sexta-feira, março 23, 2018

O pré-epitáfio da revista Visão

A revista Visão, agora entregue a um fundo de proveniência desconhecida, a quem um certo Delgado deu o nome, fez 25 anos e comemorou assim, com um "gesto de prata de flor sem tempo". Contudo já não "é dela o mundo nem a certeza de viver".



A decadência também se pode mostrar numa capa, neste caso espelhando uma ideia alheia, no estilo e na forma ( Rolling Stone, edição espanhola de Dezembro de 2007):


A Visão actual é apenas um pouco diversa da Visão que comemorou em 2003 os seus primeiros dez anos.
Assim:

E com este editorial:


No número de agora, aparece o mesmíssimo Eduardo Lourenço, porventura o guru de quem orienta a revista desde sempre: José Carlos Vasconcelos, um esquerdista moderado, muitas vezes compagnon de route do PCP e da esquerda em geral.
Poder-se-ia dizer que o grupo de "o jornal"  é um dos padrinhos desta "geringonça" governativa porque evidentemente lhe sufraga os propósitos e ideias como sendo "o futuro".

Essa matriz conduziu os destinos da revista por caminhos ínvios de falsificação de factos e da História, sempre de acordo com a visão distorcida e idiossincrática desse lado-o esquerdo.

E por isso, da minha parte,  já tentei um esforço para lhe tirar a pala ou pelo menos mostrá-la a quem não tivesse reparado. Debalde, uma vez que burros velhos nunca tomam andadura e também não é para isso que por aqui ando.

Esses "burros velhos" são estes que aqui se mostram, no tempo em que aquela canção de Paulo de Carvalho, Flor sem tempo, serviu para anunciar a epifania do "e tudo era possível".  Em Maio de 1975 fundaram "o jornal" que está na origem da Visão:

   Em 1978 deram-se a conhecer, numa comemoração como a actual:
 


 E em 1979 vendiam efectivamente mais que o Expresso, o decano do conformismo democrático, que acapara todos os interesses do regime actual e nunca os coloca em causa ou em crise. O Expresso é um dos jornais que se desaparecesse não fazia falta nenhuma.
Em 1979 " o jornal" tinha uma missão ideológica a cumprir, o que fazia com denodo: em nome da esquerda em geral, combater a putativa direita da Aliança Democrática que aliava um Freitas do Amaral a um Proença de Carvalho e um Sá Carneiro ainda vivo.
Vê-se agora, claramente, o que era afinal essa "direita" e onde foram parar os seus próceres: ao seio daqueles que "o jornal" defendia. No fundo,  pretendiam apenas administrar o património material da verdadeira direita, associando-lhe uma ideologia deletéria e sem consistência. E conseguiram. Transformaram o país num Estado em que a corrupção verdadeira se tornou endémica e indetectável, porque ainda lograram legislar para tal efeito. Proença de Carvalho é o símbolo máximo deste regime assim constituído desde os anos oitenta.



 Os actuais jornalistas da Visão querem-se continuadores dessa obra e desse espírito, já morto mas embalsamado nas ideias daquele estimado José Carlos Vasconcelos.
A Visão vai acabar mais dia menos dia por causa disso, mas ainda não se deram conta que já desapareceram...

Ora repare-se como pensam e querem continuar a pensar:


 


 O epitáfio antecipado da Visão já o escrevi em tempos:

A Visão  começou em 1993, como uma espécie de continuação de O Jornal, fundado em 1975 e desde sempre um pagode da esquerda democrática e um pouco menos que isso, do lado esquerdista. Dez anos depois celebrou o aniversário convidando estes ilustres para escrever nesse número. Nessa altura já pertencia ao grupo de Balsemão, Impresa. Agora, passados 14 anos está falida.
Falta-lhes o "o dono daquilo tudo"...e é sabido que roma não paga a traidores.
E qual foi a traição? Continuar a ser esquerdista à moda de quem vai aos grelos quando o grupo de Balsemão tem raiz social-democrata. De direita, se se quiser. Da que os João Miguel Tavares e outras Maria João do Observador gostam.
A Visão foi um dos berços da geringonça governativa que temos. Podem limpar agora as mãos à parede. 


Primeiro, em 1975, eram um grupo de jornalistas organizados em cooperativa, o supra-sumo da organização económica socialista e que deu os frutos já vistos, nesse o jornal e agora na Visão: no final dos anos oitenta, já tinham entregue a alma ao financiador estrangeiro Edipresse, da Suíça. Este aguentou-se nem sequer dez anos e em 1999 juntou-se à Abril Controjornal, uma fusão dos brasileiros da Abril (que saíram a tempo) com a Sojornal de Balsemão, para não abrir falência. Ficaram os suíços e Balsemão.  Durou até 2008 e desde então era Balsemão quem mandava . Passados dez anos acabou a parceria porque a aventura ideológica chegou ao fim, mesmo que não pareça. Deixaram-se comprar por aqueles que quiseram combater...


Apareceu agora este curioso Delgado, um ajudante dos Proenças, de repente com milhões no bolso, de origem desconhecida e tomou conta desta Visão. Percebe-se porque não querem criminalizar o enriquecimento ilícito...

Palpita-me que anda aqui mão de quem não devia...e a Trust in news não é de confiar.

4 comentários:

lusitânea disse...

Tudo pelos das foices e martelos, nada contra os das foices e martelos e que o mundo seja um só e lhes traga boas votações já que o indigenato não está para aí virado...
Os órgãos de propaganda a prazo estão todos mortos porque nos vendem gato por lebre...

lusitânea disse...

Daquilo tudo que lá debita ciência, porque o socialismo é científico só se safa o engraçado do Pereira na última página...

Floribundus disse...

o fio da navalha está cada vez mais delgado

tratem o hemorroidal que isso passa

Dudu disse...

O Delgado compra todos os sábados uma saca grande de ração para cães.
Precisa de boa protecção canina contra qualquer intruso ou olheiro.
Na zona abundam por acaso chineses importadores.
Mera coincidência.

A obscenidade do jornalismo televisivo