segunda-feira, abril 18, 2022

Media: o problema falso sem solução certa

 Cm de hoje:


O problema é a viabilidade económica dos media, em Portugal. É falso na medida em que existe devido à mediocridade redactorial, editorial e cultural. As pessoas não compram jornais porque não têm interesse suficiente nisso. A causa no entanto, não será a de oferta grátis em plataformas digitais como as aludidas WhatsApp ou Telegram.

Se estas forem controladas e impedidas de divulgar publicações periódicas como realmente o fazem, integral e nem sequer em "clipping", como também acontece, não creio que as vendas reais aumentem substancialmente. Nem sequer as subscrições online de tais publicações, segundo me parece. 

Daí que a solução para tal problema passe por um aumento de qualidade do produto que vendem, o que não me parece venha a suceder com o jornalismo que temos e lemos por aí, demasiado pobre e desinteressante, conformista e arrimado ao poder que está. 

Assim, continuarão sem solução para o problema que não entendem. 

Por outro lado, confesso que fico incomodado sempre que rapino imagens, aqui ou ali de publicações periódicas por pensar que prejudicarei as vendas de tais produtos. Daí que prefira comprá-los e depois copiar o que me interessa para colocar aqui, porque tal me tranquiliza a consciência de pirata. Afinal comprei o que aqui copio e paguei o tributo aos autores...e julgo que não é por colocar aqui este recorte que afastarei hoje potenciais leitores do Correio da Manhã.

Fico no entanto espantado com a facilidade que vejo em certas plataformas, como as referidas, em apresentar publicações total e integralmente pirateadas, às dezenas, abrangendo virtualmente todas e no próprio dia em que saem. 

E também não vejo ninguém a ler jornais ou a passear na rua com eles, como dantes se via, pelo que das duas, uma: ou as pessoas que liam desistiram de o fazer por terem acesso a outras fontes de informação, disponíveis na internet; ou se desligaram de tal leitura por falta de interesse e qualidade na produção das mesmas. 

Uma mistura de ambas as razões parece-me improvável porque se se informam noutros sítios é porque mantêm o interesse. Assim a razão principal será aquela: falta de qualidade, mediocridade informativa. Jornalistas fracos, com pouca formação cultural, arrimados ao poder do momento ou das ideias feitas do politicamente correcto que lhes ensinaram nas escolas, igualmente povoadas de professorado da mesma estirpe. 

Um círculo vicioso, portanto. 

Este tipo de profissionais, no caso das tv´s,  mas que reflectem o ambiente cultural geral, não é certamente a solução para o problema...antes será exactamente a causa do mesmo.


Na plataforma Sapo há hoje esta entrevista a Alexandra Borges, jornalista apostada em "investigação" e que agora faz parte de um tal GRI. ligado ao grupo Global Media ( DN, JN e TSF, além de outros). 


Nesta passagem é a própria jornalista quem afina pela mesma explicação acima apresentada, relativamente à mediocridade informativa nos media actuais. 

Queixa-se ainda Alexandra Borges de obstáculos que a Administração Pública democrática coloca a solicitações de consulta e obtenção de informação que deveria ser pública e talvez tenha razão. Porém, há inúmeros assuntos que poderão ser investigados e denunciados publicamente sem grandes pormenores. Como este, por exemplo, um verdadeiro escândalo e que eventualmente vai ficar em águas de bacalhau, como outros:



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