
O novo jornal i saiu à rua no dia de hoje. A expectativa era grande, perante o ainda maior investimento e ambições do projecto ligado à empresa Lena.
O jornal, como já se receava, desilude. Ou seja, não ilude. Não inova, não incrementa, não imagina, não ilumina, não implica, não impulsiona, não incomoda e por isso, não impressiona. Não é imprescindível e deste modo tornar-se-á irrelevante.
É pena termos mais um jornal cinzento e com pouca cor. É pena que um jornal com tantos meios, surja indexado a uma inexpressividade impressa.
Infelizmente, a informação do “i” é uma irrepreensível iluminura do jornalismo incolor.
Escreveria de aviário se o termo não tivesse conotação ofensiva, mas é isso que pressinto na leitura do primeiro número: um jornalismo de escola, insosso e insuficiente para o interesse iterativo.
Falta uma chama inovadora no “i”. Sobra imitação de ideias imobilistas.
O director, Martim Avillez Figueiredo, pretende devolver às pessoas “ o prazer de ler” e um instrumento de “descodificação da realidade”.
Vejamos então se é isso que se verifica, com a mesma notícia em dois jornais de hoje. O “i” e o “P”, de Público.
Sobre o caso BPN, os dois jornais noticiam o facto de o antigo presidente do banco Insular de Cabo Verde, José Vaz de Mascarenhas rer sido ouvido na AR, no dia anterior.
Pela leitura das duas notícias em ambos os jornais, o leitor fica a saber os factos ocorridos, em parte pelo menos.
Quanto a descodificações de realidade, isso, já será pedir demais. E quanto ao prazer de ler, o melhor seria convidarem bons escritores, mesmo desconhecidos. O problema é não os haver, sendo inconvenientes, independentes e inclementes. Sobram por isso os inautênticos, incensadores e fatalmente incompetentes. Muitos "i" interrogativos a impedir o incentivo.
"i" de hoje.