terça-feira, dezembro 09, 2008

Os passadores

Da Lusa:

São Paulo, Brasil, 09 Dez (Lusa) -- Um empresário envolvido no escândalo do "mensalão" foi detido com 361.445 mil euros ao desembarcar domingo, em São Paulo, num voo procedente de Lisboa, anunciaram fontes policiais.
Enivaldo Quadrado, sócio de uma empresa acusada de branquear parte os recursos do "mensalão", estava com o dinheiro não declarado escondido debaixo das roupas.
Agentes da Polícia Federal brasileira abordaram o executivo para uma inspecção de rotina, no momento do desembarque do avião, e descobriram o dinheiro.
Por lá, a corrupção ainda funciona assim: dinheiro vivo, a passar de mão em mão, entre ministros, funcionários e dirigentes partidários e escondido das contas correntes.
Por cá, já é um pouco mais sofisticado: a lei existente, não obriga a tamanho esforço e as autoridades de investigação, raramente vêem a cor do dinheiro. Aliás, raramente vêem a cores, o que quer que seja.
À obscuridade legal, associa-se a uma dificuldade daltónica, acentuada, em ver os boys. Às vezes, do tamanho de casas. Ou de malas.

7 comentários:

Anónimo disse...

Caro José, se me permite, eu diria mais: Demasiadas casas e malas... Tenho que me agasalhar bem, quando venho dar a minha espreitadela através da frincha da sua Porta, pois fico enregelado com a fria e crua realidade das suas postas. Por outro lado, poder partilhar os seus conhecimentos, ajuda a mitigar o "gélido desconforto" perante a impunidade (?) das diversas situações em análise. Que a Porta continue sempre fechada só no trinco... Obrigado.

josé disse...

Esta porta é portadaloja. Tal como escrevi, no primeiro postal de apresentação, há mais de cinco anos já e ainda sem conhecer outras lojas, o nome tem a ver com uma espécie particular de maçã, do Alto-Minho, sumarenta e pequena. Como as mulheres se querem, escrevi na altura...

josé disse...

Já agora, relembro o postal, quando ainda assinava como copista, um avatar que me agradava e que não consegui impor por causa da extensão a outros domínios:

"Porta da loja" é o nome que no Alto Minho se dá a um certo tipo de maçã: pequena, redonda e jeitosa. Tal como a mulher se quer...
Aliás, maçã e mulher são assunto bíblico e de mitologia. Por isso, nada de admirar se aqui aparecer, de vez em quando, o pomo da discórdia, em forma de opinião.
Espera-se que o copista transcreva bem, sem calinadas e não tresleia. Um copista, limita-se a passar a escrito ideias alheias e a reescrever o que outros, mais originais, disseram antes. Um copista, sendo bom amanuense, escreve o que o dono da loja entender por bem.
E por aqui se afere a responsabilidade dos escritos, directamente sindicável no posto de e- mail, à entrada da loja.


"Loja" é termo caseiro. Dantes, "loja", era uma arrecadação térrea, nas casas de lavradores que servia para guardar o vinho; o azeite; o milho e o feijão; alfaias e muitas coisas mais que um copista só lembra por já as ter visto.
Não é, por isso, lugar de comércio ou de conspiração secreta.
É metáfora de lugar onde se coloca o produto do trabalho, intelectual, de recolha e reflexão. E os desabafos e opiniões diletantes, claro!

E a primeira carrada é sobre a Justiça.
Entrará logo que se arranje o espaço na tulha, porque o tema é vasto e estamos em época de colheita, com a discussão que se prepara na Assembleia da República, entre os mais importantes cultores e glosadores do tema: indivíduos como o prof. Figueiredo Dias e o prof. Germano Marques da Silva.

Espera-se que o copista entre ao serviço, com aprumo e prontidão.

Tino disse...

Só soube disto neste blogue:

http://civilizacaodoespectaculo.blogspot.com/

Entretidos com o «tempo de antena» dado ao sindicalista Nogueira, com a carne contaminada da Irlanda e com os «gazeteiros» do PSD, os «media» não ousam questionar, quem de direito, sobre que resultados teve a anunciada reunião de altas patentes judiciais de Portugal e Inglaterra em Haia, terreno neutro, a propósito do caso Freeport. Provavelmente não é oportuno em termos de agenda setting.

Miguel disse...

Só não percebi uma coisa....então o tipo vinha de Lx com o dinheiro? Veio cá buscá-lo......

josé disse...

É perguntar à Ana Gomes que ela é capaz de adivinhar de onde terá vindo...

Em tempos escreveu sobre isso.

zazie disse...

Isto é impressionante e ainda é mais estranho como parece que ninguém se dá conta da gravidade.

Nós é que ainda vamos cumpir esse ideal de impunidade.

A obscenidade do jornalismo televisivo