A historiadora Irene Flunser Pimentel tem nova opus, desta vez e para variar sobre...Salazar. Na obra procura elencar os inimigos que o antigo presidente do Conselho teve ao longo dos seus mais de 40 anos de presidência do Conselho de Ministros.
O livro junta cerca de uma dúzia e meia de nomes, conhecidos na sua maior parte e também na sua maioria comunistas, criptos e compagnons de route.
Apesar de o elenco ultrapassar em alguns anos o tempo de Salazar é a figura deste que domina a capa, porque sabem- autora e editores-que Salazar "vende" e a obra destina-se a isso mesmo: vender.
As páginas são preenchidas com relatos copiados de outras obras e publicações periódicas sobre as figuras em causa.
Como para a historiadora, que procura uns cobres para a algibeira, o tempo de Salazar se prolongou alguns anos para além da morte do mesmo, fica aqui o relato de piratarias e da vida dos revolucionários de pacotilha em meia dúzia de páginas.
Um dos personagens é este que aqui fica em retrato que circula pelas "redes sociais", colocado pela filha desse pirata que aqui aparece em homenagem filial no dia do pai, celebração burguesa que afinal também serve para fazer a apologia do terrorismo. Se fosse um extremista de "direita" a escrever menos que o que aqui fica, caía o carmo e a trindade. Assim...o terrorismo é romantizado e edulcorado, sem lembrar o pobre tripulante do barco da "santa liberdade" que foi abatido a sangue-frio por estes heróis da pirataria. Esse não tem direito a família ou sequer a lembrança...porque era um fascista contra-revolucionário. Um cão ou abaixo disso.
A autora do livro em causa, aliás, também é muito lá daquela casa...e terá diversas memórias a partilhar.
Estas histórias do tempo de Salazar duram sempre até ao fim da "ditadura", em 25 de Abril de 1974. Marcello Caetano mais não foi do que o continuador da obra daquele e o tempo foi o mesmo: de repressão e opressão. Aglutinar o tempo, mistificar razões e confundir leitores desprevenidos, falsificando a História e pirateando factos é o método destes historiadores.
Curiosamente só Salazar lhes interesse como tema de debate, ou seja, o fassismo, esse período tenebroso em quem alguns dos camaradas foram presos e passaram tempo atrás das grades por actividades subversivas contra o Estado e a prática de actos terroristas ali bem documentados.
Por outro lado, nunca discutem os valores e os princípios políticos por que se batiam, e alguns ainda batem, contra o fassismo, ou seja o comunismo, o estalinismo, o trotskismo e outros ismos de índole totalitária.
Este aspecto interessante é sempre escondido por esses historiadores que preferem sempre contar as suas aventuras, no tempo do fassismo, seja como piratas seja como terroristas. Quer dizer, heróis. Combatentes da liberdade...e ninguém os questiona sobre a alternativa por que pugnavam e o valor da mesma, até para a própria liberdade.