orçamentais expansionistas, com défices elevados que, como sabemos, graças ao multiplicador, se pagam a si mesmos. Para garantir que o orçamento é pago por quem mais pode, a Venezuela tem um IRC de 34% e um IRS bastante progressivo que taxa mais quem ganha mais. Assim as empresas e os mais ricos não podem escapar a dar a sua contribuição para o bem comum.

Por outro lado, o regime Chavista soube sempre defender os interesses dos trabalhadores. Na Venezuela é praticamente impossível despedir após o primeiro mês no emprego. O regime chavista acabou com a precariedade laboral. Os trabalhadores vivem no conforto de saber que não podem ser despedidos façam o que fizerem o que, como sabemos, aumenta a sua satisfação no trabalho e produtividade. Para além disso, a licença de maternidade é de 1 ano, paga integralmente. Para dar o exemplo ao sector privado, o estado reduziu fortemente o horário de trabalho da função pública, reduzindo a semana a 4 dias.

O salário mínimo sobe a cada 6 meses e é hoje o triplo do que era há 2 anos. Como todos sabemos, o salário mínimo não cria desemprego. Pelo contrário, o salário mínimo aumenta o consumo que por sua vez cria mais emprego. Quanto maior o salário mínimo, mais consumo e mais empregos.

O governo controla grande parte dos sectores estratégicos: transportes, educação, energia, banca e até a distribuição alimentar. Não é o malvado lucro que determina as opções de gestão, mas sim a busca pelo bem comum. A forte presença do estado na banca garante que os empréstimos estão ao serviço do bem comum e não de interesses empresariais. Na energia, todos as famílias têm tarifa social e pagam muito pouco pelas 20 horas de electricidade que têm por dia.

A Venezuela foi dos países que mais investiu em educação do Mundo. Gastar dinheiro numa grande rede pública de educação é o primeiro passo para uma economia desenvolvida. Como sabemos, quando se fala de educação pública, quanto mais dinheiro for gasto, melhor.

A idade da reforma na Venezuela é aos 60 anos para os homens e 55 para as mulheres, deixando os empregos livres para os mais jovens. Basta descontar 15 anos para garantir uma reforma indexada ao salário mínimo.

Qualquer comentador isento e moderado dirá que na Venezuela se fez tudo bem. Não se percebe como chegaram a esta crise."

Sem comentários:

O Público activista e relapso